Capítulo 26

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Maite acordou durante a madrugada e estranhou o lugar em que estava, aquela não era a sala e aquilo não era o sofá que ela havia dormido. Olhou ao seu redor e viu que aquele era o quarto que William estava, olhou novamente e seu olhar parou ao vê-lo deitado no tapete todo encolhido pelo frio que estava fazendo, se aproximou dele e balançou seu ombro devagar.

- Will... Will - o viu abrindo os olhos aos poucos e a olhando confuso - Como eu vim parar aqui no quarto?

- É que... eu desci pra tomar água - mentiu - e te vi tremendo no sofá, ai eu te trouxe pra cá e como eu sei que você não me quer por perto, deitei aqui no tapete mesmo.

- Mas também não é justo você ficar com frio e pode pegar uma hipotermia ou coisa pior - pensou mais uma vez e disse - Venha, deite-se aqui na cama comigo.

- Eu acho melhor não, não quero te incomodar.

- Vem William, se você ficar gripado eu vou me sentir culpada - William soltou um leve sorriso, era bom pensar que Maite ainda se importava com ele.

- E-eu vou sim - se levantou do chão e pegou o travesseiro que dormia e colocou-o o mais afastado possível de Maite - Obrigada Maite, de coração, eu merecia ficar ali morrendo de frio.

- William, isso é uma coisa que eu faria por qualquer ser humano. Você pode ter sido ruim pra mim sim, mas te deixar com frio a noite inteira pra você 'pagar' pelo o que me fez seria ridículo e desumano da minha parte.

- Não mais do que eu fui, pode ter certeza - William se virou para o outro lado enquanto Maite continuava o observando.

Queria abraçá-lo, beijá-lo e dizer que o perdoava, mas não, seu orgulho e o medo de acontecer o mesmo que antes não deixava. E isso era o que William fazia em sua cabeça, vontade de voltar atrás em suas próprias promessas, em questão de horas.

- Boa noite William!

- Boa noite lin...Maite - puxou a coberta, adormecendo em seguida.

Maite acordou sentindo uma respiração pesada sobre seu rosto, olhou bem e percebeu que dormia abraçada com William. Isso não deveria acontecer já que dormiram cada um em uma ponta diferente da cama, se desvencilhou dos braços dele e se levantou rapidamente, não poderia ter dormido daquela forma com William e se ele se lembrasse e achasse que os dois ainda tinham alguma chance? Se é que ele queria alguma chance com ela...

Pegou uma roupa na mala e foi ao banheiro, escovou os dentes, tomou banho, se maquiou, arrumou os cabelos e se vestiu. Colocou uma saia de cós alto, que batia pouco acima do joelho, uma camisa branca um pouco transparente por dentro da saia, passou um batom vermelho e por último calçou um sapato de salto preto. Ajeitou os cachos e se olhou mais uma vez no espelho, é...não estava nada mal.

- Por que não me acordou Maite? Eu estou atrasado pra ir trabalhar - William dizia assim que viu a porta do banheiro se abrir e terminava de colocar seus sapatos - ainda tenho que passar em casa e... - parou ao vê-la saindo do banheiro, estava magnifica. Sentiu vontade de correr e agarrá-la, mas se o fizesse certamente levaria um belo tapa.

- Não te acordei porque não tenho mais nada com você e por isso não tenho a obrigação de me lembrar dos seus horários.

- Você tem razão, me desculpe. Já foi legal o suficiente me deixando deitar na mesma cama que você - ficaram em silêncio enquanto Maite terminava de arrumar sua mala e ligava para um táxi.

- Não tem problema William, já te expliquei os motivos durante a madrugada.. Preciso ir até a editora ver como serão as coisas, até qualquer dia.

- Até - saiu do quarto e não viu ninguém na sala, certamente Anahí teria ido levar sua filha na creche e Poncho estaria trabalhando. Ouviu um barulho de buzina e correu para pegar o táxi.

- Posso saber com quem deseja falar ? - a recepcionista perguntava a Maite.

- Sou Maite Perroni, a nov...

- Perdão senhorita Perroni - uma moça de cabelos pretos e longos dizia - Me chamo Ully, acompanhe-me até sua nova sala - a moça a guiou até o elevador e apertou o botão do último andar - Bem Maite, seu tio antes de partir deixou tudo encaminhado para você, só precisa assinar alguns papéis e será a nova presidente daqui.

- Tudo bem, onde estão esses papeis?

- No mesmo lugar que estamos indo - ficaram em silêncio até o último andar.

- Tem muitas coisas pra eu fazer aqui por hoje? - Ully a olhou torto - Não é que eu esteja com desinteresse por esse trabalho, na verdade é tudo que eu sempre quis, mas cheguei no Rio ontem e preciso ajeitar minha vida aqui novamente.

- Não, hoje só você precisa olhar algumas revistas do departamento de moda e de decoração e agendar uma entrevista para algumas matérias - as portas do elevador se abriram e Maite se viu em um pequeno corredor com apenas uma pequena sala de sua possível secretária e uma porta atrás de uma mesa - Aquela porta ali é a sua sala - se encaminharam até lá e Ully abriu a porta.

- Uau! Ela é simplesmente linda - olhou bem o lugar e se impressionou com a variedade de coisas que nela havia - Onde estão os papeis?

- Sente-se que eu vou pegá-los - pegou-os e entregou pra Maite marcando cada lugar que ela precisava assinar - Bem vinda a editora Perroni, espero que honre bem o lugar de seu tio.

Foi um dia cansativo, Maite fez o que precisava na empresa, foi ao banco pegar sua parte da herança e se assustou ao ver a enorme quantia, foi a uma concessionária procurar um carro novo e já saiu de lá o dirigindo e por último foi procurar um apartamento mobiliado, e achou um duplex em frente a praia de Copa Cabana, perfeito para ela, assinou outros papeis mas dessa vez de compra e por último foi a casa de Anahí pegar suas coisas.


Aprendendo a Reconquistar ( Adaptada Levyrroni )Onde histórias criam vida. Descubra agora