Capítulo 2

380 70 7
                                    

Riccardo Castelli

-Isso não pode passar impune.- digo esticando minhas pernas.- Primeiro é um homem morto, depois eles vão vir invadindo nossa casa matando nossos homens e abusando das nossas mulheres.

-Eu quero evitar isso tanto quanto você, Riccardo.- meu pai penteia os cabelos prateados para trás.

-Mas não estamos fazendo nada.- balanço a mão.- Não estamos indo até eles, não estamos tirando suas cabeças e queimando as casas deles.

-Porque essa não é a maneira certa de agir...

-A maneira certa?- sorrio com raiva.- A maneira certa seria não ter deixado esse crime impune por tanto tempo.

-Você quer agir e eu digo para esperarmos.- ele fala calmo demais.

-Esperarmos o que? Eles baterem na porta?- aponto para a porta do escritório.

-Somos fracos perto deles, Riccardo.- meu pai admite e fico calado.- Enquanto temos uma vantagem eles tem quatro.

-Isso não quer dizer que temos que aceitar tudo de bom grado...

-Não, mas isso quer dizer que temos que pensar muito bem para não acabar perdendo o que temos.- ele junta as mãos.- Não podemos agir, se ele nos atacou quer dizer que está confiante que vai ganhar se revidarmos.

-Mas...

-Mas nada, ele está confiante e isso quer dizer muita coisa.- meu pai respira fundo.- Temos que pensar, talvez ele queira exatamente que a gente revide para ter justificativa de ataque.

-Ele já nos atacou.- falo óbvio.

-Isso não foi um ataque, fui uma demonstração e segundo ele um acidente.- meu pai levanta e coloca uísque no copo.- Vamos ter que pensar muito bem no que isso pode significar para nós.

-E para os Romano.-acrescento.

-Sim, de fato, ele atacou as duas pessoas mais influentes dessa área.- diz.- Isso quer dizer que ele tem o dobro de poder que achamos que tem.

-Ou ele pensou que ao matar um do nosso e um dos Romano iria criar uma intriga.- penso.- Talvez eles queiram que nós briguemos.

-Não precisa de motivo.- murmuro e meu pai me encara.- Só tô dizendo a verdade.

-A verdade, as vezes não é o que a gente precisa.- coça a sobrancelha.

Alguém bate na porta e respiro fundo esperando não ser minha mãe para falar pela quinta vez que a mãe do homem que morreu estava chorando na porta. Tínhamos feito todas as homenagens e estávamos cuidando da situação financeira.

Mas não aguentava mais ouvir aquela mulher chorar do jeito que estava chorando, como se o mundo dela tivesse sido destruído, e realmente tinha, mas eu não aguentava mais ouvir e dizer a ela que tudo ia ficar bem se não íamos fazer nada.

-Chegou uma carta.- Lionel informa com a carta nas mãos.

-Uma carta?- franzo as sobrancelhas.- Quem mandaria uma carta?

-Alguém que não quer que os outros saibam.- meu pai pega a carta e vira para mim.

Fico calado quando vejo o selo vermelho dos Romano, alguma coisa muito grave está acontecendo para eles terem mandado uma carta para nós.

Jogos de Máfia Where stories live. Discover now