Capítulo 16

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Tem dias que acordamos para baixo, com uma vontade de jogar tudo para o alto e fugir... E hoje para mim é esse dia. Não sei o que aconteceu mas hoje não acordei muito bem, estou indisposta e não quero ir à aula. Quando vejo o relógio marca 5:45 da manhã e fico alguns segundos pensando se vou ou não a aula. Me levanto de fininho e vou ao quarto dos meus pais ver se eles já estão acordados, e como eu já imaginava eles ainda estão dormindo, até por que ainda é muito cedo.
O dia está frio e ainda está escuro, vontade de ficar na cama lendo o dia todo mas o sono está tomando conta de mim. Decidi que não vou ao colégio hoje e volto a dormir...
Acordo lentamente com a imagem da minha mãe em minha frente e tomo um baita susto.
- Nossa mãe que susto! O que faz aqui parada?
- Desculpa, eu só vim te perguntar se não vai a aula.
- Ah eu não estou me sentindo muito bem hoje, não vou ir.
- O que você tem? Ela pergunta me analisando.
- Minha cabeça está doendo e eu estou cansada.
- Hum. Não pode ficar faltando a aula viu? Por hoje passa mas da próxima tente ser mais frequente.
- O que? Mãe mas eu raramente falto a escola! Hoje é por que realmente estou indisposta.
- Sim eu sei, só estou dizendo!

Sim eu fiquei irritada, minha mãe disse como se eu faltasse a aula sempre e não gosto disso, acho que ela pensa que falto por que não quero ir . Mas eu sei o que estou sentindo...
Volto a dormir novamente e acordo mais tarde do que de costume, meus pais já foram trabalhar e estou sozinha em casa; passar um tempo sozinha é bom para ouvir meus próprios pensamentos.

Quando vejo o celular tem uma mensagem de Rodrigo.
Sms: Clara? Cadê você? Está tudo bem?
Não estou afim de responder a essa mensagem, melhor deixar para lá.
Passo a parte da manhã toda lendo um livro de suspense que comprei na livraria da cidade semana passada; ele é bem legal e intrigante, gosto de livros que me prendam como esse.
Sinto uma fraqueza, acho que por que não tomei café da manhã e meu corpo precisa de alimento. Vou até a porta da frente e percebo que nem tirei a camisola, me sento no balanço da varanda e fico olhando a casa da frente que é do Senhor Donavan. Ele é um velhinho viúvo que mora sozinho, ele é tão solitário que chego a sentir pena. A esposa dele faleceu a uns 2 anos e ele ainda não se recuperou, mas também creio que seja bem difícil por que ele era muito apaixonado por ela. E depois do falecimento dela, ele sempre fica solitário em sua casa e quase nunca vemos ele do lado de fora.
Meu bairro é bastante parado, não há muitas coisas para se fazer. É bom para quem é caseiro e gosta de relaxar.
Começo a assistir uma série bem interessante que se chama Breaking Bad, comecei a ver a umas três semanas atrás e achei legal. Quando estou bem concentrada o telefone toca.
Ligação:
- Alô?
- Oi meu bem como você está?
- Ah é você pai, nunca tinha me ligado desse número antes. Eu estou normal. - Sua mãe me disse que faltou a escola hoje, fiquei preocupado!
- Sim, mas não se preocupe eu vou ficar bem, só estou com dores de cabeça.
- Você já se alimentou?
Dou uma pausa e vejo que preciso mentir, não é uma mentira grave mas é só para mante - lo tranquilo.
- Sim pai, relaxa.
- Está ok... Se precisar me ligue
- Sim, tchau.
Me sinto um pouco culpada por ter mentido para meu pai, mas é que eles iriam me encher se soubessem a verdade.

Eu MesmaTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang