Capítulo 4

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Júlia

Estava na sala de espera do aeroporto lendo um livro no meu Kindle enquanto Sue e Lizie conversavam animadamente sobre tudo que gostariam de fazer no Rio de Janeiro. Era cada coisa que as duas falavam que me fazia revirar os olhos, por isso tentava ignorar as sandices das duas. Às vezes me achava uma velha presa em um corpo de 26 anos. Não gostava das músicas que os jovens da minha idade ouviam, não gostava de lugares lotados, e até os livros que eu escolhia para ler eram diferentes.

— O que você está lendo, Ju? — Sue tomou o aparelho da minha mão olhando a minha biblioteca.

— Um livro — respondi fazendo com que ela revirasse os olhos.

— Está lendo Depois, do Stephen King? Credo, amiga, precisa de leveza nessa sua vida. Vou baixar um livro para você ler, eu amei, acho que vai gostar — afirmou me devolvendo o Kindle em seguida já com o tal livro baixado.

A Menina do CEO da Jéssica Larissa, ok, assim que terminar de ler o do King eu começo esse. Se for ruim vai ver comigo.

— Eu gostei — Lizie comentou piscando cúmplice para a Sue e me fazendo entender que o livro deveria ter muitas cenas quentes. — Só acho que a Júlia vai ter uma combustão instantânea, coitada.

— Nem um vibrador ela pode usar, isso sim é triste.

Guardei o aparelho dentro da bolsa quando o aviso do nosso voo soou pelo aeroporto.

— Vocês duas não valem nada.

— Também te amamos. — Sue beijou meu rosto seguindo para a fila.

Nós nos acomodamos nas poltronas e não demorou para Lizie pedir algo para comer. O voo foi tranquilo.

O dia estava tão lindo e a vista que tive da janela do avião na hora da aterrissagem mostrava porque o Rio tinha o título de Cidade Maravilhosa. Descemos do avião e fomos direto para o hotel onde ficaremos hospedadas. Saulo iria vir com a gente, mas teve um compromisso de última hora e acabou adiando a viagem para o dia do congresso, por isso Sue estava chateada e com ar de tristeza quando estávamos indo para o hotel.

— Não fique assim, amiga. Vai ser bem mais divertido do que ficar com o seu pai aqui, ele só iria atrapalhar nossos planos de viver a noite carioca — Lizie tentou consolar.

— Não estou triste, só um pouco cansada mesmo.

Ela jamais admitiria que essas atitudes do pai a magoavam. Desde muito nova ela criava expectativas demais, e quando ele não podia cumprir, ela ficava toda magoada.

Chegamos no hotel e trocamos de roupa para irmos para a praia. Depois faríamos um passeio pela cidade maravilhosa.

Ficamos dois dias só aproveitando as praias e bares badalados do Rio. Na noite anterior o escolhido foi o Sambô, tinha um grupo de pagode tocando e muita gente bonita. Como não iria dirigir acabei tomando algumas caipirinhas, o que geralmente não fazia, pois não gostava de beber. Olhei para o lado e vi um moreno lindo olhando para a Sue. Ele se levantou e começou a dançar. Depois se aproximou puxando sua mão para acompanhá-lo. Não tinha ninguém no bar que não olhasse para os dois. Não demorou a estarem aos beijos. Sue acabou fazendo algo que reprovei de cara, mas que Lizie deu o maior apoio. Ela foi para o hotel com o cara para uma noite casual o que me deixou quase sem dormir a noite toda de preocupação.

Ela chegou o dia já estava claro e com ar de sonhadora.

— Pelo visto a noite com o tal Don Juan foi boa — censurei enquanto ela tirava a roupa e vestia um biquíni minúsculo.

Corações Proibidos - A paixão secreta do médicoWhere stories live. Discover now