Capítulo 16 parte I

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Eu sei, eu sei. Não me mate, o fato da demora que teve nos últimos dias foi pelo fato que a Raah, estava fazendo algumas modificações no final dos dois livros Jogadas do Amor e Tentada.

Ps.: Capítulo editado e revisado no Word. Desculpem-me por qualquer coisa.

Boa Leitura!

2bjs Lary Di Angelo lalahsalles15


Penélope me olhava preocupada e temerosa, acho que no fundo ela tinha medo que agora, que eu havia recuperado a memória, eu simplesmente iria surtar e xingar ela por todos os seus erros.

- Diz logo Cici, você está me matando aqui - ela diz.

- Você conhece a história de Gabriel? - eu pergunto e ela olha de mim para Gabriel confuso e nega.

- Gabriel foi encontrado em uma lixeira quando ainda era um recém-nascido. A mulher que o encontrou foi Joana Queiroz, ela o amou desde que o viu pela primeira vez e decidiu adota - lo. - eu conto e ela fica visivelmente surpresa - antes do meu acidente Gabriel decidiu procurar algum parente. Qualquer vestígio de seu passado e ele chegaram a um resultado. No mesmo lugar do seu abandono. Três meninas e uma delas precisavam de ajuda - eu digo e ela coloca as mãos na boca.

- Eu - ela diz e engole em seco.

- Sim, você - eu digo - os outros testes deram negativo - eu conto - Gabriel pegou alguns fios do seu cabelo. Sinto muito, ele não sabia como dizer - eu peço desculpas um pouco sem graça e abro o envelope e leio o resultado - Penélope, você é a irmã de Gabriel.

- Eu... Eu - ela diz parecendo sufocada e Gabriel fica paralisado no lugar tentando processar tudo. Ela se levanta com a mão na cabeça e muito aflita.

- Penny - eu chamo e me levanto e ela se afasta de mim.

- Eu... Eu preciso de um tempo - ela diz - por favor - ela pede e sai correndo pela porta da frente e eu e Gabriel ficamos totalmente sem reação. E quando eu penso em ir atrás dela Gabriel me segura.

- Ela precisa de um tempo - ele diz e engole em seco e eu concordo - precisei conversar, eu vou te contar tudo, mas antes eu preciso que saiba que há coisas que você não vai gostar de ouvir. Você tem certeza que quer saber de tudo Cecília? - ele pergunta.

Eu olho para o rosto de Gabriel e ele parece um pouco atormentado, mas algo dentro de mim precisava saber do resto. Sobre tudo, para acabar de uma vez com todos aqueles segredos.

- Tenho certeza - eu digo e suspiro e me sento em um sofá e Gabriel se senta no outro. Ele passa a mão pelo rosto como se não acreditasse no que estava prestes a fazer.

- Eu conheci Barbara quando ainda era muito novo, eu não me lembro de ao certo a idade, mas sei que foi antes da sua mãe entrar em nossas vidas. Ela era filha da vizinha e nós tínhamos a mesma idade, então acabamos brincando várias vezes juntos e foi com ela o meu primeiro beijo - ele diz e minha barriga se embrulha toda - pouco tempo depois sua mãe apareceu e acabamos nos mudando e perdi completamente o contato com Bárbara e poucos meses depois você nasceu eu me lembro como se fosse ontem. Minha irmã Aysha chegou a casa com um pacotinho lilás todo embrulhado e quando ela se sentou para me mostrar você estava lá no meio do mundo de cobertores, tão pequena e frágil. Tão linda. Nos instante em que te vi ali tudo o que eu senti é que eu tinha que cuidar de você, te proteger. Eu amei você naquele estante, no instante em que você abriu seus olhos para mim pela primeira vez. Eu não sabia ficar longe de você Cecília, eu troquei suas fraudas, te dei mamadeira vi você crescer e o meu amor só crescia ainda mais e eu não aceitava isso, não aceitava o que eu sentia pela minha sobrinha. Porque eu sabia que não era um amor saudável, nem para mim é muito menos para você. Eu me tornei um adolescente problemático até que conheci o mundo do BDSM é isso foi uma forma de frear o meu gênio e eu usei isso para frear o que eu sentia por você - ele diz - e isso não foi agradável, para nenhuma das minhas submissa principalmente para Bárbara - ele diz e fecha os olhos.

