Chapter Six

2K 307 366
                                    

Lauren’s POV

Uma semana. Uma semana inteira que Camila não aparecia na escola. Nada havia mudado, o que era estranho, mas eu sentia a ausência da menor. Era angustiante imaginar o que ela estava fazendo após descobrir tudo sobre mim.

Meu aniversário seria em 3 dias e eu não estava nem um pouco ansiosa para ele, nem perto do que eu geralmente ficava. Atingir a maioridade parecia mais emocionante nos filmes, mas na realidade, é exatamente a mesma coisa. 

- Filha, já estamos saindo! - Meu pai avisou lá de baixo. Eu apenas gritei de volta em confirmação.

Peguei minha mochila no pé da cama e desci as escadas. Meu pai estava sorridente, como sempre, nem imaginando o que se passava em minha cabeça ao longo da semana. Segundo eles, Camila disse que precisava ir para casa porque “algo urgente tinha acontecido”. Eu sabia o que era esse algo urgente, mas não queria e nem iria falar para os meus pais. Tudo na escola ainda estava igual. 

- Vamos antes que a gente se atrase. - Michael saiu apressado de casa e eu o segui, entrando no carro junto dele quando alcançamos o automóvel.

Eu sabia que meu pai havia notado algo diferente em mim, talvez minha total falta de diálogos para com ele, o que era completamente diferente da Lauren da semana passada. Mas eu não tinha um motivo para estar animada em ir para escola, Camila não estaria lá. E o pior de tudo é que eu não sei se isso é um alívio ou não.

Talvez no fundo eu sinta vontade de conversar com ela e explicar tudo. Explicar como as coisas funcionam para mim e minha total incapacidade de controlar elementos. Talvez ela entenda, certo?

Provavelmente não

Abaixei o protetor solar do carro e me visualizei no espelho, arrumando as lentes que já não me incomodavam mais. Queria garantir que elas estivessem perfeitamente colocadas, evitando que mais alguém sequer desconfie que há algo errado comigo. 

Meu pai estacionou o carro e nós dois descemos juntos, como sempre fazíamos. Não muito diferente das outras vezes, recebemos alguns olhares. Meu pai sempre chamava atenção. Continuamos caminhando calmamente, não estávamos atrasados, então o tempo não era um problema. Eu mantinha minha cabeça abaixada, era uma mania que eu tinha desde a outra escola.

- Eu sempre soube que você era linda e chamava atenção, mas hoje é recorde. - Meu pai se inclinou em minha direção e falou baixo e divertido, como se fosse um segredo. - Está todo mundo olhando para você.

- O quê? - O questionamento saiu de forma automática de minha boca, sem entender de onde o mais velho havia tirado aquilo. Ele só podia estar brincando comigo.

Mesmo sabendo que provavelmente era melhor só continuar meu caminho, eu levantei o olhar e meu coração quase parou quando eu testemunhei os olhares em mim. Por que caralhos eu fui levantar a cabeça?

A maioria das pessoas do pátio estavam me encarando e eu travei, minhas pernas pararam de funcionar e meu cérebro desligou. Em algum ponto, eu teria que ir ao médico, não deve ser normal meu cérebro parar de funcionar com tanta frequência assim. Ele só não desliga na hora de me sabotar, nesses momentos ele funciona perfeitamente bem.

Voltei a caminhar com meu pai pelos corredores, esperando o momento que alguém faria uma “brincadeira” comigo. Eles não fariam com meu pai por perto, eu estava segura por agora. 

Era um pouco esquisito receber tantos olhares, principalmente porque eles nem mesmo tentavam disfarçar que estavam me olhando. Eu cheguei a examinar minha roupa, apenas para saber se havia algo errado em mim, mas eu estava como todos os outros dias; normal.

Your Green Eyes Where stories live. Discover now