Capítulo 5

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Durante a noite, Emma chorou. Silenciosa e lentamente, despejou no travesseiro todas as suas dores e arrependimentos.

Emma nunca tinha levado seus sentimentos por Regina a sério porque nunca se dera conta do que eles significavam. Ela nunca imaginara que poderia sentir aquilo novamente, muito menos por Regina, mas agora ela tinha certeza de que estava completamente apaixonada. Tudo sempre fora muito confuso, e Emma nunca soubera o que era aquilo que ela sentia pela mãe de seu filho... Até o dia em que elas se despediram.

Quando Regina disse que nunca mais poderia ver Henry e que os dois tinham que ir embora para sempre, Emma se deu conta de que não queria deixá-la. Não queria viver sem Regina. Porque Regina era uma parte essencial de sua vida. Naquele momento ela percebeu que não queria abrir mão de Regina Mills, de suas brigas, de seus olhares, de sua presença, de sua voz reconfortante, de tê-la em sua vida.

Mas assim que Emma se deu conta do quanto gostava daquela mulher, ela se esqueceu de tudo. E começou a viver uma vida falsa e vazia. Mesmo que ela estivesse com Henry, a família deles não estava completa sem Regina.

E então ela se lembrara de tudo. E os sentimentos voltaram. A princípio confusa, tudo o que ela sabia era que precisava encontrar Regina. E a encontrara, junto com a decepção. Regina não se lembrava mais dela, e estava ainda mais longe de correspondê-la do que estivera antes.

Durante o dia, Emma olhou fundo dentro de si, perguntando-se o que estaria sentindo. E agora, deitada na cama, tentando se livrar da dor, a consciência de seus sentimentos retornara. Ela amava Regina, e não ia conseguir se desfazer daquele sentimento tão cedo.

Mas era tarde demais. Regina estava agora inalcançável em sua vida falsa.

Emma chorou de arrependimento por nunca ter se dado conta de seus sentimentos por Regina quando ainda podia, por nunca ter protegido-a ou confiado nela o suficiente, por vê-la agora ainda mais frágil e indefesa... por só ter percebido que a amava quando era tarde demais.

Ficou assim por horas, até que, por fim, resolveu enxugar suas lágrimas. Ela nunca fora uma pessoa chorona, e não queria começar a ser agora. Tomou uma decisão: Não importava o quão distante Regina estivesse; ela ia tentar conquistá-la e ia encontrar uma forma de quebrar a Maldição. Por ela e por sua família. Já havia conseguido uma vez, certamente poderia conseguir mais uma.

Dormiu por poucas horas, todas recheadas de sonhos dolorosos envolvendo Regina.

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Emma trocava de roupa enquanto Henry estava no banheiro penteando o cabelo. Ouviu uma batida em sua porta e abriu. Seu coração quase pulou do peito quando viu que quem estava do outro lado era Regina.

Só então percebeu que estava sem calças.

– Regina - cumprimentou Emma, tentando soar natural, o que era muito difícil quando tudo o que ela queria fazer era abraçar Regina o mais apertado possível. Ou beijá-la.

– Hã... Será que você poderia, por favor, vestir suas calças antes de nós conversarmos? - perguntou Regina, parecendo nervosa em encarar Emma somente em suas roupas de baixo.

Isso lembrava Emma de quando Regina batera em sua porta, naquele mesmo hotel, há tanto tempo atrás. Na ocasião, Emma também estava em suas roupas de baixo. Algumas coisas nunca mudavam.

– Não. - respondeu Emma - Assim está ótimo.

Regina suspirou.

– OK, Emma... Ontem você apareceu em minha casa alegando não só me conhecer como ser a mãe de meu filho, o que é obviamente um absurdo, mas... Ao sair, você disse que devia ter me confundido com outra pessoa. Mas eu não consigo abandonar a sensação de que te conheço de algum lugar. Passei o dia inteiro pensando sobre isso e, não sei... Posso jurar que nós já nos conhecemos.

Emma teve que se segurar para não rir de felicidade. Regina não só tinha uma leve lembrança dela como tinha passado o dia todo pensando nela. Mas esforçou-se para manter-se séria.

– Sabe, Emma... - continuou Regina- Eu nunca tive nenhuma amizade nesta cidade. Minha vida é... Bastante solitária.

Ouvir aquilo causou em Emma uma dor indescritível.

– Mas quando você apareceu ontem... Eu não sei, eu realmente sinto como se nós já nos conhecêssemos de algum lugar.

– O que você quer dizer? - perguntou Emma.

– O que eu quero dizer... Emma... É que nós podemos conversar um dia desses, e você pode me contar de onde acha que me conhece. Quero te dar as... boas-vindas a Storybrooke. Talvez possamos começar algo novo. Estou realmente interessada no porquê de você ter ido atrás de mim ontem.

– Sim! - respondeu Emma, sem hesitar - Vamos nos encontrar, amanhã no Granny's. Não, hoje. Hoje mais tarde. E eu posso te levar para dar uma volta por aí. O que me diz?

Regina pensou um pouco e respondeu:

– Tudo bem. Te vejo às 2 da tarde no Granny's. E... Foi um prazer conhecê-la, Emma.

– O prazer é todo meu.

Emma fechou a porta e encostou-se nela, sorrindo feito uma adolescente que tinha conseguido um encontro com sua paixonite do colegial. Só que aquilo era muito melhor. De repente, era como se o mundo tivesse um novo brilho. Regina queria vê-la. Regina sentia um interesse por ela. As duas tinham um encontro marcado. Era impossível parar de sorrir depois daquilo.

Enquanto pensava nisso, notou seu celular vibrando no criado-mudo ao lado da cama. Pegou-o e leu o que estava escrito na tela. Uma nova mensagem de um número restrito.

"Estou vendo pequenas ameças à tranquilidade de Storybrooke... Talvez eu tenha que eliminá-las."

Give Me LoveWhere stories live. Discover now