Capítulo 6

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Saulo

Eu só podia estar ficando louco. Um velho pervertido. Um homem de 44 anos excitado durante um mísero passeio de jet ski, e pior, com a melhor amiga da minha filha. O fato de Júlia ser residente e trabalhar comigo já deveria pesar muito, mas isso nem chegava perto do peso de ser amiga da Suellen.

A verdade era que estava vivendo um inferno nos últimos meses. Nunca fui de perder o controle. Meus envolvimentos eram com mulheres que eu escolhia a dedo, e nunca deixei ser levado por atrações bobas. Porra, a verdade era que de boba não tinha nada, era forte demais, tanto que poderia me deixar a ponto de fazer uma besteira a qualquer momento. Não faço ideia quando isso começou, mas venho tentando mascarar o desejo com todas as minhas forças.

Fazia muito tempo que não a via, anos na verdade. Não lembrava direito como Júlia era antes, só sei que quando ela entrou na sala de reuniões para o programa de especialização meus olhos viram a mulher que ela havia se tornado e minha mente apagou quem ela tinha sido no passado a ponto de enxergar alguém totalmente nova, diferente. Linda e sexy pra caralho. Lembro-me que ela se aproximou nervosa e com um sorriso contido, foi então que me lembrei de já ter visto aqueles olhos esverdeados antes.

Ela me cumprimentou e disse quem era e que estava muito feliz por ter a oportunidade de aprender comigo. Ah, se ela soubesse o que eu realmente gostaria de ensinar. Fiquei abismado por não ter me lembrado da garotinha que frequentava a minha casa. Não posso culpar a minha mente, pois quase nunca estava em casa quando Suellen levava as amigas, além do mais, estive um bom tempo sem conviver direito com a minha filha por causa das nossas divergências do passado. Coisa que estamos há um tempo a caminho de resolver. Um longo caminho, diga-se de passagem.

Já fazia um tempo que observava Júlia durante os plantões e cirurgias. No começo, tentei convencer a mim mesmo que esse interesse era puramente profissional, e também porque ela era amiga da Suellen, eu deveria ter os olhos sobre ela, talvez. Depois me peguei observando além do profissional. Enxergava seus olhos, seus cabelos que tinha vontade de tocar para sentir se os cachos eram macios como aparentavam ser, admirava seu sorriso e seu corpo, que mesmo sob camadas de roupas tinha certeza que era lindo e me atraía muito. E essa mania de imaginar era o que estava me matando, mas me mantinha distante.

Quando estávamos no barco não consegui tirar os olhos do seu corpo ainda mais bonito do que imaginei. Ela tinha coxas torneadas, seios pesados que pareciam implorar para serem tocados. Tentei não ficar olhando demais, mas a calcinha minúscula enfiada na bunda não deixou.

Que bunda perfeita era aquela?

Queria saber qual era a textura da sua pele, sentir de perto o seu cheiro e provar do seu sabor. Já falei da bunda perfeita, durinha e empinada? Dois montes tentadores que em minha mente pervertida estapeei e mordi sem dó.

Uma vergonha, eu sei.

Já tinha percebido os seus olhares interessados para mim. Como seus olhos esverdeados se demoravam em minha boca enquanto eu falava. Sempre atenta a cada palavra que dizia. Nunca fiquei tão ligado em uma mulher assim antes, nem mesmo com a minha esposa, a única mulher que amei na vida.

No barco, vi como me comeu com os olhos quando me viu com a roupa de banho. Embora tenha tentado disfarçar. Podia sentir o calor dela, mesmo sem estar perto. Sempre sentia aquela aura estranha quando se aproximava. E quando me abraçou na garupa do jet ski a vontade de segurar sua mão espalmada em minha barriga e descer um pouco mais para a maldita ereção que se formou foi vergonhosa. Por isso inventei a desculpa de que ia dar mais uma volta, só para tentar acalmar meu pau ganancioso e sem noção.

Eu tinha que repetir o tempo todo para mim que ela era muito jovem, era só quatro anos mais velha do que a Suellen, além do mais era interna em meu hospital e eu jamais misturava sexo com trabalho. Para piorar era amiga da minha filha. Todos os motivos para me manter longe.

Corações Proibidos - A paixão secreta do médicoWhere stories live. Discover now