SHUT UP AND DRIVE - Lando Norris

Capítulo 06

— Vocês estão aonde? — Pergunto já me sentando na cama, coçando o olho.

A minha vontade é responder que eu estou pouco me lixando para esse playboyzinho otário. Sério que ele tinha decidido festejar na noite anterior ao voo novamente? Sério mesmo? Era para me matar. Matar de ódio, só pode.

— Na frente do hotel, mas tem algumas pessoas acampadas na porta, acho que são fãs. — Ele fala e o meu coração gela.

— Peça para o motorista levar vocês pela entrada para funcionários do hotel, encontro vocês em uns 5 minutos. — Eu digo já colocando minha jaqueta jeans e uma calça de moletom por cima do babydoll.

Pego meu celular, cartão do quarto, uma máscara cirúrgica e um óculos escuros. Desço pelo elevador e quase voo para a área somente para funcionários. Quando vejo uma van cinza parar e abrir a porta, Daniel segura em pé Lando com dificuldade, ele não está desmaiado, mas está super bêbado. Eu tenho apenas vontade de matar eles dois.

— Que porra é essa Daniel? — Pergunto irada quando coloco os óculos escuros e a máscara cirúrgica em Lando que nem reage.

— Eu... Eu só trouxe ele, amanhã vocês tem vôo. — Ele responde colocando o braço de Lando no meu ombro e eu seguro a cintura dele, para que não caia, mesmo assim mantenho ele escorado no meu corpo. Ele é mais alto e mais pesado que eu.

— Quando estiverem sóbrios eu mato vocês dois. — Ameaço e ele me encara sério, então apenas corre de volta para a van e me deixa com Lando bêbado para trás.

— Eu não estou bêbado. — Lando murmura, sua cabeça está pendendo para os lados.

Eu não vou discutir com bêbado. Apenas respiro fundo e o caminho até o elevador é tranquilo, enquanto esperamos o elevador chegar Lando me abraça e posso sentir o cheiro de bebida e de maconha vinda das suas roupas.

— Você é um bêbado carente Norris, que ridículo. — Resmungo nos afastando.

— Eu só estou... cansado... — Ele murmura embolado.

Agradeço a Deus quando o elevador desce e está vazio, aperto para o andar em que estamos hospedados. Não bastava toda a situação ser bem ruim, agravava de forma pior, porque na Arabia Saudita é proibido demonstrações de afeto como abraços e mãos dadas com o sexo oposto em locais publicos. No nosso andar não tem uma alma viva, graças a Deus, e então começo a tatear os bolsos da sua roupa procurando o cartão da chave do quarto.

— Onde você guardou a sua chave? — Pergunto sussurrando e ele dá de ombros levantando as mãos, com esse gesto ele quase cai para trás. — Mas que porra Norris você tem na cabeça?!

Eu não encontrei nada na sua carteira a não ser seus documentos e alguns cartões de crédito. Reviro os olhos e tento pensar em algo, mas escuto o barulho do elevador e fico com medo. Antes que ele se abra eu empurro o Lando com tudo na porta do meu quarto e forço nós dois a entrar de vez. Em um movimento rápido eu jogo seu corpo na cama do quarto e tranco a porta atrás de mim. Suspiro nervosa, quase fomos pegos, eu poderia perder tudo o que estava me esforçando e nem tinha chegado na metade das viagens pelo mundo.

Quando eu abro os olhos encaro a razão da minha chateação que agora está imóvel deitado de braços abertos na minha cama, provavelmente dormindo. Respiro novamente e tiro cuidadosamente o meu óculos escuros e a máscara cirúrgica do seu rosto. Ele mexe a boca e vira todo o corpo para o lado, nem parece que tira a minha paciência o tempo todo.

Eu realmente sou babá de playboy. O pensamento bobo me faz dar risada, ao me ver nessa situação. Um pensamento intrusivo passa rapidamente pela minha cabeça, e se eu tocasse no seu cabelo? Os cachos estavam caidinhos de forma fofa. Mas simplesmente decidi não fazer isso. E o meu plano de não ficar sozinha com ele de novo? Foi por água abaixo, ou deveria dizer álcool abaixo também, mas essa era uma piada ridícula, que vaga na minha mente me fazendo rir sozinha. Desamarrei seus sapatos e empurrei ele para o meio da cama, eu sabia que não dormiria novamente, apenas peguei meu kindle e sentei na poltrona do quarto para ler até amanhecer. Essa distância seria segura o suficiente.