1.3 Cold Bed, Warm Heart

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Setembro de 2013

Harry estacionou o carro e esfregou a testa, se sentindo irritado e exausto com os alunos, mas principalmente com os demais professores que pareciam viver em um universo paralelo e não sabiam cooperar. Pegou a carteira, o celular, a pasta e se arrastou para fora do carro, sem sequer sorrir para a adorada BMW como geralmente fazia. Caminhou para fora da garagem e esperou a grade automática se fechar, a calma do movimento mecânico servindo para tirar um pouco de sua irritação.

Só então se voltou para a porta de casa e tomou um susto, porque os degraus da entrada estavam obstruídos por uma pilha de malas e por um garoto sentado com a testa apoiada nos joelhos, um dos fones tendo caído de sua orelha e contrastando com a calça vermelha que vestia.

Ele se aproximou lentamente, e então estendeu a mão e tocou os cabelos macios de Louis, se perguntando se aquilo era um sonho. O garoto se mexeu e levantou a cabeça, seus olhos deixando claro que tinha caído no sono.

— Lou, o que você está fazendo aqui desse jeito, babe?

Louis resmungou alguma coisa, coçou os olhos, e então sorriu.

— Oi daddy. — ele bocejou. — Posso dormir aqui hoje? E deixar minhas coisas guardadas enquanto vou ver minha mãe em Doncaster?

Franzindo a testa, Harry se adiantou para destrancar a porta e ajudar Louis a levar as malas — eram três — para dentro.

— Claro meu bem. — ele tomou o rosto do garoto entre as mãos. — Aconteceu alguma coisa?

— Nope. Lembra que eu disse que a gente só ficava até esse mês na Irlanda? Então, Niall já foi viajar com o Ed, e eu resolvi ficar um tempo aqui no Norte. Amanhã vou pra casa da minha mãe ficar uns dias, mas não podia levar isso tudo, não preciso das coisas todas, aí pensei se podia deixar guardado aqui.

— Claro que pode! — disse sorrindo. — Quer tomar banho e ir para a cama? Eu faço um chá e então nós dormimos.

— Uhum. — ele fechou os olhos, parecendo estranhamente exausto, o que fez Harry se perguntar quanto tempo ele tinha ficado esperando na porta de casa. — Me empresta toalha e sabonete?

— Babe, por que você não me ligou para avisar que estava aqui? — perguntou, Harry, ainda preocupado.

— Você não ia poder largar o que 'tava fazendo no trabalho pra abrir a porta pra mim, né.

— Mas eu teria te dito onde fica a chave de emergência, Lou. Da próxima vez me ligue. Vem, você quer banheira ou chuveiro?

Louis seguiu atrás dele escadas acima, arrastando os pés.

— Chuveiro ou então eu vou dormir na banheira.

— Tudo bem então, vá começando que eu vou buscar uma toalha. — disse quando eles chegaram ao patamar do andar de cima.

Minutos depois, quando entrou no banheiro, a água já estava correndo e Louis estava de cabeça baixa debaixo do jato de água quente, estonteantemente lindo, como sempre. Harry tratou de se despir rapidamente e abrir a porta de vidro, se lembrando da primeira vez que Louis o tinha convidado a fazer isso, em Gales, mais de um ano antes.

— Senti sua falta. — sussurrou.

Louis levantou a cabeça, sorrindo suavemente.

— Eu também.

Harry se aproximou, envolvendo a cintura fina dele com os braços. Queria tanto dizer alguma coisa, derramar em palavras o calor que sentia em seu coração a cada vez que via aqueles olhos azuis, mesmo que numa foto desfocada enviada por mensagem, o frio que sentia cada vez que se deitava sozinho na cama, permanentemente ciente da ausência de outro corpo, pequeno e bronzeado, ao seu lado.

My Heart Belongs to Daddy, My Soul Belongs to the Road ♥ L.S. AUWhere stories live. Discover now