Capítulo 40

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- May, meu amor, eu estou dirigindo, para de me provocar?

- Pode até estar no volante, mas continua extremamente gostoso Will - Deixou mais um chupão no pescoço dele. - Acho que seus filhos querem comer torta de limão.

- Mas nós comemos pudim antes de sair de Angra.

- E daí? Eles não escolhem hora para querer comer alguma coisa, você quer que eles nasçam com cara de torta?

- Já estamos chegando no Rio, quando eu avistar uma doceteria aberta eu paro para comprar.

- É por isso que eu te amo tanto, tanto, tanto.

- Só por isso querida?

- Não, te amo muito por milhares de motivos e se eu for falar vou ficar aqui até amanhã.

- Eu também te amo muito minha bobinha - Deu lhe um selinho rápido e voltou a se concentrar no trânsito.

- Posso dormir no seu colo? - Maite disse manhosa e bocejou.

- Deita aqui minha princesa - Bateu a mão no colo.

- Se te atrapalhar me fala. - Colocou a cabeça na perna de William e ele abaixou o volume do som.

Dormiu até chegarem ao local que comprariam a torta, William a acordou com selinhos e eles saíram do carro de mãos dadas.

- O que o senhor deseja? - Uma mulher morena e baixinha perguntava ignorando a presença de Maite.

- Nós dois queremos uma torta de limão.

- Qual o tamanho? - Falou sínica para ela e sorriu para William.

- Tamanho médio, por favor - Ele falou rápido e olhou sua esposa que estava com um enorme bico, riu e beijou seus lábios em seguida, ignorando a presença da mulher. Passou um braço na cintura dela e a trouxe para mais perto.

- É só isso mesmo que vocês querem? - Partiram o beijo e Maite assentiu sorrindo. - Eu volto já. - Entrou em uma porta atrás do balcão.

- Odeio essas oferecidas que acham que podem alguma coisa com você - O abraçou apertado.

- Você sabe que só existe você e nossos filhos para mim.

- Sim, eu sei - Sorriram ternos e se beijaram novamente.

- Aqui está - Entregou uma sacola a William - E se quiser voltar, eu estarei sempre aqui, meu nome é Giovanna.

- Pode deixar que nós não iremos querer voltar de forma alguma - Maite o arrastou até o caixa que por sorte estava sem fila, eles pagaram e ignoraram a presença de Giovanna na porta de saída, entraram no carro e William deu a partida - Puta, oferecida e vagabunda, é isso o que aquela mulher é. E se você voltar aqui sem eu saber, eu mesma vou me fazer ficar viúva e mãe solteira.

- Calma May, eu não voltarei aqui, até porque nós só passamos por aqui pra ir para outra cidade e é bem longe de qualquer lugar que eu frequento.

- Eu sou uma idiota mesmo, não é? - Riu.

- É uma idiota, mas é minha idiota.

Narrado por Maite.

Eu estava extremamente preocupada, já passavam das nove da noite e o William não chegava em casa, não atendia o telefone e nem ligava para dar qualquer notícia. Andei até a cozinha e bebi um copo d'água com pressa, voltei à sala de estar e me decepcionei ao ver que ele ainda não havia chegado. Já passava de ciúmes ou da minha possessão, era pura preocupação em saber o que tinha acontecido.

Finalmente eu ouvi o barulho do portão da garagem e coloquei a mão sobre o peito aliviada, corri até a porta e esperei William a abrir. Assim que ele o fez, corri até ele e sem nem olhá-lo o abracei com toda minha força. Respirei fundo esperando sentir o cheiro de seu perfume inebriante, mas o cheiro era outro, será que era bebida?

- Onde você estava Will? - Meus olhos já estavam inundados.

- Ah May, me deixa - A voz dele estava embolada e ele parecia não sustentar o peso do próprio corpo, me soltei dele e o arrastei até a sala.

- Te passou em algum momento na cabeça que eu estava preocupada com você?

- Não sei por que, eu tô muito bem - Riu olhando pro teto. - Agora dá pra me deixar em paz um pouco? - Voltou seu olhar para mim e fechou o rosto. Comecei a chorar alto, aquele não parecia meu William carinhoso e meigo, parecia o cara que eu era casada antes. - Já vai começar a chorar, será que você não pode ficar um dia sequer sem isso?

- Will você sabe muito bem que eu fico mais sensível na gravidez, principalmente quando eu te esperei até tarde da noite, pensando que havia acontecido algo ruim e você provavelmente estava em algum bar enchendo a cara.

- E eu estava mesmo, antes lá do que vir pra casa - Riu de novo e tentou se levantar, o que foi em vão, pois ele tropeçou no próprio pé e caiu no sofá novamente.

- Será que dá pra você compreender pelo menos um pouco, eu estou grávida caramba!

- E não fez mais do que sua obrigação.

- Como é que é?

- É isso mesmo, já passava da hora de me dar um herdeiro, melhor ainda que agora você vai me dar dois. Você é minha mulher e sua obrigação é me dar filhos. - Mal percebi quando minha mão foi me encontro com o rosto dele, batendo com força. Ele iria reagir, mas não tinha condição nem pra isso, de repente desmaiou no sofá e eu subi correndo para o quarto de hóspedes.

Deitei na cama pequena daquele quarto e chorei mais ainda. Certo, ele estava bêbado, mas não dizem que quando uma pessoa está naquele estado não fala toda a verdade? Sinceramente, eu preferiria acreditar que tudo aquilo era mentira do que sofrer mais. Apaguei a luz do quarto e fiquei ali por horas no escuro pensando naquela noite até dormir.

Aprendendo a Reconquistar ( Adaptada Levyrroni )Where stories live. Discover now