Capítulo 19

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Luana narrando

Eu odeio essa menina. Nunca senti tanto ódio por alguém como tenho por Eva, ela não vale nada, é uma oferecida do caralho. Meu sangue ferveu ao vê-la aqui de novo, minha vontade era de matar essa desgraçada aqui mesmo, mas oque é dela está guardado. Logo, logo era morrerá e eu serei a mulher mais feliz do mundo.

Passo as mãos no rosto e olho para trás. Ainda bem que essa praga já foi pelo menos esse lugar não vai feder tanto.

Caminho para a sala do coronel e o vejo sentado em sua cadeira com as mãos tampando o rosto, parecia preocupado. Talvez aquela vadia dissesse algo importante.

Bato na porta e abro-a um pouco, ponho a cabeça pra dentro da sala e o Coronel levanta a cabeça e me olha curioso.

-Posso entrar?

-Sim, entra.

Fecho a porta atrás de mim e sento na cadeira.

-Oque houve Coronel? Por que essa cara de preocupação? –Pergunto curiosa.

Queria saber oque aquela piranha veio falar para ele de tão importante assim, é bem provável que tenha descoberto algo sobre o traficante, Alex, e isso me preocupou muito.

-Não é nada. –Disse e começou a organizar os documentos a sua frente.

Ele estava mentindo para mim, deu para ver. Mal olhou nos meus olhos quando respondeu.

-A cabo Eva descobriu alguma coisa na nossa investigação? –Indago outra vez e o encaro.

Dessa vez ele nem fez questão de me olhar, apenas negou com a cabeça. Balancei a cabeça e cerrei os punhos.

-Sabia que ela não estava preparada para essa operação. –Digo e o Coronel me olha.

-Mas foi você mesma que pediu para eu coloca-la. Não entendo porque está se contradizendo agora. –Ele diz me olhando fixamente nos olhos.

Desvio o olhar e ponho as mãos na coxa. Coloquei-me num beco sem saída.

-Achei... q... que ela estava preparada para tal, mas vejo que não. –Minto e ele me olha desconfiado.

-Entendo. –Diz por fim.

-Enfim, vou resolver algumas coisas. Com licença, senhor Coronel. –Levanto e ele acena com a cabeça.

Saio da sala furiosa. O Coronel me escondia algo e o infeliz não disse nada. É bem provável que ela tenha pedido sigilo da parte dele, mas por que disso? Só se ela estivesse desconfiada...

-BINGO! –Digo para mim mesma.

Corro para a minha sala e pego o meu telefone de dentro da minha bolsa, encontro algumas ligações perdidas do meu noivo, mas ignoro. Tenho que ligar para o meu irmão, ele com certeza deve ter descoberto algo.

Ligo para ele e o mesmo só atende no quinto toque.

-Fala maninha.

-Rafael preciso falar com você pessoalmente. –Digo

-Sobre?

-Sobre a Eva, paspalho.

Ele fica mudo por alguns instantes me deixando impaciente com o seu silêncio.

-Eu a conheci hoje, é muito gostosa e linda. Tem um temperamento em tanto, bem que você disse.

Reviro os olhos e bato de mão fechada na mesa.

-Só me diz isso agora? Porra devia ter me avisado que a viu hoje. Rafael eu te coloquei nessa merda é pra você me ajudar e não ficar elogiando essa vagabunda. –Digo furiosa.

-Calma maninha, relaxa está tudo sob controle.

-Me encontra naquele mesmo bar de sempre em frente à praia. –Ordeno e ele bufa

-Tá bom maninha te encontro lá.

Desligo o telefone com uma vontade enorme de joga-lo na parede. E tudo por causa dessa vadia da Eva. Respiro fundo e sento na minha cadeira.

Dessa vez não tem como ela não morrer, a vagabunda agora convive com aqueles bandidos e com certeza se eles souberem dela é capaz de mata-la. E isso me agradaria muito. Não sei por que ainda não fizeram isso com ela já que enviei a cópia do perfil dela para eles como um presente adiantado. Mas não tem problema, hoje mesmo enviarei outro é só tirar outras cópias dos documentos da vadia. Ninguém saberá mesmo que sou.

-Você vai morrer vadia. –Digo e começo a rir.

Se não morrer nas mãos desses bandidos, com certeza vai morrer nas minhas.

***

Estava impaciente esperando o idiota do meu irmão chegar, havia pedido um suco para beber, já que infelizmente ainda estava no meu horário de trabalho. Depois de alguns minutos o Rafael chega e se acomoda na cadeira a minha frente.

Ele sorrir para mim e eu fecho a cara para o mesmo.

-Bom dia para você também. -Disse

-Tudo que se trata daquela vadia, eu quero saber entendeu.

-Eu sei você já me avisou. Ela chegou de surpresa no apartamento, eu nem sabia que ela iria para lá hoje. –Se explicou. –Enfim, por que me chamou aqui?

-Acho que a vadia está desconfiando... Eu não sei hoje ela veio com um papo estranho para mim que me deixou com uma pulga atrás da orelha e depois quando fui conversar com o coronel, ele mal me olhou nos olhos. Tudo está muito estranho.

-Você acha que ela desconfia de você?

-Não sei, mas ela não é burra. Se ligar um ponto a outro, logo saberá.

-Oque você quer fazer?

-Mata-la. –Digo com um sorriso nos lábios.

-Está brincando né? Você não pode matar ela. Eles vão saber que foi você, não faça nenhuma loucura Luana.

-Eu a coloquei naquela porra do Alemão para aqueles inúteis daqueles traficantes mata-la, mas até agora ela continua viva, respirando o mesmo ar que o meu. –Olho pela janela e vejo o movimento no calçadão da praia. –Temos que mata-la antes que ela saiba da gente.

-Afonso já concordou com essa loucura? –Perguntou

-Afonso fará tudo oque eu quero.

Afonso era o meu noivo e também meu cúmplice.

-Não tô gostando disso não, Luana. É arriscado demais, e eu acho muito radical matar a menina. É melhor dá um susto nela e pronto.

-Qual é o teu problema? Vai dizer que gostou daquela piranha? Era só oque faltava. –Encaro meu irmão que sequer me olhava. Puxei seu rosto e o fiz me encarar. –Tá comigo ou não, porra?

Ele me encara por alguns segundos, suspira fundo e acena com a cabeça concordando. Sorrio para ele e volto a olhar o calçadão.

-Por que você tem tanto ódio dela?

-Ela roubou a pessoa que eu mais gostava de mim... –Digo com mais raiva ainda.

Eu namorava, ou achava que era isso que eu tinha com Heitor, mas quando Heitor conheceu Eva, ele me largou pra ficar com a vadia e a mesma nem sequer se importou se eu gostava ou não dele. Até hoje sinto ódio dela, e por isso quero que ela morra. Não vale nada. É uma puta desgraçada.

-Entendi... –Disse meu irmão me arrancando dos meus pensamentos.

Olho para ele e passo a mão no seu rosto. Ele sorrir para mim e acena com a cabeça.

-Estou com você sempre irmã.

-Ótimo...

***

OPERAÇÃO NO MORROWhere stories live. Discover now