54 - Fome.

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Passaram algum tempo em silêncio.

– Que fome. – comentou Amaldiçoado.

– Né? – Aparelhado acariciou sua barriga – Tomara que ele nos dê um lanche.

– Um banquete seria ótimo.

– É mesmo. Ele é um rei. Reis sempre dão banquetes.

– Onde você viu isso?

– Eu jogava um jogo, em que todos precisavam fingir de conta que eram um personagem. Então meu outro amigo dizia onde estávamos, e com quem nos encontrávamos.

–Hum.

– Daí, sempre que a gente chegava em um castelo, o rei de lá nos dava um banquete. Era bom demais...

– Os reis eram bons?

– Alguns sim. Outros eram duas caras. Já tentaram até nos matar...

– E o que vocês faziam com esses duas caras?

– A gente dava uma boa lição neles. – Vinícius sorriu com maldade.

– Camila também acabava com a briga quando batiam no seu aparelho? – Amaldiçoado tentou ser sarcástico.

– Faz pouco tempo que tenho o aparelho. – o outro meio monstro não entendeu o sarcasmo. – Isso foi quando eu era criança.

– Por que seu nome ficou Aparelhado, então? – desistiu de tentar.

– Não sei. Na verdade, não faz sentido... se temos um nome desde que nascemos, por que só nos chamam por eles depois?

– Talvez seja pra ter a oportunidade de mudar?

– O nome?

– Não. – Amaldiçoado pensou no nome que lhe tinham dado. – A gente.


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