Capítulo 28 - Iris Thompson

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Pop Over Coffee Club: 02/04/2015 – Quinta-feira, 8:42 p.m.


– Surpresa! – gritamos todos juntos, quando os quatro atravessaram a porta.

Foi divertido ver a cara de susto dos garotos, por isso não resisti e gargalhei alto, mas o som foi abafado pelo burburinho dos que estavam atrás de mim ao saírem do esconderijo provisório. Uma das que saiu primeiro foi Sabrina, que logo correu na direção do Connor, sendo uma das primeiras a cumprimenta-lo. Pelo visto, ele não esperava encontrá-la entre os convidados, visto que suas sobrancelhas ergueram-se no instante em que a viu.

Ideias brilhantes surgem nos momentos mais inoportunos, como dizia Liz. E, assim foi. Dias atrás, ouvia tranquilamente Toxicity em meu carro, que havia estacionado na lateral da universidade, quando vi aqueles cabelos azuis vindo em minha direção. Ela andava determinada até mim e, quando aproximou-se, soltou um problema para que eu resolvesse. Sabrina queria muito estar presente na festa do aniversário dos gêmeos, mas como ela havia descoberto sobre se era algo íntimo? Não sabia dizer.

Naquela manhã, fomos até uma tea house para resolvermos o que faríamos sobre isso. Conversamos por muito tempo, até que me contou que sabia tocar algumas músicas na mesa de DJ. Não era muito boa nisso, mas iria se empenhar para que a encaixasse na seleta lista de convidados. Então, concordei, mesmo imaginando que poderia quebrar a cara porque ela tinha outro objetivo em mente que não era só se apresentar para os convidados.

Ao presenciar aquele momento na festa, vi que talvez as coisas não iriam acontecer conforme imaginara porque eles até se abraçaram, sorriram e cochicharam ao pé do ouvido um do outro. Por isso, respirei aliviada e voltei minha atenção para a fila que se formava para cumprimentar o outro aniversariante.

Quando minha vez chegou e revi Dylan ali, todo encasacado, com as bochechas vermelhas de frio, assim como o nariz, sorri carinhosamente. Apesar de estar engraçado daquele jeito, ainda assim ele estava atraente para mim, que não consegui desviar minha atenção dele nem por um segundinho sequer. Era complicado ser seduzida somente por sua presença ali. Tudo nele me fascinava, desde aquele dia na casa da árvore, quando despertou em mim algo que não sabia que existia e que nunca consegui encontrar igual em nenhum outro. Nem mesmo Kevin, apesar de tantos anos. Nunca acreditei em almas gêmeas, nem nessas baboseiras românticas que vemos nos filmes e nos desenhos infantis. Mas, talvez Dylan fosse destinado para mim.

Não demorei muito para correr feliz pros seus braços. Abraçá-lo era ainda mais prazeroso. Um aconchegante, longo e apertado abraço que não tive como resistir e que tinha gosto de infância.

– Feliz aniversário! – sussurrei bem perto do seu ouvido.

– Como é? Não escutei.

Me afastei um pouco e ele sorriu daquele mesmo jeito que fez no dia da casa da árvore. Então, aproximei-me de novo e retirei a borda da touca que cobria seu ouvido.

– E assim está melhor? – murmurei, depositando um beijo em sua bochecha.

Um sorriso travesso estava sempre estampado em seu belo rosto, acompanhado de um olhar atraente que me seduzia. Resistir seria algo bem difícil, no entanto precisava larga-lo para cumprimentar Connor.

Afastei-me de Dylan, que logo em seguida recebeu um abraço apertado de tia Elisa; uma mãe dedicada e amorosa. Não tinha uma assim, mas tinha um pai que valia como dois.

Alguém pigarreou atrás de mim.

– Eu não ganho um abraço de aniversário também?

Virei-me para Connor e vi seu rosto afetado, que incrivelmente fazia beicinho.

Primavera Sem Rumo (Livro 1) - CompletoOnde histórias criam vida. Descubra agora