03 - O demônio é uma sombra

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"Nós dois bebemos o veneno da mesma fonte"

Damon Whinces,

Layla está tão bêbada que deixou o brinco cair do lado de fora na área da piscina, eu não deveria está aqui no quarto dela guardando o brinco, mas sei que esse acessório simples tem um significado para ela.

Vou deixá-lo em em cima dessa escrivaninha, vai ser o suficiente para ela achar depois que o álcool sair do seu corpo. Isso me incomoda, o fato dela está bebendo feito uma idiota por causa daquele babaca do seu namorado que já foi embora a bastante tempo.

Deixo o brinco sobre a mesa bem organizada que chega a ser capricho, mas por um descuido deixo minha mão bater sem querer em um enfeite de plástico quase minúsculo que esta sobre a mesa.

Me agacho e pego a minúscula borboleta rosa, analisando ela minunciosamente para ter certeza que não quebrou durante a queda e por sorte está intacta.

O barulho da porta se abrir invadiu minha atenção. Desvio o olhar para o barulho e ela aparece ali, Layla. Está diante dos meus olhos, atravessando a porta cambaleando.

Ela me viu, mas não sei o quanto em precisão de detalhes, o quarto está escuro, a enxergo somente por causa do meu feitiço básico de visão noturna.

- Amor? - Ela tenta alcançar o interruptor, mas está muito bêbada para achá-lo. - Vamos voltar pra festa...

Isso é um alívio, ela não consegue me enxergar com clareza, talvez esteja me vendo como um vulto.

Ela resmunga e desiste de ligar a luz pela dificuldade encontrada através do álcool. Decide se aproximar cambaleando no escuro perigoso. Eu deveria sair e deixar ela se virar com seus passos desengonçados da falta de responsabilidade, mas não consigo sair, ela está tão bêbada que nem consegue andar sem quase cair.

Se ela tropeçar quero está aqui para alcançá-la e evitar o pior.

- Por que você não fala nada? - Ela se aproxima novamente, mas dou um passo para trás com receio do seu toque. - Já sei qual a sua...

Ela não está me vendo com clareza e a bebida piora tudo, está me confundindo com aquele sem noção do namorado dela, o que se justifica pelo tom de voz arrastado e sua incapacidade para se manter ereta sem balançar o corpo procurando equilíbrio.

Merda, ela está bêbada demais e nem mesmo eu consigo curar alguém, é preciso ter energia dourada pra isso e só as fadas tem esse bendito poder.

Ela com certeza não tem tolerância ao álcool e não deveria beber por causa de um inconsequente.

- Você está com raiva? Por isso não fala? - Ela pula pra perto de mim, tento recuar, mas a parede que está atrás bate nas minhas costas, porra. - Se pensa que eu esqueci a promessa que te fiz está enganado.

Promessa? Não, eu não tenho nada a ver com isso, preciso pular essa janela e ir embora agora...

- Eu disse que minha primeira vez seria com você... No meu aniversário e será! - Arregalo meus olhos incrédulo das palavras ditas. - Vem cá!

O choque foi tão grande pela promessa rasa e superficial que nem noto quando ela agarra meu corpo, o puxando para si. Inevitavelmente ela pende seu corpo para frente e sou obrigado a segura-la em meus braços.

Essa é a primeira vez que estou sentindo o toque dela. Nem mesmo em seu nascimento ou em sua fase como uma bebê eu tive a audácia de toca-la. Sua pele é tão macia quando seda, Layla em si, apesar de ser uma meio demônia e uma meio anjo, se assemelha mais a um ser angelical, como se não tivesse a maldade que a raça demoníaca carrega por si só.

Chamas Do PurgatórioWo Geschichten leben. Entdecke jetzt