99 - Jornais.

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Os jornais do porão ainda estavam no chão. Porém, um pouco mais organizados do que antes. Numa pilha, Porcelana tinha colocado jornais que falavam sobre Wittgen antes dela se tornar ruinas. Eram muitos, o que fazia Porcelana acreditar que sua mãe passara um bom tempo tentando descobrir o paradeiro de seu pai, em segredo.

Ao terminar de organizar tudo, começou a ver o que era de interessante. Havia várias besteiras, mas descobriu algumas coisas interessantes. Wittgen era uma cidade famosa por ser o berço de grandes intelectuais: o tanto de notícias sobre novas descobertas e invenções de pessoas daquela cidade era impressionante. Seu pai, no mínimo, devia ser inteligente. Talvez tenha sido por isso que Nazaré se aproximara dele, mas isso não interessava Porcelana.

Sua ânsia de saber quem era seu pai e porque sumira esse tempo todo sem deixar rastros parecia consumi-la. A falta de memórias dele era aterrorizante. Era como se ele nunca tivesse existido. E aquele sentimento doía na sua cabeça. Teria ela perdido dois pais nesse tempo, e nem se tocado disso?

No meio daquela busca desesperada atrás de saber quem e onde estava seu pai, a porta do portão se abriu.

– Porcelana, já está tarde. – as palavras de Nazaré soavam como um aviso para a menina descansar, mas ao mesmo tempo pareciam acusá-la por ter perdido tanto tempo tentando se esquecer das coisas.


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