Chapter Seven

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Lauren's POV

Acordar mais velha era, surpreendentemente, exatamente a mesma coisa. Nada havia mudado em mim ou na minha maneira de pensar. Era tudo igual ao dia de ontem. Não acordei mais inteligente, mais experiente ou mais madura, não que eu estivesse esperando isso, mas dizem que com a idade tudo isso vem. Não sei se concordo com essa frase. Me sinto exatamente igual.

Acordei até um pouco mais cedo que das outras vezes, hoje era segunda-feira e até nisso o universo me odeia, mas, para minha felicidade, meus pais me amam e me permitiram faltar a aula de hoje como um "presente de aniversário". Eu não reclamei, claro. Não sei se queria voltar para a escola depois de tudo o que aconteceu lá.

Meus supostos poderes estavam desaparecidos, eu simplesmente não conseguia mais mover um elemento e acredite, eu tentei.

- Vai, terra! - Movimentei meu braço na tentativa de ativar meus poderes, o que, obviamente, não funcionou.

Não é possível!

Eu tentei, e continuava tentando. E continuava falhando. Era frustrante.

- Ar, eu escolho você! - Sussurrei e levantei o braço ainda mais alto, tendo mais um resultado negativo com minha movimentação. Mas que caralho! Como faz isso? - Abracadabra...?

Mais uma tentativa frustrada. Antes eu não tinha poderes, agora eu tenho, mas aparentemente, meus poderes são autonômicos, eles decidem quando querem aparecer, não sou eu quem os controla.

Suspirei cansada, aceitando meu fracasso em todas as tentativas que tive. Eu contei para os meus pais sobre o acontecimento na escola, eles precisavam saber, sempre pude ser sincera com eles, então dessa vez não seria diferente, embora as circunstâncias fossem. Não sei dizer se eles acreditaram em mim, mas não desacreditaram. Porém, também não pareciam contentes demais em saber que eu quase destruí a escola com meu descontrole.

Ok, quase destruí é um pouco forte, mas mesmo assim.

Decidi voltar para dentro de casa e me desapegar da ideia de usar meus poderes, talvez eu tenha usado demais na sexta-feira e por isso não conseguia usar agora. Eu sei que não tem nada a ver, mas é melhor pensar isso do que admitir que meus poderes surgem quando eles querem. Eu fiquei um bom tempo no quintal tentando fazer pelo menos um grão de terra se mover, não tendo sucesso, fiquei mentalmente exausta. Era frustrante demais, acho que não tinha uma palavra que definisse melhor o que eu estava sentindo no momento.

Peguei meu celular e abri nas mensagens, ponderando se mandava ou não algo para Camila. Ela disse que eu podia mandar se precisasse de alguma coisa, eu não precisava, mas queria falar com ela. Hoje era meu aniversário e ela me ajudou no meu surto, me parecia justo chamá-la para o jantar que minha família terá para comemorar meu dia. Nosso plano era jantar em um restaurante que descobrimos recentemente. Seria divertido, principalmente pelo karaokê que os donos deixam disponível para quem quer se aventurar e passar vergonha, ou então mostrar seu lado artístico.

Será que ela me acharia uma esquisita por convidá-la sem sermos amigas?

Quantas vezes ela tem que falar que você não é uma esquisita, Lauren?!

Achei melhor deixar essa ideia para depois, nós sairíamos para jantar, talvez eu mandasse mensagem depois do almoço, ela certamente estava em aula agora e eu não queria atrapalhar seus estudos. Embora eu a conhecesse o suficiente para saber que ela estava conversando com suas amigas, afinal, é isso que ela faz a aula toda. Além das atividades, claro.

Meus irmãos estavam na escola, então minha casa estava em uma paz tão deliciosa que eu me sentia no paraíso, era realmente ótimo quando os pirralhos não estavam em casa. Eles ainda não sabem sobre meus poderes, mas se eu conseguir, de fato, controlá-los, meus pequenos vão descobrir da melhor forma.

Your Green Eyes Where stories live. Discover now