09 - A chama da parceria ermege

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"Se render aos seus instintos podem te levar a loucura, entretanto uma loucura prazerosa"

Layla Grinffin,

Despertei meus olhos ainda cansados, e lá estava Damon ao meu lado, seu olhar fixo nos meus, como se estivesse prestes a desvendar todos os mistérios do mundo. Senti a carícia reconfortante dos seus polegares na minha bochecha, enquanto seu sorriso impecável prometia aventuras inexploradas. Mas eram aqueles olhos vermelhos, hipnóticos, que me prendiam, como se contivessem séculos de histórias e segredos ocultos, fazendo-me questionar o que realmente ele era e o que queria de mim.

- Bom dia. - Ele deixa o livro sobre o criado mudo. - Como você está, querida?

As palavras de Damon fluíram de seus lábios com a suavidade de uma sinfonia acolhedora, ecoando no silêncio da manhã como notas harmoniosas. Era a primeira vez que ele me cumprimentava tão cedo, e seu tom era tão caloroso que parecia ter dissipando qualquer vestígio de sonolência com sua melodia tranquilizadora.

- Estou com um pouco de dor de cabeça. - Me acomodo no travesseiro. - Bom dia.

Num instante, as lembranças da noite anterior invadiram minha mente, e tenho certeza de que meu rosto refletia uma mistura de rubor e espanto. Ao perceber o sorriso crescente no rosto de Damon, todas as minhas suspeitas se confirmaram, e num piscar de olhos, o silêncio entre nós se encheu com a compreensão mútua de algo especial compartilhado naquela noite.

- Eu diria que você viu um fantasma, mas você está vermelha ao invés de pálida. - Damon inclina o corpo, aproximando nossos rostos sem aviso. - Não me diga que está com vergonha de mim depois alguns beijos.

Com Damon tão próximo, seu olhar penetrante ecoando nos meus, percebo que não há mais como negar a intensidade dos sentimentos que ele desperta em mim. A falta de ar que sinto agora não é mais uma luta contra o medo, mas sim uma rendição ao magnetismo irresistível que sempre existiu entre nós.

Neste momento, encarando os olhos vermelhos perfeitos dele, reconheço que é aqui, no presente, que devo confrontar e aceitar o que realmente sinto.

- Damon, eu acho que estou indo pelo caminho errado. - Digo ansiando pelos lábios que ontem me apresentaram o paraíso momentâneo. - Você é o rei do purgatório.

Minhas palavras saem carregadas de uma mistura de incerteza e anseio, enquanto meu coração bate descompassado.

Encaro Damon, desejando ardentemente os lábios que me conduziram a um paraíso momentâneo na noite anterior. "Você é o rei do purgatório", penso, reconhecendo a dualidade que ele representa em minha vida, entre o êxtase e a incerteza, o prazer e a hesitação.

Como posso desejar tanto alguém que me sequestrou?

- Qual o problema? - Ele pergunta guiando uma das suas mãos para o lado do meu pescoço que o recebe com um arrepio instantâneo.

- Você está me arrastando para o inferno, Damon. - As palavras parecem erradas.

Essa vontade instintiva de desejar mais de Damon é como uma chama que queima dentro de mim, alimentada por uma força irracional e avassaladora. É como se cada fibra do meu ser anelasse por sua presença, seus toques, suas palavras.

Mesmo sem entender completamente essa necessidade, sei que é algo que vai além da razão, algo primal, que me consome e me atrai para ele como um ímã irresistível.

Chamas Do PurgatórioWhere stories live. Discover now