Por um Triz!

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Finalmente, faltam apenas duas semanas de ensaio. Ah, não! Meu Deus! Só duas semanas para a apresentação final!!! Desespero, Senhor!!!

Acordei bem mais cedo que de costume, fiz minhas higienes, desci para tomar café e fui me sentar perto da picina. Novamente, olhando para o céu. Adoro fazer isso, sério mesmo! Depois de um tempo, Chris desce. Ele usa uma camisa da banda Legião Urbana, uma calça jeans, um all star e seu cabelo de sempre, bagunçado, porém lindo. Após ele tomar café, fomos para a escola tagarelando o caminho inteiro.

Eu, diferente das outras vezes, fui direto para a sala. Como acordei cedo, não queria ouvir todo o barulho que havia no pátio. Um pouco depois, bate o sinal e a galera vai chegando na sala. Nossa primeira aula é de matemática: ótimo! Não que eu odeie matemática, muito pelo contrário, até gosto um pouco, mas hoje, infelizmente, minha cabeça não me permite fazer cálculos. Minha única preocupação são os ensaios.

Na hora do almoço, fomos para o pátio. É bem melhor comer lá, bem mais confortável. Conversamos muito, principalmente, sobre nossa dança. Tem vários grupos que vão competir com a gente e, já que nos esforçamos muito para chegar até aqui, não aceito menos que primeiro lugar nessa competição. Confesso que tem um grupo que é muito bom e que se não tomarmos cuidado, eles podem nos vencer.

Mais tarde, fomos ensaiar:
Eu - Isso, galera! E 1, e 2, e 3, e 4... 5, e 6, e 7 e... Galera, assim, não dá! - Falo vendo a bagunça que está. Os pares estão muito perto uns dos outros e isso está me incomodando. Vai que alguém esbarra lá na hora? Tem que ter espaço.
Chris - Eu acho que está bom.
Eu - Mas não é o que você acha, tá? Eu acho que estão muito perto uns dos outros e que é um grande risco esbarrarmos lá! Iai?
Megan - Calma, amiga. Não é pra tanto!
Eu - Fala sério, Megan! Agora vai defender ele, também?
Megan - Não é bem assim, mas acho que é um exagero isso que você está fazendo!
Eu - Isaque, Jenny, Lucas... Se pronunciem.
Isaque - Ah, amor... Pode manerar um pouco, né?
Eu - Até você? Quer saber? Dane - se a minha opinião, não é mesmo? - Falo saindo dali. Estou estressada e preocupada com a outra equipe. Não podemos perder pra eles. O meu celular toca. - Alô?
Alexander - Louhanna, chame o Christopher e venham pra casa agora! Aconteceu alvo grave. Rápido!
Eu - O que aconteceu?
Alexander - Venha logo!
Eu - Mas, Alexan... - Ele desligou. Estou preocupada. O que será que aconteceu??
Chris - O que foi? Que cara é essa? Por que saiu daquele jeito?
Eu - Seu pai acabou de ligar. Pediu para que fôssemos rápido para casa. Ele disse que é alvo grave! Vamos!
Chris - Tá, tá, tá. Vou avisar pro pessoal. Vai logo para o carro. - Ele me joga a chave e vai falar com a equipe. Vou correndo para o carro. Juro que estou muito preocupada!!! Chris chega. - Vamos. - Ele acelera muito. Fiquei com medo de perder o controle, mas precisava ser rápido! Chegamos eem casa.
Eu - O que foi, Alex?
Alexander - Sentem - se.
Chris - Fala logo, pai! Já tô preocupado também!
Alexander - Okay... Bom, como você já deve saber, Louhanna, sua mãe tem diabetes - meus olhos já enchem - se de lágrimas -, ela sentiu uma dor no peito e ânsia...
Eu - Ai meu Deus! Ela está bem? Onde ela está??? Eu quero saber como ela está!!!
Alexander - Ela sofreu um enfarto. - Ele fala tentando acabar com o assunto e respirando fundo.
Eu - Mas o quê??? Minha mãe!!! Cadê ela???
Alexander - Eu a levei para o hospital e ela já foi atendida. Não disse para vocês irem lá porque sabia como você ia ficar. Queria que primeiro viesse aqui em casa e ouvisse pessoalmente. Agora, podemos ir.
Eu - Meu Deus do céu! Tô muito preocupada!!! - Falo, já chorando.
Alexander - Todos estamos. Vamos.

