Riccardo Castelli
-Isso não pode passar impune.- digo esticando minhas pernas.- Primeiro é um homem morto, depois eles vão vir invadindo nossa casa matando nossos homens e abusando das nossas mulheres.
-Eu quero evitar isso tanto quanto você, Riccardo.- meu pai penteia os cabelos prateados para trás.
-Mas não estamos fazendo nada.- balanço a mão.- Não estamos indo até eles, não estamos tirando suas cabeças e queimando as casas deles.
-Porque essa não é a maneira certa de agir...
-A maneira certa?- sorrio com raiva.- A maneira certa seria não ter deixado esse crime impune por tanto tempo.
-Você quer agir e eu digo para esperarmos.- ele fala calmo demais.
-Esperarmos o que? Eles baterem na porta?- aponto para a porta do escritório.
-Somos fracos perto deles, Riccardo.- meu pai admite e fico calado.- Enquanto temos uma vantagem eles tem quatro.
-Isso não quer dizer que temos que aceitar tudo de bom grado...
-Não, mas isso quer dizer que temos que pensar muito bem para não acabar perdendo o que temos.- ele junta as mãos.- Não podemos agir, se ele nos atacou quer dizer que está confiante que vai ganhar se revidarmos.
-Mas...
-Mas nada, ele está confiante e isso quer dizer muita coisa.- meu pai respira fundo.- Temos que pensar, talvez ele queira exatamente que a gente revide para ter justificativa de ataque.
-Ele já nos atacou.- falo óbvio.
-Isso não foi um ataque, fui uma demonstração e segundo ele um acidente.- meu pai levanta e coloca uísque no copo.- Vamos ter que pensar muito bem no que isso pode significar para nós.
-E para os Romano.-acrescento.
-Sim, de fato, ele atacou as duas pessoas mais influentes dessa área.- diz.- Isso quer dizer que ele tem o dobro de poder que achamos que tem.
-Ou ele pensou que ao matar um do nosso e um dos Romano iria criar uma intriga.- penso.- Talvez eles queiram que nós briguemos.
-Não precisa de motivo.- murmuro e meu pai me encara.- Só tô dizendo a verdade.
-A verdade, as vezes não é o que a gente precisa.- coça a sobrancelha.
Alguém bate na porta e respiro fundo esperando não ser minha mãe para falar pela quinta vez que a mãe do homem que morreu estava chorando na porta. Tínhamos feito todas as homenagens e estávamos cuidando da situação financeira.
Mas não aguentava mais ouvir aquela mulher chorar do jeito que estava chorando, como se o mundo dela tivesse sido destruído, e realmente tinha, mas eu não aguentava mais ouvir e dizer a ela que tudo ia ficar bem se não íamos fazer nada.
-Chegou uma carta.- Lionel informa com a carta nas mãos.
-Uma carta?- franzo as sobrancelhas.- Quem mandaria uma carta?
-Alguém que não quer que os outros saibam.- meu pai pega a carta e vira para mim.
Fico calado quando vejo o selo vermelho dos Romano, alguma coisa muito grave está acontecendo para eles terem mandado uma carta para nós.
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Jogos de Máfia
RomanceAs famílias Romano e Castelli são brigadas há mais tempo do que qualquer pessoa pode lembrar, sempre houveram acontecimentos para uns culparem os outros. Mas agora uma ameaça maior chega na porta das duas famílias e eles devem se unir para acabar co...