- C-omo ? - pergunto totalmente em choque - Barbara f-foi sua submissa ?

- Sim ela foi, eu encontrei Barbara poucos anos depois de entrar para o BDSM . Ela era uma escrava sexual e eu literalmente a comprei . Não porque queria algo com ela mas sim porque queria ajudar uma conhecida e depois disso ela ficou livre e acabamos nos envolvendo. Barbara foi minha submissa por anos e eu nunca menti para ela. Sempre deixei claro que ela nunca ia ser mais que uma submissa, na época eu mantinha quatro submissas, cinco com Bárbara .

- Cinco? - pergunto é ele concorda - Isso é demais para mim - eu digo me levantando e andando de um lado para o outro.

- Você pediu tudo Cecília - ele diz e suspira .

- Eu sei! Mais não fazia ideia de que havia tanta coisa - eu digo um pouco sufocada .

- Quer que eu pare? - ele pergunta .

- NÃO - eu grito sem querer - continue por favor - eu peço me recompondo.

- Eu não sentia nada por nenhuma delas - ele confessa - paixão, empatia, carinho. Nada. Tudo o que eu sentia era frustração. Porque não era nenhuma delas que eu queria. - ele diz - eu não me conformava que eu amava uma garotinha de quinze anos. Você tinha quinze anos Cecília. Você era uma criança.

- Eu não era uma criança. Eu já te provocava com essa idade . Eu já sabia o que queria - eu digo - mas você nunca cedia .

- E eu ficava maluco de ódio, por não poder pegar o que eu queria. E descontava nelas, até que não suportava sequer a presença delas, eu me sentia cada vez mais sujo e indigno. Então cortei laços com todas. Absolutamente todas. Barbara insistia em uma reconciliação então eu a mandei para bem longe de mim. Alguns anos se passaram e eu não tive nada sério, uma ou duas no máximo. De qualquer forma, antes do seu aniversário eu já estava há um ano sem ficar com ninguém e você apareceu na boate, com uma roupa minúscula e se esfregando em qualquer um, eu perdi qualquer controle que eu tinha . Carlos Eduardo tinha o hábito de me chamar de touro e naquele dia fez todo o sentido, porque eu vi tudo vermelho. Eu te puxei para aquele quarto porque uma parte minha queria te proteger e a outra queria te punir e depois de te ter em meus braços Cecília , eu soube que nunca mais seria o mesmo d que nunca poderia ter outra. Se antes eu já tinha uma queda por você, depois daquilo eu me tornei obsessivo. Eu pensava em você o dia todo, a todo o momento. Tudo começava e terminava em você. Eu te amava e sempre amei e o simples pensamento de te puxar para o meu mundo simplesmente me deixava aterrorizado. Eu não sabia o que fazer e também tinha ciência que você não desistiria .

- Então me tratou daquela forma e depois foi embora - eu digo d engulo em seco .

- Eu fui embora, eu queria que você aproveitasse sua juventude e fosse feliz e eu procurei tratamento. Eu fiquei longe o tempo que consegui, mas eu sentia a necessidade de ficar perto de você, nem que fosse apenas como seu tio . Então eu vi você e a Lívia, eu queria me manter afastado mas foi impossível, mas mesmo assim eu queria ser melhor e eu tentei e consegui durante um tempo. Até te ver à beira da morte em meus braços, naquele momento algo se quebrou dentro de mim. O murro que eu lutei para construir entre as duas partes da minha vida se rompeu e sem você ao meu lado eu não conseguia me reajustar. A culpa me corroeu aos poucos a cada dia, porque mesmo que todos digam que a culpa não é minha. Dentro de mim, eu sei que é. Porque se eu não tivesse me envolvido com o mundo do BDSM eu nunca teria reencontrado Barbara e ela nunca teria te feito tão mal.- ele diz e então percebo que Gabriel está chorando e naquele momento eu fiquei em choque .

Sem saber o que fazer e como agir. Eu nunca vi Gabriel chorar, não dessa forma, é tudo o que eu queria era abraçar o meu marido e dizer que tudo iria passar .

TentadaWhere stories live. Discover now