A Filha do Dono da Máfia

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Acomodado em um antigo apartamento seu, localizado em uma zona de classe baixa da cidade, sentado de frente para o computador e com Homero parado ao seu lado, Pietro ouvia com atenção as palavras que eram trocadas longe de onde estava.

- Tem certeza de que quer mesmo fazer isso? - junto da ruiva, Katherine perguntou enquanto cuidava de terminar a sua preparação para a batida que estavam prestes a fazer.

- Quando fala desse jeito, faz parecer que não passou quase toda a sua carreira atrás dele. Sabe disso, não é? - com o semblante leve e pendurando a semi automática no ombro, Andrea abria um divertido sorriso na direção da morena.

- O problema é que eu sei - negou a própria dúvida - Pelo menos vai dar fim ao pé atrás que o diretor insiste em manter com você.

- Já viu a cara do Marcos pra mim? - Andrea não conseguia esconder o quanto gostava de provocar o homem, e para isso Katherine abria um sorriso de canto - O palhaço não consegue mesmo engolir o meu distintivo, e nem o fato de ser eu a escolha de todos os dias.

- Se não se gabasse tanto, talvez ele te odiasse menos. - fechou o colete e guardou a pistola nove milímetros no coldre em sua perna. Estava pronta, e Kássios já colocava a equipe selecionada por ele em movimento.

Enquanto Homero se afastava para entrar em contato com os poucos homens presentes nas proximidades da residência Delatorres, Pietro isolou o som em uma segunda aba na tela do computador, e abriu as imagens de vídeo da casa como foco principal. Ainda fazendo alguma cena, Richard estava de saída, e da forma como foi pedido, os demais aguardavam a chegada do FBI. Haviam recebido uma ordem, e até o momento, era a mais fácil das suas vidas.

- Senhor, o Rios está posicionado para conseguir imagens mais nítidas do lado de fora. Quer que ele faça mais alguma coisa? - com o rapaz ainda na linha, Homero se virou para o mais velho.

- Não vejo necessidades, prossigam com o que já está programado - priorizando o som transmitido pela escuta plantada em Andrea, cruzava as mãos na altura do queixo - Qual a sua estratégia, meu amor? O que pretende conseguir com uma jogada como essa?

Na rua onde Andrea morava, Kássios esperou que o cerco fosse montado ao redor da moradia onde supunham estar Pietro Delatorres, então tomou a frente da sua equipe com Marcos Sierra ao seu lado. Andrea e Katherine vinham logo atrás, todos com suas armas empunhadas e pronta para o disparo se necessário.

Do lado de dentro da casa, mantendo a normalidade do seu trabalho, os homens responsáveis por ceder plateia àquela ação do FBI não se assustaram quando portas foram postas abaixo e uma quantidade desnecessária de agentes invadiu o espaço onde se encontravam. Ameaçaram pegar suas armas, mas apenas para não entregar o fato de já saberem que tudo aconteceria exatamente daquela forma. Então, em silêncio e rendidos à vontade dos federais, observavam a inútil busca por mais pessoas no local.

- Tudo limpo!

- Limpo!

- Não tem mais ninguém, senhor - se posicionando ao lado do diretor, Carlo Torres informava os resultados da sua procura por cada canto daquele lugar. Por algum tempo agiu como um imediato do seu superior, mas entendia ter perdido este posto para a chegada do agente de San Diego

- Merda! Parecia que estávamos tão perto - segurando uma pasta de arquivos que levava os nomes de alguns membros da máfia rival, Kássios encarou os detidos - Onde ele está?

- Supondo que um de nós tenha essa resposta, acha mesmo que seríamos idiotas ao ponto de arriscar as nossas vidas por causa de um acordo besta que podem nos oferecer? - ouvindo a resposta de quem parecia estar a frente naquele momento, Andrea não quebrava a sua postura. Nas costas do diretor, cruzava as mãos sobre a arma não mais engatilhada ainda pendurada em seu ombro.