Soluço: A Guerra dos Dragões

Capítulo 31 - Reconciliações e Novas Perspectivas

Pov. Narradora

Com o passar dos dias, Stoico foi se lembrando de suas atitudes do passado. As memórias voltavam aos poucos, trazendo consigo o arrependimento e uma vontade sincera de reparar os erros cometidos. Valka e Bocão, em conversas honestas e emocionadas, contaram tudo o que ele havia feito, mas também ressaltaram a mudança positiva que ele havia demonstrado desde então.

Um dia, após muito refletir, Stoico reuniu todas as suas forças e procurou Soluço, ele ainda não conseguia acreditar que seu pequeno bebê já era um homem e um líder, ele o encontrou próximo a sua forja, estava concentrado em seus afazeres quando o mais alto entrou, visivelmente tenso e nervoso.

Soluço percebendo a agitação incomum em Stoico o convidou a se sentar e conversar, ele respirou fundo, olhou nos olhos de seu filho e começou a falar, com a voz carregada de emoção e sinceridade:

Stoico: Meu filho, ao longo dos dias tenho me lembrado das coisas que fiz e que não me orgulho, eu... eu cometi erros graves, feri pessoas que amava e desonrei nosso povo. ─ Soluço decidiu deixar ele falar, desde que a notícia sobre a maldição do medalhão e tudo que Gosmento havia feito, a perda de memória e a gravidez de Astrid, tudo isso havia sido coisa demais para sua cabeça e ele queria resolver aquilo de uma vez por todas. ─ Eu peço perdão, mesmo sem lembrar completamente do passado, sei que minhas ações causaram dor e sofrimento a você e a tantos outros, mesmo que estivesse sob efeito da maldição, para você tudo aquilo foi real e eu não posso acreditar que tive coragem de machucar o meu próprio filho.

Soluço: Stoico...

Stoico: Quando você nasceu ficamos preocupados, você era tão pequeno, tão frágil e delicado, sua mãe e meu pai tiveram medo que você não sobrevivesse. ─ O ruivo sorriu ao se lembrar da primeira vez que pegou seu filho nos braços, a lembrança parecendo tão recente e distante ao mesmo tempo. ─ Mas eu sempre acreditei e disse que você se tornaria o maior líder que Berk já viu, mas vendo você agora, um homem crescido e com uma família formada, além de um príncipe para os dragões, vejo que você se tornou muito mais do que eu jamais poderia imaginar e me sinto orgulhoso, mas triste por ter perdido tudo isso e não me recordar de nada.

Soluço ouviu atentamente, deixando as palavras de Stoico penetrarem em seu coração. Ele viu a genuína dor nos olhos de seu pai e soube que era hora de perdoar, não apenas por Stoico, mas por si mesmo, para poder seguir em frente.

Nenhum deles era culpado pela destruição que Gosmento causou, era hora de deixar o passado no passado e recomeçar, pelo bem de todos e principalmente, deles mesmo, ambos precisavam se curar das dores do passado e parar de sofrer pelo que não poderia ser refeito.

Soluço: Pai, eu perdoo você! ─ Com lágrimas nos olhos, ele se levantou e abraçou Stoico. ─ Sei que todos cometemos erros, fomos manipulados e influenciados por aquele bastardo, mas agora tudo acabou e ele não pode mais nos fazer mal.

Stoico: Que alívio ouvir isso.

Soluço: Podemos recomeçar e esquecer tudo que já passou.

Stoico: A parte de esquecer eu já fiz. ─ Os dois riram, a piada infame na hora perfeita para quebrar a tristeza. ─ Ainda vou demorar a me adaptar que você não é mais um bebê.

Soluço: Eu passo pelo mesmo com meu filho. ─ Stoico sorriu lembrando da notícia que tinha 2 netos, Valka e Bocão passaram uma tarde toda contando a ele o que aconteceu em Berk nos últimos anos e que agora Astrid era sua herdeira. ─ E como você lidou com a notícia da Liv?

Stoico: Foi estranho descobrir de uma hora pra outra, que meu filho recém nascido já está com 28 anos e que tenho outra filha com 20. ─ O ruivo passou a mão sobre o cabelo, mas ele não parecia nervoso, apenas perplexo e também contente. ─ Mas não poderia estar mais feliz em ver que consegui a família que sempre quis, ainda mais com sua mãe estando grávida de novo.