CAPITULO 14 - Tris

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Ele arregala os olhos e os mantém firmes nos meus.

–– O que disse? –– diz ele, quebrando o silêncio.

–– Foi isso mesmo que você ouviu, acho que não teve os devidos cuidados ao esconder sua verdadeira identidade, Dr. Collins. –– digo, o mais rude que consigo ser.

–– Acho bom calar essa boca! –– ele grita.

–– Por que? Porque estou dizendo a verdade? A verdade dói não é mesmo? Porque não para com esse teatrinho e grita logo pro mundo inteiro que você é irmão de Jeanine Matthews, diz pra todo mundo que foi você que deu o soro da morte para ela, diz pra todo mundo que você traiu seu tão amado Governo, seu tão idolatrado Departamento de Auxílio Genético. Anda, vamos lá, diz pra todo mundo ouvir e saber quem você é de verdade! Vamos! –– grito, furiosa. –– ah, eu esqueci, esqueci que não pode dizer isso pra ninguém, porque se não, você morre!

–– Cale essa boca ou não respondo por mim! –– ele grita.

–– Não tenho medo de você! –– grito. –– você está comendo em minha mão Dr. Collins, em minha mão! –– grito ainda mais alto. Ele me pega pelo braço e me força contra a parede, aperta meu pescoço, chega mais perto de mim e se aproxima do meu ouvido.

–– Se você tem amor à sua vida, é melhor ficar quietinha! Você pode ter descoberto coisas sobre mim, mas isso não chega nem aos pés do que sou capaz de fazer, então, bico calado. –– diz ele. Soltando meu pescoço.

–– Com uma condição. –– digo, ofegante.

–– Quem disse que te dei condições?

–– Vai querer saber qual é ou vai correr o risco de eu ir agora contar pra todo mundo quem é o verdadeiro Dr. Collins? –– digo, ele dá uma risada.

–– Você é tão ingênua, minha querida Tris. Tudo bem, diga, qual a sua condição?

–– Eu não falo pra ninguém sobre sua verdadeira identidade e você não fica no meu caminho, tentando me impedir de fugir desse lugar.

–– Hm... Feito. –– diz ele. Não botei fé no que ele disse, como ele concordou assim tão fácil? Tem alguma coisa errada.

–– Como assim? Você ta aceitando a proposta? –– digo, surpresa.

–– Sim, estou.

–– Assim tão fácil?

–– Sim, por quê? O que queria que eu fizesse, queria que eu dissesse: "Na-na-ni-na-não bebê mal, muito mal." –– diz ele, fazendo bico. –– você não é nenhuma criança Tris.

–– Eu sei disso.

–– Então pare de agir como uma.

–– Eu não tô... –– antes que eu termine, ele me interrompe.

–– Olha só Tris, chega de alugar minha paciência, não acha? Oh, já ia me esquecendo, agora irei impor uma nova condição. –– começa ele. Estava demorando. Ele anda de um lado para o outro. –– ficarei longe de seu caminho, deixarei você em sua incessante busca pela "liberdade", mas em troca, quero que me deixe estudar seus genes.

–– Irei pensar nisso. –– digo.

–– Não, não estou dizendo isso com intenção de receber resposta, estou afirmando que é isso o que eu quero e ponto final.

–– Acho que você perdeu a noção do perigo. –– digo, com meu melhor tom de voz arrogante. –– se acha muito esperto não é mesmo? Acho bom não contar vantagem antes do tempo Dr. Collins, melhor baixar a crista.

RessurgenteWhere stories live. Discover now