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POV Camila

— Eu preciso transar. — eu inclinei minha cabeça para trás para que a dose de tequila pudesse queimar o caminho na minha garganta. Era a minha quinta ou sexta da noite, e com o coquetel de comprimidos que eu tinha engolido mais cedo, cada célula do meu corpo pulsava ao ritmo da música batendo nas paredes do clube. Eu estava faminta por contato, cantarolando com a excitação, desejando uma liberação.

Isso significava que, eu precisava gozar. Apenas sentir uma pequena porção de... alguma coisa.

— Chupe. — Shawn inclinou-se sobre o sofá de couro de nossa seção VIP privada e pressionou uma fatia de limão nos meus lábios. Quando eu os separei, ele acrescentou: — Você sabe que eu sempre fico feliz em saciar a sua sede, Camila. — seus olhos castanhos brilhantes inflamados e sua voz profunda pingavam com insinuação, deixando o sorriso no seu rosto esculpido duplamente perverso.

Eu fiz uma careta com o forte azedo do limão. Ou talvez porque, por um breve e louco instante eu realmente considerei sua oferta.

Shawn Mendes não era uma tentação fácil de ignorar. Com seu cabelo marrom escuro levemente bagunçado, traços angulares e um estilo esbelto e musculoso na medida certa das páginas da Gentlemen's Quarterly, ele era o sonho molhado de qualquer mulher. As meninas perdiam o rumo - e as suas calcinhas - nas profundezas do seu olhar. No momento, estava vítreo e desfocado quando ele olhou para mim, mas, sem dúvida, ele estava tão perto de ser uma criatura mítica, como qualquer ser humano de dezenove anos de idade poderia estar. Bom demais para ser verdade. Perfeito, na verdade.

Mas perfeito não era o que eu queria. Não o que o meu VERDADEIRO eu queria, de qualquer maneira.

Acenando com a mão, eu disse: — Nós já passamos por isso antes, Shawn. Vezes demais. 

A verdade é que se meus pais não o adorassem pra caramba, eu poderia ser capaz de sentir algo por ele. Mas minha vida sexual era a única coisa na minha vida que eles não podiam controlar. A única coisa que eu tinha que era algo semelhante à autonomia. E hoje à noite, a última coisa que eu queria era acabar na cama com alguém que eles aprovavam.

Shawn passou um braço no meu ombro e me puxou para ele.

— Hey, pelo que me lembro, você e eu sempre nos divertimos juntos.

Quando ele trouxe sua boca até a minha, eu endureci. 

— Pelo que me lembro, estamos sempre chapados. 

Bem, na verdade, eu não me lembrava dessa parte, mas sabia que tinha que ser verdade. Presa profundamente dentro de uma embriaguez, eu poderia garantir que nunca haveria qualquer espaço para emoções confusas. Eu coloquei minhas mãos em seu peito e empurrei.

— Bem, para nossa sorte, estamos chapados agora. — o sorriso de Shawn aumentou quando ele levantou dois dedos para nossa garçonete. — Eu não posso acreditar que já faz um ano que saímos. Lembra o que aconteceu naquela noite louca que nós fomos comemorar a sua formatura no verão passado?

Eu gemi. 

— Você quer dizer, lamentar a minha admissão em ciência-maldita-política na Columbia? — meu pai tinha forçado a graduação para mim.

Assim como ele escolheu todas as minhas eletivas do ensino médio e já estava enfiando folhetos da Harvard Law School na minha garganta. 

— Não, eu não me lembro de nada que se passou naquela semana inteira, Shawn. — felizmente.

— Você sabe que eu realmente sinto sua falta, certo? — havia algo tenso em sua voz que fez meu peito apertar. Eu não poderia lidar com qualquer tipo de significado mais profundo por trás dessas palavras.

True ColorsWhere stories live. Discover now