Capítulo 6

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Riccardo

Observo os barcos se organizando na linha de partida e pego o uísque puro que o garçom oferece na bandeja. Fico de costas para os barcos no rio quando ouço algumas pessoas sussurrando e vejo a razão dessa fofoca.

Giulia Romano passa pela porta com um sorriso confiante e pega a tava de champanhe que o garçom oferece a ela, o vestido branco que ela está usando deve ser de propósito para combinar com o anel de noivado.

Então viro novamente para o rio e deixo que ela se aproxima para apoiar uma das mãos na sacada, seria ótimo se a sacada quebrasse agora e ela caísse no rio e desaparecesse. Mas isso não é o que acontece.

-Suponho que meu pai tenha convidado.- murmuro.

-Sim.- ela ajeita o chapéu para o sol não tocar no rosto cheio de sardas.

-E você achou que seria bom aparecer aqui.- continuo.

-Meu pai achou bom.- ela mexe os ombros e balança o champanhe.- Sabe o que é engraçado?

-Não queria ter que saber.- respiro fundo.

-Ontem, quando eu estava no shopping, uma maluca me parou para perguntar de onde o meu anel era.- diz rodando o anel de noivado no dedo e travo o maxilar.

-Uma maluca?- levanto a sobrancelha.- O seu anel?

-Foi tudo tão confuso.- ela fala rindo.- Ela não falou muita coisa, mas o que ela falou deixou meus seguranças irritados.- informa e deixo o copo de uísque na sacada.- Eles não gostaram muito do tom dela comigo, e imagino que você deve saber o que acontece...

Agarro o braço dela e começo a puxar para a cabine reservada que tenho aqui já que venho muito assistir as regatas. Fecho a porta e Giulia bufa quando a encosto na parede e seguro seu maxilar com uma mão.

-Se você fez algo com ela...

-Eu não fiz nada, não sujo minhas mãos com essas idiotas...

-Eu juro por Deus.- nossos narizes de tocam.- Se você encostou em um fio de cabelo dela.

-Vai fazer o que?- levanta a sobrancelha bem feita.- Não pode me matar e muito menos não casar comigo.

-Vou fazer você sofrer.- aperto o rosto dela e vejo ela contrair o rosto de dor.- Você não toca em Karina...

-Estou pouco me lixando para ela e para você.- balança a cabeça e ela me encara com raiva de verdade.- Quero que ela vá para o quinto dos infernos e você junto.

-Porque está me contando isso, então?- pergunto.- Porque está me provocando?

-Quero lembrar a você o que acontece se me trair quando estivermos casados no papel e diante dos olhos de Deus.- ela sorri.- Se eu tiver provas disso, eu posso exigir sua morte pela minha honra.

-Acha que eu não sei disso?- inclino a cabeça.- Você está esperando isso, não é? Está esperando que eu traia você?

-Você nunca trairia a mim.- me observa.- Trairia ao casamento e isso é motivo suficiente.

-Sua...

Percebo que estamos mais próximos do que eu quero admitir, então me afasto e ela respira fundo enquanto arruma o vestido. Sento em uma das poltronas brancas acolchoadas e a observo levar a mão até o pescoço e massagear.

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