Começo a corar, poucas pessoas me elogiam, na verdade, poucas me notam.
- Tá ficando vermelha. - ele diz, colocando a mão sobre minha bochecha e rindo. Começo a rir também e dou um leve tapa em sua mão
-Para com isso Nathan - digo, ainda rindo.
- O que faz além de desenhar muito bem? - ele olha para a parede. Depois me encara e sorri
- Arte com insetos, ando de skate, e sou zoada pelas patricinhas do colégio. - ele ri - não ri não, é sério, elas tornam minha vida um inferno
- Não estou rindo disso... estou rindo do seu jeito prático de ser tão diferente de mim - dou um sorriso gentil, e ele retribui.
- E você? o que faz além de curtir um quarto maneiro e pintar paredes?
- Siga-me - ele dá um pulo da cama, entusiasmado, parecendo que sou a única pessoa que liga para o que ele faz. Ele espera que eu me levante, e estende a mão. Eu a seguro e ele aperta com força, entrelaçando nossos dedos. Depois sorrri e me puxa, seguimos de novo pelos corredores, mas dessa vez, não descemos as escadas, fomos até o fim do segundo corredor.
Haviam duas portas, uma na lateral, e uma literalmente no fim do corredor, e nós entramos nessa, e me deparei com uma sala enorme que tinha uma porta que dava para a sacada que possuia uma mesa de ferro detalhada e duas cadeiras, sobre a mesa, torradas com chocolate derretido, e suco de abacaxi com hortelã (o meu preferido, e tia Cecília sabia), caminhamos até lá e Nathan puxou a cadeira pra mim. Em todos os momentos, eu olhava para a sala, com o piso completamente de madeira, tão perfeito que refletia o único móvel que havia no cômodo: Um piano branco, bem no centro, que me ipnotizava, me convidando a tocá-lo.
- Sabe tocar piano também? - Nathan pergunta
- Sim - eu respondo, com um sorriso meio tímido e ele se levanta e mais uma vez , me oferece a mão. Seguro-a, e ele me levanta, me levando em direção ao piano
- Toque para mim?
- O quê? mas... faz anos que não toco.
- Qualquer música, por favor.
Depois de tocar uma música de Ludwig van Beethoven, o som das palmas de Nathan ecoava no salão vazio.
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Enquanto Eu Ficar
FantasiaTudo bem se tudo acabar amanhã, de hoje para amanhã é muito pouco. E sim, de todo pouco existe um universo. Existe um infinito entre hoje e amanhã. Viveremos hoje, somos tão jovens e tolos, sonhadores, como crianças inocentes deitadas em narcisos. V...