Prólogo

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04 de outubro de 2014

Fernanda Guerra.

O barulho da chuva e o cheiro de terra molhada torna tudo mais difícil, como alguém consegue acordar 6 horas da manhã com o céu cinza e carregado de nuvens? Fico um pouco mais deitada e acabo me levantando assustada para não atrasar.

Me chamo Fernanda Guerra e tenho 23 anos, há dois ano passei para agente da polícia federal e trabalho no setor de investigação. Acabo tendo algumas regalias por meu pai ter sido Delegado Federal, segui essa carreira por querer sentir um pouco mais de sua presença perto de mim.

Quando tinha 19 anos meu pais morreram em um acidente no Rio de Janeiro e acabei indo morar com minha avó no interior do Mato Grosso. Com 21 anos passei no meu concurso e me mudei, novamente, para o Rio. Minha avó morreu um pouco depois da minha posse e passei a ser o último membro da família Guerra vivo.

Depois de passar meia hora no transito, o que já é um alívio, chego rapidamente na delegacia pegando alguns inquéritos que faltam ser finalizados. Duas vezes por semana tenho que sair da Polícia Federal e me dirigir a 12º DP de Copacabana.

- Oi - falo dando um beijo no rosto de Beto e Marco, meus únicos amigos verdadeiros homens - Como estão as coisas por aqui?

- Ministério Pública deve estar comprando o Juiz da 13º Vara Criminal, só pode... - Beto coça a cabeça - Fica mandando os inquéritos voltarem para mais diligencias.

- Pode ser que seja preciso... - falo olhando para meus próprios papeis - Não é?

-Não, não é... ai tem treta - Marco fala e apenas sorrio - O chefe que falar com você.

-Que chefe? - pergunto desviando minha atenção dos papeis para os olhos de meu amigo - Delegado Macedo?

-Seu chefe lá... - se refere ao grande homem das investigações da Policia Federal - O Hames.

-Ele está fazendo o que aqui?

-Veio falar com você, chegou cedo e está no escritório do Macedo.

Me viro rapidamente e ando para a sala do delegado, o que será que quer de tão importante comigo? Será que fiz algo de errado? A porta se abre antes que encoste minha mão na mesma, congelo ao ver o sorriso de lado de Hames, ele tinha que ser incrivelmente bonito?

-Estava esperando você chegar. - aponta para uma cadeira e me sento de frente para Macedo, apenas aceno com a cabeça o cumprimentando.

-Queremos você em uma operação, Fernanda - Macedo começa e se inclina para trás na cadeira - É bastante arriscada e vai requerer um certo sangue frio de sua parte.

-Que tipo de operação? Algo com o Morro?

-Não, agente - Hames senta ao meu lado e sinto seu perfume, seu único problema é esse. O cheiro que entra em meu nariz me faz lembrar do cara que tirou minha virgindade, não foi nada forçado, mas também nada educado - Queremos a senhorita em uma coisa mais arriscada, envolve peixes grandes e quero ter certeza que irá entrar de cabeça nisso.

-Me conte, por favor - esfrego as mãos nervosamente e sinto meu sangue gelar, por que estou assim?

-Quero que assine o termo de confidencialidade e leve o dossiê com você, tenho 24 horas para responder suas perguntas e depois quero uma resposta. - Hames olha para o relógio e sorri de lado - Que os jogos comecem. - se levanta e fica a poucos centímetros de meu ouvido me fazendo ofegar - Está liberada por hoje...

24 horasWhere stories live. Discover now