Soluço: A Guerra dos Dragões

Capítulo 23 - Despedidas Dolorosas

Pov. Narradora

A batalha continuava a todo vapor e Bertha estava agora no centro dela. Com sua coragem e determinação lendárias, ela se lançou na frente de um grupo de filhotes de dragão, que fugiam dos navios que ainda estavam no Santuário, a loira protegendo-os do ataque infelizmente recebeu todos os tiros das balestras.

Oswaldo: Bertha, não! ─ O homem gritou, impotente, enquanto via sua irmã de batalha ser atingida pelas flechas dos caçadores. ─ Dagur, vá atrás da Camicazi!

Bertha caiu, mas seu sacrifício não foi em vão, os filhotes estavam a salvo, um dragão adulto chegou e os escoltou até o Santuário após queimar todos os arqueiros que ainda estavam de pé.

Oswaldo: Droga, mulher, porque fez isso?

Bertha: Acha que... foi planejado?

Dagur logo apareceu com Camicazi, ele havia chegado a pouco para ajudar enquanto Mala teve que ficar com sua filha, mas ele não poderia deixar seus irmãos sozinhos nessa batalha.

Mesmo tendo tido suas desavenças com Soluço e Heather no passado, tudo tinha se resolvido e agora eles eram muito unidos, Dagur não se perdoaria se não estivesse ali para ajudá-los, assim como Camicazi sentia que nunca se perdoaria por não ter protegido sua mãe.

Camicazi: Dagur, dá pra parar de me puxar... ─ A voz travou em sua garganta ao ver sua mãe alvejada enquanto Oswaldo estava agachado ao seu lado. ─ Não, não, não, não. ─ Ela correu até a mulher, seu sangue escorria e o veneno entrava em seu corpo pelas feridas. ─ Eu já perdi a Kiara, mãe, não vou aguentar perder você também.

Dagur: Todos estão com armaduras, porque isso aconteceu?

Oswaldo: Armaduras não são infalíveis, ainda mais numa guerra envolvendo magia negra.

Camicazi: Por favor, mamãe, você precisa ficar viva!

Bertha: Você é forte, querida, sei que será uma líder incrível para o que restou do nosso povo.

Camicazi: Nunca serei como a senhora, mãe.

Bertha: É claro que não, minha filha. ─ A loira encarou a mãe confusa, Bertha ergueu sua mão trêmula lhe fazendo um carinho na bochecha, Camicazi agarrou a mão da mulher como se pudesse mantê-la consigo dessa forma. ─ Você será bem melhor do que eu!

Camicazi sorriu fraco ao sentir o carinho de sua mãe em sua bochecha, ela abraçou o corpo da mulher evitando as flechas para não lhe causar mais dor.

Bertha: Eu tenho que te contar algo. ─ Ela tossiu em meio a frase. ─ É sobre o seu pai.

Camicazi: Poupe suas forças, você nunca me contou e não precisa ser agora.

Bertha: Eu não terei outra chance, seu pai... ele foi um grande amigo para mim e fez um favor em me dar você.

Camicazi: Já me contou essa história, que um amigo de longa data aceitou te ajudar a ter um filho após saber do seu desejo de ser mãe.

Bertha: Acontece, que seu pai está aqui. ─ Camicazi se afastou olhando a mulher nos olhos, Bertha desviou o olhar e sua filha a seguiu, focando em Oswaldo. ─ O Oswaldo foi quem me deu o maior presente da minha vida, ter você como filha.

Camicazi: Por que decidiu me contar isso agora?

Bertha: Porque eu estou prestes a morrer e quero que você tenha uma família pra te apoiar, nunca me perdoaria se te deixasse sozinha.

Camicazi: Acho que nunca ficaria sozinha, além do Soluço acabei de ganhar 2 irmãos e 2 sobrinhos. ─ As duas riram, Bertha parando rapidamente ao sentir a dor em seu abdômen. ─ Eu te amo, mãe.