Falta

318 29 0
                                    

"You can't feel me, no Like I feel you I can't steal you, no Like you stole me And I want you in my life And I need you in my life"( The Pretty Reckless, you)

Anna ouvia em silêncio.
Contei para ela tudo que acontecera depois que ela e Sam haviam me deixado em casa,claro tendo o cuidado de pular algumas partes,como Harry e eu quase termos feito sexo,falei de ele ter aparecido logo depois que elas haviam me deixado em frente a casa,da nossa conversa,do "questionário" que ele aceitara responder,de eu ter ido parar no apartamento dele. Quando terminei o relato,Anna tinha uma expressão preucupada,achei que eu contando como Harry fora legal e como eu havia gostado de estar com ele, Anna deixasse a implicância que tinha de lado,eu queria que minha amiga e o cara que eu gostava se dessem bem.
-Você está apaixonada por ele Easter?
A pergunta foi tão direta que me pegou de surpresa,sorri nervosamente,devia estar na cara que eu estava apaixonada por Harry walker.
- Sim, eu estou Anna- não tinha por que negar- estou completa e irremediavelmente apaixonada por ele, nunca senti nada parecido por ninguém.
A sua expressão preucupada se acentuou.
- Ele seduziu você. - Era uma afirmação,a olhei surpresa, foi tão estranho ela dizer aquilo,o comportamento de Anna em relação a Harry me deixava sem saber o que pensar,como ela podia ser tão hostil sem nem conhece-lo direito, os dois se cruzavam pelos corredores da escola e mal se olhavam.
-Anna...
Comecei,mas ela fez um gesto vencido
-Tudo bem Easter, não me meto mais- Ela veio se sentar mais próxima a mim- mas toma cuidado com esse cara,eu não confio nele.
-porquê...?
Aquela atitude de Anna em relação a Harry era tão frustrante e sem sentido.
-só promete Easter,vai ser prudente em relação a esse cara?
Suspirei.
-okay.
- E se você precisar de ajuda com qualquer coisa vai me procurar?
Assenti
-Eu prometo,afinal você é meu anjo da guarda
.................... ....................
Conferi minhas mensagens pela milésima vez naquele dia,nenhuma era de Harry,ele não viera para a escola também,já era o segundo dia que ele não aparecia nas aulas,sumira novamente.
A última vez, ele ficara três dias sem dar noticias.
Larguei o celular ao meu lado, na grama, e abrecei minhas pernas, descansando a cabeça nos joelhos.
Estava sentada em baixo de uma árvore frondosa,no pátio da escola,estava sozinha e aproveitava o silêncio para pensar,pensar em Harry.
Quanto tempo ele levaria para aparecer daquela vez, talvez não devesse tê-lo beijado,a última vez que Harry ficara dias sem dar noticias, fora após termos nos beijado,parecia que meus beijos tinham o poder de afasta-lo,queria poder fazê-lo se materializar na minha frente,como aquele dia na campina.
Mas naquele dia estávamos juntos lá ,agora eu nem sabia onde estava.
Aquilo era tão frustrante.
.................... ..................
No quinto dia sem notícias , eu já estava aflita, como era possível alguém sumir assim,ficava me perguntando se algo acontecera com ele,minha mente fertil imaginava mil coisas.
Era sábado,Harry não aparecera em nenhuma aula aquela semana.
Eu estava sentada em posição de lotus, sobre a cama,encarando meu telefone, na expectativa de que tocassse e fosse Harry, peguei o aparelho,resitira a semana toda a vontade de ligar para ele,não queria que me achasse intrometida, caso estivesse realmente ocupado e eu estivesse fantasiando ao achar que algum problema acontecera.
Encontrei seu número na agenda e fiquei encarando os dígitos um bom tempo,debatendo se deveria ou não ligar.
Decidida apertei  chamar e levei o celular ao ouvido.
Chamou diversas vezes e caiu na caixa postal,nas outras duas vezes também caiu na caixa.
Suspirei frustrada e me deitei de costas,fiquei fitando o teto um bom tempo pensando em Harry,estava realmente preucupada.
Talvez tivesse acontecido algo com os pais dele,só agora me dera conta que eles não estavam mo apartamento naquele dia,na verdade eu ainda não conhecia os pais de Harry.
Lembrei daquele dia,do sorriso com covinhas dele quando havíamos nos despedido.
Peguei o celular no bidê e conferi as mensagens novamente,não tinha nada novo,me levantei num rompante da cama e fui até meu closet.
Eram cinco da tarde e eu já estava de pijama,escolhi uma calça jeans e uma blusa,peguei uma jaqueta de couro no cabide e saí,encontrei com Helen no andar de baixo.
-Vai sair Easter?
-Vou até a casa da Sam.-respondi
Helen fez uma careta:
-Achei que ia dar uns amassos no cabeludo bonitão,mmm,e você nem me contou como foi aquela noite, e ai, ele é bom de cama?
Arregalei os olhos, Helen era mesmo inconveniente. mamãe dizia que ela puxara a vovó,que era tão ou mais sem filtro.
-Não aconteceu nada.
Falei, recebendo um olhar malicioso em troca.
-Se não quer não precisa me contar.
Revirei os olhos, não importasse quantas vezes dissesse que nada acontecera,ela não acreditaria.
-vou indo.
Me despedi da minha irmã sem filtro e saí para pegar meu carro.
Os últimos raios de sol brilhavam no horizonte,deixei a janela do carro aberta,uma brisa fria de fim de tarde,atingia meu rosto e agitava meus cabelos,aquilo me fazia bem,o ar puro de Spring Valley,suas paisagens cheias de verde.
Estacionei o carro diante de um prédio cinzento e imponente,mesmo tendo feito o trageto dali até minha casa uma única vez, me lembrava perfeitamente do caminho até o prédio de Harry.
Apertei o volante com força e respirei fundo para tomar coragem,afinal já viera até ali.
Ele sumira por cinco dias,não poderia ficar chateado por eu ter me preucupado ao ponto de vir procura-lo na sua casa.
Desci do carro,batendo a porta atrás de mim,o porteiro veio me receber na entrada,sorridente, pareceu me reconhecer do dia que eu saira do prédio com Harry.
-Boa tarde menina.
Ele era simpático.
-Boa tarde,mmmm,eu vim ver o Harry walker.
- É a amiga do seu Harry né, reconheci você.
Achei engraçado o "seu Harry"
-sim, sou. - confirmei
-só um minuto, vou interfonar avisando que está aqui,qual seu nome moça?
Falei meu nome e ele  se afastou para interfonar, voltou logo,sorrindo, ele sorria bastante.
-Pode subir.
Assenti e fui para o elevador.
Então Harry estava mesmo em casa,porque que não aparecia na escola a uma semana então,será que estava doente...
Cheguei no andar dele,do qual me lembrava perfeitamente,e logo achei o apartamento,o número 506 estava gravado em letras douradas na porta.
Toquei a campainha.
Os minutos que se passaram, pareceram horas até eu ouvir passos se aproximando da porta,eu estava tão ansiosa para vê-lo que o tempo parecia se arrastar.
Ouvi o clic da porta sendo aberta e senti os cantos da minha boca se repuxarem involuntariamente em um sorriso,que congelou no meu rosto ao ver quem abrira a porta....
Não era Harry.

A Sétima FilhaOnde histórias criam vida. Descubra agora