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Caminhando pelos corredores atrás de uma opinião sincera do seu diretor, Richard não exibia sorrisos, não cedia cumprimentos a nenhum dos seus colegas. Sua mente estava longe, seu foco extraviado para apenas uma pessoa, um único acontecimento que sequer o permitia dormir a noite. E quando passou pela porta daquela sala, percebeu que não era apenas ele a não conseguir ter uma boa noite de sono nos últimos dias. Estavam exausto, perto de caírem para o limite que ainda os mantinha de pé. Mas tinham em suas mãos uma situação que não era bem recebida pela junta superior a diretoria do FBI, e com a corregedoria sempre atrasando os seus avanços, o trabalho se tornava cada vez mais difícil. 

— Anunciar a sua presença ainda serve como demonstração de respeito, agente Rios — em sua frente possuía as poucas informações conseguidas sobre o desaparecimento de Andrea Delatorres. Sua atenção podia ser dividida por alguns minutos — Conseguiu rastrear o ponto de partida daquela fotografia?

— Ela nos foi entregue através dos correios, senhor, como uma espécie de pista anônima. Não acredito que possamos chegar em algum lugar com isso, mas podemos fazer uso dela e levar o problema para as autoridades amigas — segurou o olhar rude do chefe — Sozinhos estamos estacados, mas com o apoio de alguns colegas talvez possamos progredir de alguma forma.

— Enquanto não resolvermos o problema do vazamento de informações, não traremos mais ninguém para o nosso prédio, tão pouco para as nossas operações — diante do seu semblante, ficou claro que não tocaria no assunto outra vez. Richard apenas assentiu — E quanto esse anonimato, é tudo uma farsa. Não preciso ser um gênio para saber que essa “pista” partiu de Pietro Delatorres.

— Mas senhor, porque acha que ele se arriscaria dessa forma tendo os meios que possui? — ajustou a postura e pigarreou por um segundo — Quero dizer, a Belmont é tudo o que restou pra eles mas não quer dizer que suas mãos foram limitadas de alguma forma. Mesmo que esteja se escondendo da gente, ele não perdeu os seus recursos — encarou a seriedade do homem — Estou tentando entender o seu ponto, senhor.

— É tudo muito simples, agente Rios — fez das costas da cadeira o seu alicerce — Antes de ser um criminoso filho da *puta, Pietro primeiro se tornou um marido, e logo depois recebeu a dádiva de ser pai. Então não é nada de outro mundo prever que ele esteja de alguma forma ajudando a esposa a lidar com essa ocorrência, enquanto do lado de fora, faz tudo dentro do seu costume para também encontrar a filha bem e com vida.

— Compreendo que não queira fazer mais do que já está em suas mãos, mas ainda acredito que talvez tenhamos mais sucesso se levarmos o sequestro de Andrea a público — ouvindo suas palavras, Kássios respirou fundo e assentiu. Havia um novo ponto por trás daquela insistência.

— Por favor, agente Rios — cruzou os braços sem permitir o desviar do mais novo — Me diga, o que realmente você veio fazer aqui?

— Mesmo que estejamos agindo, sem um pronunciamento público do senhor faz parecer que não nos importamos, que ainda consideramos esse desaparecimento como uma espécie de fuga para alguém já condenado diante das acusações que sofreu — jamais admitiria, mas o empenho do rapaz era algo que o agradava.

— Você está aqui desde o início, Rios — jogou na frente do agente alguns documentos que recebera na última noite — Andrea Delatorres não é quem procuramos, alguns dos vazamentos desta equipe vem acontecendo bem antes da chegada dela — 

— Eu nunca duvidei da palavra dela, senhor, tão pouco do caráter inquebrável — estufou o peito sem medo de ser intimidado — Ela era inocente, e gritou isso em todas as vezes que foi forçada a passar horas naquela sala sem a mínima chance do benefício da dúvida. Entendo se quiser me punir por isso, mas foi um enorme erro julgá-la apenas por ser filha daquele homem. Afinal, ela sempre foi mais parecida com a mãe.

A Filha do Dono da MáfiaOnde histórias criam vida. Descubra agora