Capítulo 11

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- De onde vocês se conhecem? - Os dois se olham, parece que buscam resposta no olhar um do outro. - Vocês não vão falar ?

- Vamos para delegacia. - Um policial se aproxima, segurando no braço do Pedro.

- Ele não começou a briga, foi culpa daquele cara, eu vi tudo.- Guilherme disse para minha surpresa. Não acredito que está defendendo o Pedro, o mesmo está tão surpreso quanto eu.

- Eu não ia levar eles por uma briga, mas aquele garoto está desrespeitando....

- Aquele garoto. - Completou Pedro.

- Só dessa vez.- Informou. Pedro soltou o ar. - Voltem a assistir o filme. - Sai andando em direção aos outros seguranças, que saiem da sala levando Erick junto.

As luzes se apagam e o filme continua, mas ainda tem pessoas olhando para nós. Saímos da sala do cinema, não tem mais clima pra assistir filme.

- Vamos Myrella. - Guilherme me chama.

- Eu não vou com você.

- Ela vai comigo. - Pedro sorri convencido.

- Eu também não vou com você. - Digo saindo do cinema e os dois andam atrás de mim.
Vejo um táxi e me aproximo, que bom que trouxe dinheiro.

- Aonde você vai? - Os dois dizem em uníssono, se olham e bufão, voltam seus olhares pra mim. O motorista liga o carro, e entro no táxi. Quando vou fechar a porta Guilherme segura a mesma.

- Eu preciso conversar com você. - Exigi.

- Eu também, te espero amanhã na escola na hora da saida. - Digo e ele assente se afastando, quando ia fechando a porta novamente é a vez de Pedro segurar ela.

- Toda vez que a gente se ver vai ser assim ? - Pergunta com um sorriso nos labios.

- Minha vida é bastante conturbada. -Ele se afasta rindo e finalmente consigo fechar a porta. O taxista da partida, e falo o endereço da minha casa. Vou indo com mais dúvidas do que quando sair.

Estou me vendo dividida entre Guilherme e o Pedro. O Guilherme é meio misterioso, não sei nada sobre ele. Sinceramente não entendo o que quer comigo, se não gosta de mim, como o mesmo já deixou claro. Por que me persegue? Ele tem esse jeito de mandão, possessivo e chato, mas é tão lindo. Quando lhe vejo navego naquele olhos azuis.

Agora o Pedro ? É sexy de uma maneira diferente, é engraçado e o mais importante eu conheço ele e algumas coisas sobre sua vida. De verdade, sinto algo diferente por ele, mas não chega nem perto do que sinto quando vejo Guilherme. Sinto algo dentro de mim e meu coração acelera só de ouvir a sua voz, aquele jeito dominador chega a me excitar .... Perai? Não acredito que pensei nisso.

Pago o taxista e entro em casa. Jogo minha bolsa no sofá e ando até a cozinha abrindo a geladeira e colocando um copo de agua pra mim. Vejo uma fatia de bolo de chocolate e devoro completamente.
A casa está silenciosa e não vejo nenhuma movimentação. Não acredito que estejam todos dormindo, pois ainda são apenas 20 horas e não está tão tarde assim.

Estou tão chateada, a Emylle não deu notícias e preciso de ajuda pra entender essa minha vida e um pouco do meu passado. Subo as escadas e escuto vozes alteradas vindo da varanda, me aproximo devagar pra não fazer barulho.

- Eu não suporto esse garoto. -Meu pai grita com minha mãe, a mesma está com lágrimas nos olhos.

- Ele é seu filho, não pode tratar ele assim. - mamãe argumenta.

-Meu ? - Ele ri ironicamente. - Não me faça falar alto. Eu só suporto vocês aqui pois não vou me separar de você e ter que dividir metade dos meu bens.

- Eu não aguento mais isso César, eu nunca joguei na sua cara o que você fez enquanto namorávamos.

Saio de perto e entro no quarto me trancando. O que ta acontecendo com minha família e na minha vida? Será se eu passava por isso antes de sofrer o acidente...Meu pai esconde algo sobre seu passado, e que insinuação era aquela de Nicolas não ser seu filho? Talvez eu tenha entendido errado, ele só quer dizer que Nicolas não pode ser seu filho devido o jeito de ser do meu irmão. Sinto uma pontada na cabeça e sento na cama, começo a ver estrelinhas brilhando ao meu redor e sinto minhas costas baterem na cama....

- Filha ?- Abro os olhos e vejo minha mãe. - Você estava tão cansada que nem tirou a roupa, dormiu assim mesmo.

- Foi mãe. - Lembrei que me senti mal ontem, e apaguei literalmente. - Que horas são?

- Hora de ir pra escola, levante e desça pra tomar café. - Disse depositando um beijo em minha cabeça, e saiu do quarto.

Levanto parecendo uma múmia e ando me rastejando pro banheiro. Faço minha higiene e tomo um banho, passei minutos olhando a água cair e esperando minha coragem surgi pra entrar na água gelada. Saio do banheiro e me visto com meu uniforme, uma calça vermelha vinho e uma blusa branca com a mesma cor da calça. Faço uma maquiagem basica, pego minha mochila e saio do quarto.

Encontro a cena da família perfeita, só que não.
Estão todos na mesa reunidos para o café da manhã, minha mãe, meu pai e meu irmão que está fazendo uma combinação horrível com todos os tipos de cereal. Dou um beijo em cada um deles, e me junto a eles sentando e deixando a mochila no chão ao lado da cadeira.

- Como você está filha ? - Meu pai pergunta. Coloco suco de uva em um copo.

- Estou bem. - Prefiro não contar o meu desmaio de ontem. Corto uma fatia de bolo.

- Sua mãe disse que você saiu com um amigo ontem.

- Que amigo ? - Nicolas para de comer e fica me olhando.

- Também quero saber. - Meu pai me olha desconfiado e bebo meu suco. - Que horas chegou em casa ontem?

- Você saberia se você e a mamãe não estivessem discutindo ontem. - Digo ríspida. Pego minha mochila levantando. - Vamos Nicolas.

- Eu vou dirigindo. - Meu pai fica em silêncio, ainda parece meio shocado pelo que disse. Mamãe não demonstra nenhuma reação, então meu pai assente pro Nicolas deixando ele dirigir. Meu irmão pega a chave do carro e sua mochila, em seguida nós saímos de casa.

- O que eles falaram na briga ? - Nicolas pergunta enquanto dirige.

- Você está parecendo aquelas velhas fofoqueiras. - Ele gargalha deixando a mostra suas covinhas. - Nico deixa eu tocar. - Ele me olha franzido o cenho sem entender.

Enfio meu dedo na sua covinha e ele ri tanto que acabo rindo também.

Então Eu Acordei ( Concluído )Where stories live. Discover now