Capítulo 3

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Giulia Romano

-Pra onde vamos?- pergunto enquanto minha mãe começa a trançar meu cabelo.

-Seu pai falou que ia sair e queria que você fosse.- explica fazendo rapidamente porque sempre faz essa trança em mim.

-Ele vai me levar pra perto do rio e falar uma frase de superação?- me abraço e ela sorri.

-É bem provável e você vai sorrir.- diz apertando minha bochecha antes de abrir meu armário.

-Estou cansada e com dor.- observo ela escolher entre os vestidos.

-Não dê trabalho, querida.- ela coloca um vestido vermelho tomara que caia em cima da cama.

Respiro fundo e pego o vestido indo até o banheiro, coloco um pouco de maquiagem por causa das olheiras e depois coloco o vestido. Minha mãe sempre gostou de me vestir com vestidos longos e arrumados, esse era um que eu usava muito para sair.

Saio do banheiro e coloco as sapatilhas enquanto afasto alguns cachos que escaparam da trança e ela nunca consegue prender. Uma das empregadas abre a janela do meu quarto e bufo sentando na cama enquanto penso em mil motivos para voltar para a cama.

-Giulia, deixe de preguiça.- minha mãe me puxa para fora da cama.- O motorista já está esperando.

-Você realmente não sabe o que é?- pergunto.- Assim eu posso falar com ele aqui e evitamos toda a cena.

-Eu fui ver a organizadora do casamento.

Ela começa a mudar de assunto enquanto me leva até às escadas, mas odeio a forma que ela muda de assunto para um pior, e ainda por cima como se o meu noivo só tivesse desmarcado e não morrido brutalmente.

-Foi, é?- desisto de lutar contra ela.

-Sim, expliquei a situação.- desce as escadas comigo.- Ela entendeu perfeitamente e amanhã vou cancelar todos os preparativos.

-Ótimo.- suspiro quando alguém abre a porta para nós e vejo o carro esperando.

-A costureira já terminou seu vestido, vou mandar ela guardar e...

-Guardar?- me viro para ela.- Falei para jogar fora.

-Mas ele ficou tão lindo...

-Não quero ele, mãe, e se souber que você guardou...

-Vou desmarcar a igreja amanhã.- ela muda de assunto de novo.- Você vem comigo e então vamos buscar o vestido para guardar. Se não quiser usar, sua irmã pode...

-É um vestido amaldiçoado.- murmuro caminhando até o carro.

Abro a porta antes do cara que está me esperando e entro, meu pai já está lá dentro e fico calada enquanto o motorista começa o trajeto. Junto as mãos em cima do colo e encosto meu corpo no couro macio do banco.

-Para onde vamos?- pergunto.

-Como você está?- ele foje do assunto.

-Muito bem.- escapo.- Para onde vamos?

-Surpresa.- ele fala vago e suspiro quando segura minha mão.- Sei que está triste pelo seu noivo, sinto muito que tenha acontecido.

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