0.1 Those Roads, No Regrets

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A cama de Harry era macia, e ele era tão lindo nu quanto era vestido, talvez ainda mais, e Louis não se arrependia nem um pouco de ter ficado meia hora parado esperando o guincho com ele. Nem que ele tivesse esperado a noite inteira ainda não ia se arrepender porque honestamente, o cara tinha talento.

Por talento entenda que a vinte minutos do primeiro tempo Louis já tinha se transformado numa coisa incoerente e derretida no meio dos lençóis, com dois dedos dentro dele e os próprios dedos de fechando entre os fios brilhantes e encaracolados do cabelo de Harry.

— Se você, — ele arfou, — quiser ir um pouquinho mais rápido, sabe, eu agradeço?

— Uhum. — respondeu Harry, derramando mais lubrificante, o espaço entre suas sobrancelhas franzido pela concentração.

Louis tinha um problema sério com atenção. Era uma das coisas que o deixava completamente enlouquecido, faminto, desesperado, e Harry Styles parecia ter percebido isso de alguma forma instintiva. Ou só tinha notado como o garoto gostava de se exibir.

Se afogando no som do próprio sangue correndo pelos ouvidos ao que pressionou a cabeça contra o travesseiro, Louis gemeu ao sentir mais um dedo esticá-lo, e a sensação abstrata de tem-alguma-coisa-de-alguém-dentro-de-mim ficar mais forte. Puxou Harry para cima para um beijo desesperado.

— Você vai me foder de verdade ou não?

— Hum, eventualmente, sim.

— Como é que você consegue ficar calmo assim quando eu tô aqui, ai meu deus, sem nem conseguir falar direito?

Harry demorou um pouco para responder, muito ocupado com seus dedos mágicos e em encher a pele do garoto de marcas, parecendo mais focado em fazer Louis enlouquecer do que em responder perguntas..

— Você é lindo. — foi tudo o que ele disse, afundando os dentes e deslizando a língua pelo ponto onde a pele do quadril do garoto se esticava por cima do osso.

Louis não achava que fosse possível corar enquanto transava, mas aparentemente ele estava errado, a julgar pelo súbito calor em seu rosto.

— Posso te montar? — perguntou, só porque estava tão desconcertado e excitado que não sabia mais o que falar.

Mas isso aparentemente tinha algum efeito para Harry, porque o homem parou a meio caminho entre um mamilo e outro que ele estava provocando com os dentes, e grunhiu, parecendo pela primeira vez estar sendo realmente afetado.

— Tudo o que você quiser, lindo. — disse sem fôlego, os lábios se movimentando contra a pele das costelas dele.

Corando novamente, Louis conseguiu manejar a ambos, ainda sem perder os dedos dentro de si, gemendo ao senti-los se mover e girar quando Harry se ajeitou por baixo dele. Só quando tinha uma perna de cada lado do quadril do homem, as unhas da mão esquerda cravadas na pele pálida e salpicada de tatuagens dele, e uma camisinha firmemente encaixada no lugar, foi que afastou os dedos e se inclinou para trás, descendo lentamente em seu pau, fechando os olhos.

Aquilo era bom. Zero arrependimentos, definitivamente.

Embaixo dele, pressionando os dedos em sua cintura, com os cabelo desarrumado, o rosto corado, e os olhos fixos nele com um brilho faminto e desesperado, Harry silenciosamente concordava.

♥♥♥

Louis acordou com o sol brilhando entre as persianas e um movimento no colchão que denunciava alguém saindo da cama, e instintivamente começou a se virar para levantar também. Uma mão quente e macia deslizou por seu braço, o fazendo parar.

— Pode ficar aí, eu só vou procurar alguma coisa pro café da manhã.

Ele voltou a fechar os olhos, sentindo um sorriso largo e abobalhado rasgar seu rosto.

— Você é muito bom pra esse mundo.

Harry riu e saiu do quarto, os passos abafados de pés descalços no carpete desaparecendo gradualmente escada abaixo. Voltando a afundar na cama, e agora abraçando o outro travesseiro, Louis voltou a dormir, relaxado.

Acordou de novo com a mistura do cheiro de comida e os dedos deslizando gentilmente por seu cabelo. Ainda sem abrir os olhos, resmungou:

— Você definitivamente é bom demais pra esse mundo.

— Eu pensei que você só estava comigo pelo carro. — brincou Harry, acariciando a concha de sua orelha.

— Humm, na verdade é porque você é gostoso mesmo. Comida?

— Eu não vou te dar comida na boca, seria brega demais, me desculpe.

— É, mas 'pera aí, eu tenho que escovar os dentes. Que preguiça, cara, sua cama é o paraíso.

Harry continuou deitado, rindo e mordendo uma torrada, encarando descaradamente enquanto Louis se arrastava até a mochila que tinha largado numa poltrona, e então para o banheiro da suíte. Voltando para o quarto, muito mais desperto, foi que percebeu a quantidade absurda de claridade inundando o cômodo.

— Que horas são? — perguntou, sentando na cama e aceitando a xícara de chá que lhe era oferecida.

— Onze e meia, eu acho.

— Que? Porra, perdi o trem, que merda.

— Trem?

— É, eu tinha ficado de ir ver uns amigos, daí agora tenho que esperar até amanhã pra pegar o trem, que saco. Mas tudo bem, já aconteceu coisa pior, tipo da vez que eu 'tava na Alemanha e dormi no trem e fui parar na Itália.

Se apoiando melhor na cabeceira, Harry o olhou curiosamente.

— Você viaja muito?

— É só o que eu faço, todo mundo da minha idade foi ficar com a bunda quadrada na faculdade, mas eu escolhi viajar, a estrada é o lugar mais perfeito do mundo, é onde eu me sinto em paz, sabe? E só me custa uns trabalhos temporários e um monte de caronas, no fim.

— E de onde você está vindo, dessa vez?

— Liverpool, mas 'tava chato, daí vim pra Manchester, pra pegar o trem pra Aberdeen.

— Eu nunca fui a Aberdeen.

Louis deu de ombros, colocando um bacon inteiro na boca, e respondeu de boca cheia.

— Nem eu, um pessoal que resolveu ir pra lá e me chamou.

Harry pareceu pensar por um momento, as sobrancelhas se unindo enquanto ele mastigava lentamente, sua mão parecendo gravitar inconscientemente até o brinco de prata que Louis tinha colocado poucos meses antes, seu dedo indicador girando em volta do pedaço de metal lentamente.

— Quer ir comigo? A Aberdeen? — ele perguntou, os olhos levemente perdidos, mas focados no rosto de Louis.

— Como assim? Olha, rimou.

— Eu estou de férias, e não tenho nenhum compromisso nos próximos dias. Você quer ir comigo dirigindo até Aberdeen?

— Tem certeza?

— Vamos, eu quero experimentar um pouco dessa paz da estrada, Louis.


Nota: Mais uma vez, agradecimentos a minha beta oldirectioner, sem ela esse smut nunca teria sido tão incrível.

A parte de dormir num trem na Alemanha e acordar na Itália é real, aconteceu com meu avô depois da Guerra, e ele ainda passou um tempo morando com a comunidade judaica italiana, meu gene louco vem daí ;)

Obrigada a todo mundo que apareceu por aqui até agora, vocês me fazem TÃO feliz!

Amor,

Lua

xxx

:)

My Heart Belongs to Daddy, My Soul Belongs to the Road ♥ L.S. AUWhere stories live. Discover now