Chegamos ao hospital e eu corri direto para sala onde minha mãe estava. Ainda não era hora de visita, então tive que esperar. Quando entramos, me doeu muito vê - la cheia de aparelhos ligados ao seu corpo, deitada naquela cama, sem saber o que viria pela frente. Sentei ao seu lado, peguei em sua mão e falei "mãe não me deixa". E chorava cada vez mais. Foi horrível. O médico disse que era questão de tempo até ela acordar, mas pela rapidez com que foi levada, graças a Deus, os seus batimentos estão se comportando. Passamos a noite naquele hospital, esperando por alguma notícia. Alexander e Chris saíram para comer, mas eu não queria sair dali.
Chris - Come. - Ele fala me dando uma quentinha.
Eu - Não estou com fome.
Chris - Você precisa comer.
Eu - Não quero.
Chris - Ela vai ficar bem, tá legal? Não ouviu o médico dizer que ela está reagindo bem?
Eu - Desde quando se preocupa comigo?
Chris - Desde que descobri que ficar sem falar com você é horrível! Você sempre alegrou minhas manhãs, se preocupou comigo, me fez companhia e, nesses dois meses, agi como um idiota. Gosto de ser seu amigo, gosto da nossa amizade e não quero dizer " tchau" pra ela porque você morreu de fome. Agora, come.
Eu - Cara, sabe o quanto eu sofri durante esses dois meses? É difícil, sabia? Ouvir do seu amigo, um dos melhtoes, inclusive, que sua voz é chata, que tem enjôo do seu choro... Sabia?
Chris - Desculpa. É sério. Por favor, me perdoa e come, antes que passe mal.
Eu - Okay. Vou comer. Mas ainda estou muito triste pelo que aconteceu.
Chris - Não se preocupa que não vai se repetir.
Eu - Promete?
Chris - Prometo. Amigos?
Eu - Irmãos.
Chris - Não.
Eu - Por que não?
Chris - Irmãos não fazem isso. - Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, ou até mesmo, sair dali, ele me beijou. Um beijo muito intenso. Não tinha ninguém além da gente naquele corredor e eu já estava gostando daquilo, quando pensei em Isaque. Fiquei sem chão. Estava gostando daquilo e não pensei de imediato em Isaque e em como ele se sentiria. Meus Deus! Sou um horror de pessoa.
Eu - Christopher! - O repreendo com o tom de voz baixo.
Chris - Que foi?
Eu - O Isaque!
Chris - Ah, qualé? Você tá gostando.
Eu - Não. Eu estou sendo infiel.
Chris - Ah, tá bom! Queria que ele se importasse com você pelo menos 10% do que você se importa com ele, mas Ok.
Eu - Ele se importa, tá? Agora chega! Somos amigos, Chris.
Chris - Sim. E temos um caso inacabado. - Sorri maliciosamente.
Eu - Idiota. - Eu ri.

Finalmente, o médico chega com uma notícia da minha mãe, às 3 da manhã. Jesus Amado!
Dr. Roger - Louhanna Lewis?
Eu - Sim?
Dr. Roger - Tenho uma boa notícia e uma nem tão boa.
Eu - Ai, meu Deus! - Eu gelo.
Dr. Roger - Bom, vou tentar não parecer tenso. Sua mãe acabou de acordar e seus batimentos estão normais.
Eu - Graças a Deus!
Dr. Roger - Mas... - Minha expressão muda completamente - nós fizemos alguns exames e, infelizmente, ela está com câncer de mama.
Eu - Meu Deus do Céu!
Dr. Roger - Não é uma notícia agradável, mas quero que saiba que ainda temos como lutar contra. Vai ser difícil porque ele já conseguiu um pequeno território e Vamos ter que ver o trabalho dos medicamentos que serão solicitados. Tudo bem? Ela está reagindo bem, não precisa lamentar. Podemos combater essa doença.
Eu - Okay, doutor. Posso vê - la?
Dr. Roger - Sim.

Eu entro naquela sala e, finalmente, vejo um sorriso estampado em seu rosto. Conversamos e Rimos ali, pelo resto da noite. Só não ficamos mais tempo porque ela tinha que descansar. O médico lhe deu alta no outro dia. Podíamos ficar com os tratamentos e cuidados em casa. Graças a Deus!
Por um triz!

O Idiota do Meu Meio IrmãoWhere stories live. Discover now