Capítulo Quatorze

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Capítulo Quatorze

— O que pensa que está fazendo, Oliver? — David Hunter inquiriu o filho assim que o viu pegar a chave do carro.

— Vou até Ohio, vou a policia. Contarei que Ryan não teve culpa de nada. Fui eu quem dirigia o carro...

— Não seja estúpido garoto! Não permitirei que faça uma tolice dessas.

— Filho? — a mãe se aproximou — escute seu pai.

— Qual é o problema de vocês? Não pensam em como Ryan deve estar sofrendo preso por algo que não fez?— O jovem ator perguntou indignado. Não se conformava com a situação.

Após ficar consciente foi impedido de ver o irmão, e sua recuperação demorou mais que o previsto. Os pais fizeram o possível para mantê-lo longe do Pais natal, e quando se deu conta o irmão já havia sido julgado e condenado a seis anos de prisão. Mas agora, de volta L.A, ele decidira ir a auxilio ao irmão.

— Seu irmão está feliz em ajudá-lo, em ajudar a família. Como deve ser.

Oliver olhou para o pai sem entender.

— O que você quer dizer com isso?

— Sua carreira é o que dá sustentação a esta família, Oliver...

— Dinheiro você quer dizer — retrucou.

— Também, mas não é apenas isso. Sua carreira proporciona as melhores oportunidades para todos nós. Para sua irmã que estuda em uma das melhores universidades, para sua mãe que é aceita nos melhores círculos sociais. Se você disser a verdade tudo isso irá acabar.

O jovem permaneceu em silêncio.

— Quer ver Ryan? — perguntou o pai.

O rapaz assentiu.

— Muito bem, iremos os dois para Ohio e você verá com seus próprios olhos que eu lhe disse, que seu irmão está muito bem, mas nem pense em dizer nada a policia.

— Você não pode me impedir — desafiou.

— Não. Eu não posso, mas se pensar bem verá que eu tenho razão. Se disser às autoridades que era você dirigindo naquela noite, será preso pelo crime que cometeu. No entanto seu irmão continuará preso por perjúrio, e por fim, eu, seu pai, serei preso por armar toda a história. Está preparado para ter isso em suas costas, Oliver? Está preparado para deixar sua mãe e sua irmã desamparadas, enquanto os três homens da família estão presos?

Aquelas recordações o perseguiam parecendo querer mostrar a ele que por mais que se culpasse, ele não tivera culpa. Pelo menos não culpa por ter aceitado o que o pai decidira. Era um ator de cinema famoso quando aconteceu, tinha dinheiro, fama e o mundo a seus pés, mas no fundo era apenas um garoto. Um garoto completamente dominado pelo pai.

Voltou a arrumar a mala. Em breve deixaria Hierápolis. Sentia algo estranho na garganta e uma sensação ruim, parecia que iria sufocar apenas com pensamento de ir embora e não ver mais Amanda. Mas era o certo a fazer.

Por mais que fosse apaixonado não podia se entregar ao que sentia. Não era o homem certo para ela, como afirmara mais de uma vez. Ele tinha problemas e ela era jovem, jovem demais para lidar com toda a bagagem que ele carregava.

Quando pensava em ceder, em se entregar aos sentimentos trasbordantes de seu coração, se lembrava do que tinha feito. Não suportaria ver Amanda não olhar para ele do jeito que ela olhava, como se ele fosse o príncipe pelo qual ela sempre esperou. O que ela pensaria dele quando soubesse que irresponsavelmente assumira o volante de um automóvel logo após ingerir álcool e drogas? E que por consequência disso atropelou e matou um inocente? Além disso, o que ela acharia dele ao saber que covardemente deixara o irmão assumir e pagar pelo seu crime?

O Primeiro ForasteiroTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang