Nunca Deixei de Te Amar

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Oi, Besties!!!

não esqueci de vocês, apenas esqueci de programar o capítulo 🤡

mas, em compensação, volto com 2 capítulos de uma só ver hahaha não precisam esperar até sábado!

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SAMUEL

10 de agosto de 2002

Odeio ter que voltar à São Paulo. A cidade que um dia foi o meu lar, agora me causa repulsa. A minha melhor amiga, se tornou uma estranha e a distância entre Gabi e eu, é excruciante.

Desde que saí da casa de Gabrielle na madrugada, não voltei a vê-la ou a falar com ela. Deixei Felicidade para trás mais uma vez tentando convencer Jessica e essa semana inteira não serviu de nada. Ela segue irredutível. Não conversa direito comigo, não quer me falar a verdade.

— Você não pode tá falando sério, Barcelos! — Jess sussurra, baixinho. — Por favor... você é meu melhor amigo. O único em quem eu posso confiar e...

— Você perdeu a noção, Jessica. — aviso. — Eu não vou me casar com você. O que tá acontecendo na sua cabeça para achar que isso realmente poderia acontecer?

— Eu falo com a Alencar. Eu explico tudo... eu... por favor, Samuel. Não me deixa só! — Jess se ajoelha na minha frente. — Samuel, por favor... — As lágrimas começam a escorrer pelo rosto de Jess, e meu peito aperta. — Eu nunca te pediria isso se não fosse a única opção. Você sabe disso. Eu não tenho mais ninguém.

— E isso justifica me arrastar para essa bagunça? — Minha voz sai mais ríspida do que eu pretendia, mas não consigo evitar. — Você não entende o que tá me pedindo, Jess. Tá pedindo pra eu destruir minha vida. Tá pedindo pra eu destruir a Gabi.

Ela abaixa a cabeça, soluçando de forma descontrolada. É difícil vê-la assim, a garota que sempre foi tão forte, tão rebelde, agora reduzida a esse estado. Mas isso não apaga o que ela tá fazendo. Não apaga o impacto que isso tá tendo na minha vida.

— Eu sei que parece egoísta. — Ela murmura, a voz quase um sussurro. — Mas eu tô desesperada, Samuel. Se eu não fizer isso, vou perder tudo. Minha mãe, a posição... tudo que importa.

— Tudo que importa? — Repito, minha voz cheia de incredulidade. — E eu? E a Gabi? A gente não importa? Você tá pedindo pra eu abrir mão da garota que amo, da vida que a gente sonhou, pra sustentar uma mentira que nem faz sentido.

— Eu sei... — Ela aperta os olhos, como se quisesse afastar a dor. — Eu sei que tô errada, mas você é tudo que eu tenho.

— Isso não é verdade. — Tento suavizar o tom, mas ainda tô furioso. — Você tem sua mãe, você tem recursos, você tem escolha, Jess. Eu não vou ser seu escudo. Não assim.

— Você não entende, Samuel. — Ela me encara, os olhos vermelhos de tanto chorar. — Não é só sobre mim. É sobre o que minha mãe representa. Se isso sair... se a verdade vier à tona, minha mãe perde tudo.

— E por que eu tenho que pagar o preço por isso? — Minha voz sobe novamente, e eu dou um passo para trás. — Por que eu tenho que ser o bode expiatório? Eu não fiz nada de errado, Jess. Nada.

Ela desaba no chão, o rosto enterrado nas mãos, soluçando. O peso da situação me atinge como um soco. Jess não é apenas minha melhor amiga. Ela é minha família, de certa forma. Mas isso... isso tá além do que posso suportar.