Giz...

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Eu não queria que aquele momento acabasse, que aquele beijo acabasse, que ela se afastasse, não mesmo. Ela me abraçou pelo pescoço e eu abri os olhos bem de vagar, notei um sorriso nela enquanto me beijava e sorri também, a sensação era boa, nova, surreal, a mão dela escorregou do meu ombro para minha cintura em segundos, mais uma vez ela ia levantando a minha blusa quando eu segurei a mesma interrompendo o nosso beijo.

- Não Lany, ainda não por favor. - Disse encostando a cabeça na dela.

- Você não sabe como está sendo difícil pra mim. - Ela diz com os olhos ainda fechados.

- Difícil? - Perguntei confusa.

- Claro.

- O que está sendo difícil?

- Me conter apenas com seus beijos.

- Infelizmente, é só o que eu posso te dar no momento. - Me afasto um pouco.

- Eu sei, não estou reclamando, eu juro, desculpa.

- Tem muita coisa acontecendo Lany, eu não tenho como te explicar, são muitos sentimentos e sensações, eu não conseguir entender ainda o que eu tô sentindo.

- Tudo bem, vamos deixar isso pra lá, ignora o que eu disse tá bom?

- Tá bom, então vamos comer? Eu estou com fome. - Disse enquanto a empurrava para fora do quarto, mas foi mais um pretexto pra fugir do assunto.

Eu fiquei admirando o quanto aquela garota é bonita, linda na verdade e não é só a aparência, é em tudo, o jeito como ela me trata, como ela me abraça, como ela se preocupa comigo e cuida de mim, a paciência que ela tem comigo, cada detalhe dela me faz querer ficar cada vez mais perto, as vezes me dá até medo, eu estou me apaixonando, não tenho como negar e isso pode ser perigoso, mas o pior, é que eu estou gostando muito disso.

- Gosta do seu café como? - Ela se vira me estendendo uma xícara.

- Com leite. - Digo sem tirar os olhos dela.

- Você não vai parar de me olhar não? To ficando sem jeito já. - Ela fala sorrindo e um pouco avermelhada realmente.

- Desculpa, é mais forte do que eu. - Falo desviando o olhar enquanto adoço o café.

- Eu não achei que alguém podesse me deixar assim, eu achava que era melhor que isso. - Fala me encarando.

- Assim como?

- Como uma boba.

- Por que eu Lany? - A encaro.

- A gente não escolhe de quem gostar, se fosse fácil assim, mas quando o coração mira, já era. - Ela fala sorrindo.

- Mas eu não sou, nem de longe, a melhor pessoa pra te satisfazer. - Abaixo a cabeça.

- Não me importa. - Ela segura a minha mão.

- Mas isso é importante, não é? - Faço um carinho na mão dela com o polegar.

- Não, não é, eu quero estar com você e ponto, é só isso que me importa, eu preciso falar o que eu sinto, você poderia até não corresponder, mas eu descidi que não quero cometer o mesmo erro.

- Han? Como assim? Que erro? Você disse que nunca ficou com outra garota.

- E nunca fiquei mesmo, eu não menti, mas já fui apaixonada por uma, ou era isso que eu achava pelo menos.

- E o que rolou?

- Não rolou, eu não tive coragem de contar pra ela a tempo, fiquei com medo.

- Por quê?

Anjos Não ChoramOnde histórias criam vida. Descubra agora