CAPITULO 15 - Tobias

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–– O que faz aqui?
–– pergunto.

–– Eu é que pergunto, não tinha voltado pra Chicago?

–– Sim, mas precisei voltar e... Esquece, quero saber o que você faz aqui.

–– Por que está tão surpreso?

–– Ainda pergunta? Será que se lembra do que fez?

–– Nós fizemos. –– diz ela.

–– Isso não conta, eu não conhecia nada aqui e você se aproveitou disso, você me usou Nita! –– digo, com raiva.

–– Ora, não se faça de coitadinho, ninguém lhe obrigou a nada, fez o que fez, porque quis! –– diz ela, num tom mais alto que o meu.

–– Como conseguiu voltar pra cá depois do que fez em? –– pergunto, cruzando os braços.

–– Não se lembra que sua namoradinha acionou o soro da memória? Logo todo o Departamento se esqueceu do ocorrido e consegui voltar pra cá, e agora com um cargo muito melhor do que eu tinha antes.

–– Hm... Que sorte a sua, não? –– digo, num tom irônico.

–– Com certeza. –– diz ela, irônica.

–– Usando as pessoas de escada é muito fácil, não é mesmo?

–– Não usei ninguém de escada Tobias, cresci por mérito meu!

–– Mérito seu? Eles só te deram trabalho porque perderam suas memórias e não estão mais cientes de quem é você de verdade.

–– Isso não é verdade!

–– Claro que é e você sabe disso. Você só sabe manipular as pessoas e fazer com que elas façam o que você quer, você não passa de uma... –– ela me interrompe.

–– Cale a boca!

–– É só a verdade Nita e você precisa ouví-la!

–– Não quero ouvir mais nada! –– diz ela, correndo para longe de mim.

–– Volta aqui, ainda não terminei! –– digo, correndo atrás dela.

–– Me deixe em paz! –– diz ela. Ela entra em um dos quartos (que acredito ser o dela) e fecha a porta.

–– Nita, abre a porta! Nita! Nita! –– grito, esmurrando a porta. –– só quero conversar com você, abre a porta!

–– Vai embora!

–– Pare de ser infantil e abre logo essa droga!

–– Não! Me deixe em paz, saia daqui! –– grita ela.

–– Tudo bem, eu vou, mas volto! –– dou um último soco na porta e saio andando pelo corredor.

***

Chego na porta do quarto e ouço gritos animados, risadas extravagantes, que aposto que são de Christina. Vejo todos sentados no chão, em frente à cama de Caleb.

–– Não, é minha vez, você perdeu Zeke! –– grita Christina.

–– Não! Vocês estão roubando! –– grita Zeke. Acho que ainda não perceberam minha chegada.

–– E ai, o que estão fazendo? –– pergunto.

–– Estamos jogando o velho jogo da Audácia. –– diz Zeke.

–– Hm. –– digo.

–– Estamos ensinando Cara, Caleb e Matthew a jogar também. –– explica Christina.

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