Alexandre
- Mãe! Mãe! A senhora conseguiu me ouvir?! Eu falei bem?! Cadê a Giovanna? - Olho ao redor procurando-a.
Minha mãe demonstra preocupação em seu rosto.
- Meu filho, ela foi em direção a saída. Seu pai disse pra ela que a Karen já foi sua ex. - Ela olha para mim séria. - Alexandre, por que cê não disse pra ela antes, Zé?!
A raiva começa a me invadir quando minha mãe me conta o que aconteceu.
- Aquele desgraçado! Eu vou atrás dele! - Ela segura o meu braço.
- Não! Cê tem que ir atrás da Giovanna. Se resolva com ela, fi! Não vale a pena ir atrás do seu pai.
Paro e respiro profundamente. Tentando me recuperar da raiva que sinto. Dou um abraço na minha mãe beijando a bochecha dela.
- Tchau, mãe! Não some. Eu te amo! - Beijo a mão dela.
- Eu também te amo! - Ela me lança um olhar triste. - Filho, cuida dela! Ela precisa ser cuidada. - Eu assinto. Sei que ela está se referindo a Giovanna. Saio correndo para a saída do salão e a encontro no estacionamento com o celular na mão. Talvez já esteja esperando o Uber.
- GIOVANNA! ESPERA! - Grito quando a vejo. Ela está chorando e parece nervosa.
Me aproximo dela segurando o seu braço. Ela me olha perplexa e puxa o ar de uma vez, como se eu tivesse a assustado. Seus olhos estão arregalados em minha direção. Solto-a rapidamente e levanto as palmas das minhas mãos para que ela veja.
- Calma! Eu não vou fazer nada com você, Giovanna! Não precisa se assustar assim.
- Eu quero ir pra casa! Eu preciso... Eu tenho que ficar sozinha! - Ela fala chorando.
- Eu te levo! Vamos conversar! Não precisa ficar assim! - Digo colocando minhas mãos em seus ombros.
- Não encosta! Eu não consigo! Eu quero ir embora! - Ela tenta se desvencilhar de mim.
- Cê tá assim por causa da Karen?! Eu posso te explicar.
Ela olha para mim e seu olhar se distancia. Suas mãos estão trêmulas.
- Não precisa.
- Giovanna?! - Seguro as mãos delas que também estão geladas. - Eu preciso entender o que está acontecendo. O porquê de você estar tão alterada. É sobre eu ter mentido sobre a Karen?! Posso falar?!
Ela balança a cabeça negativamente de um lado para o outro. Passo a mão no meu rosto tentando sobretudo entender o quê está acontecendo com ela.
- Eu quero ir pra casa.
- Então eu te levo.
- Eu vou chamar um Uber. Quero ficar sozinha! - Ela anda em direção à saída do estacionamento.
- Cê não vai pedir Uber uma hora dessa, Giovanna. Me escuta. - Me coloco à frente dela para que ela pare de andar.
- Eu ia te contar, Giovanna, mas eu vi o jeito que cê ficou naquele dia na padaria, depois teve o dia da foto do barzinho. Eu tinha que esperar o momento certo. - Quando eu digo isso ela começa a chorar e balança a cabeça negativamente de um lado para o outro.
- Pára! Pára de falar! Por favor! - Ela me pede entre lágrimas.
- Aquele desgraçado e a Karen insistem em se meter na minha vida. Ela é passado, Gio, acredita em mim! Eu só quero uma mulher na minha vida, só uma.
Me aproximo dela novamente. Ela não recua. Levanto seu queixo para que ela olhe em meus olhos.
- Karen não tem significado nenhum pra mim. Nunca quis nada com ela enquanto estava solteiro e agora que eu estou com você, eu não tenho olhos para mais ninguém, Giovanna! Acredita em mim!
