🄲🄸🄽🅀🅄🄴🄽🅃🄰_🄳🄾🄸🅂

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No início daquela manhã, a leve chuva passageira trouxe consigo uma frente fria inesperada. Ainda na porta do seu apartamento, Katherine Rivera precisou voltar para dentro apenas para se apropriar de roupas mais quentes. Estava atrasada, e os chamados do seu tio não eram nada sutis. Três chamadas foram ignoradas, e as mensagens diziam exatamente o que o homem pensava sobre toda a sua demora. Ele estava equivocado.

No estacionamento do seu departamento de trabalho, quando descia do carro, a agente enxergou de perto a chegada de Andrea. Em uma última vasculhada no porta luvas, pegou seu distintivo junto da arma e fechou a porta, acionou o alarme e sorriu para a ruiva que a observava com muito cuidado. Passarem juntas pela entrada daquele prédio trariam reclamações para o seu ouvido, que não desejava ouvir àquela hora da manhã. Mas depois de aprender a não se importar com opiniões sobre a sua vida longe dos limites profissionais, lançou o foda-se e se juntou a caminhada de Andrea na direção da entrada principal.

— Ele te ligou também, não foi? — Katherine não conseguiu esconder a sua surpresa com a pergunta deixada no ar por Andrea. Seu tio estava começando a passar dos limites.

— Parece que já passou da hora de alguém colocar o diretor Rivera em seu devido lugar — não escondeu a sua irritação, e também não forçou sorrisos ao passar por Marcos e avistar Kássios em uma observação sobre cada um que passava por aquele hall. Se fosse possível, o arremessaria dali mesmo.

— Deixa pra fazer isso depois — sentiu o toque em seu ombro quando mirou as escadas — Temos muito trabalho a fazer, e segundo os e-mails enviados, temos mais uma vítima. Talvez fosse por isso a urgência dele em nos ter aqui. 

— Isso não é uma desculpa aceitável para se intrometer em nossas vidas pessoais, mas tudo bem, você está com a razão dessa vez — negou o sorriso de satisfação da ruiva e seguiram direto para a sua sala, ignorando por completo a presença do diretor naquele corredor — Bom, as atualizações já estão aqui, e parece que se trata de mais um membro da Devil Saints.

— Foi nesse mesmo lugar que os homens da Belmont tiraram a vida do agente Muller — se sentou na cadeira de frente para a mesa e acompanhou o breve estudo de Katherine — Esse terreno esteve vigiado pela polícia local por um longo tempo, mas decidiram dedicar sua atenção à coisas mais “reais” nos últimos seis meses.

— O que claramente explica o fato do crime ter sido reportado por um ambulante perambulando por aqueles lados — jogou os papéis sobre a mesa e visualizou o diretor de braços cruzados nas costas de Andrea — Não é porque carrega um cargo superior, que tem o direito de sair entrando dessa forma sem bater na porta, senhor.

— Deixei claro que a queria na minha sala assim que chegasse, mas vejo que não se deu ao trabalho nem mesmo de ler as mensagens que enviei — seu olhar era duro, julgando em silêncio tudo o que não podia dizer naquele momento. Katherine respirou fundo, e em sigilo, Andrea a aconselhou a não perder a paciência tão cedo.

— As atualizações sobre a nova vítima do caso Devil Saints me pareceu ser mais importante, senhor — segurou com autoridade as indiretas presentes no olhar que vagava entre a sua pessoa e a presença de Andrea, que percebendo a tensão presente, girou a cadeira e também ficou de frente para o homem. 

— O agente Sierra está cuidando disso, o corpo da vítima já foi enviado para o legista de plantão — apesar da recepção que teve quando voltou, Andrea conseguia sentir que o homem não era mais o mesmo com relação a ela, e com a chegada de Marcos Sierra, as coisas se mostraram ainda mais intrigantes — Estou encaminhando você, agente Delatorres, para acompanhá-lo durante as investigações. E quanto a você, agente Rivera, quero que volte o seu foco para o caso Rios.

A Filha do Dono da MáfiaOnde histórias criam vida. Descubra agora