Capítulo 5

271 56 0
                                    

Riccardo Castelli

Abaixo o cardápio quando ouço que alguns murmúrios aumentam e ergo a cabeça para a entrada do restaurante, que está quase vazio porque nossa família quer testemunhas mas também não tantas para atrapalhar a jogada.

A mesma garota que vi antes começa a se aproximar da mesa, agora ela está com os cabelos soltos e os cachos adornam o rosto bonito. Hoje ela está vestida com uma calça de alfaiataria branca e uma blusa vermelha tomara que caia.

Ela senta na minha frente e sorri para o garçom quando ele enche sua taça com vinho branco. Percebo que seus olhos são tão castanhos que parecem quase dourados, ainda mais com a luz do sol que entra.

-Já querem pedir?- o garçom oferece os cardápios.

-Vamos querer a massa...

-Eu quero uma salada.- diz com a voz forte.- Com salmão ao vapor.

A encaro com raiva e ela sorri devolvendo o cardápio para o garçom, ele me observa com cuidado e mexo a cabeça dando o cardápio para ele. Vamos comer o que ela decidiu porque sou idiota demais.

-Achei que fosse mais educada.- digo ajeitando os talheres.

-Eu sou muito educada.- franze as sobrancelhas.- Com quem merece.

-Eu não mereço, então?- me inclino pra frente.- Afinal, a gente vai casar.

-Vai, não é?- cruza os braços.

-A última coisa que eu queria, era casar com uma Romano, mas estamos aqui....

-Estamos aqui...- assente.

-Então estamos sendo obrigados a casar...

-Obrigados...

-Pare de repetir.- bufo.

-Desculpa, nem percebi.- ela sorri para mim.

-Não, não percebeu.- a observo.

Giulia me observa com os olhos dourados e as sardas no nariz e nas bochechas parecem mais fortes quando o garçom abre mais as cortinas e o sol bate mais forte nela fazendo a pele dela ficar dourada.

-Se eu me lembro bem, essa casamento que vai acontecer era pra ter sido seu e do...

-Não fale dele.- balança a cabeça.

-Não posso falar...

-Não, não pode.- fecha as mãos em punho.

-O que você vai fazer, me bater?- vejo que suas bochechas ficam vermelhas.

-Não fale dele.- repete.

O garçom volta com os pratos prontos, acho que eles tentaram fazer no menor tempo possível para não reclamarmos ou era porque o prato só tinha folhas e um peixe que não parecia cozido devidamente.

-Eu não gosto disso tanto quanto você.- informo enquanto ela coloca um pedaço de peixe na boca.

Observo o anel da minha avó no seu dedo e travo o maxilar, era uma herança de família e minha avó tinha sido morta em uma disputa de território com os Romano. Ela estava usando o anel de alguém que a família dela assassinou.

Jogos de Máfia Onde histórias criam vida. Descubra agora