Capítulo 31

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— Você alguma vez já pensou em como serão nossos filhos, minha Alice? — Perguntou Osten.

Nós havíamos jantado e agora estávamos deitados dentro da tenda, abraçados um de frente pro outro. Ocasionalmente, eu apertava de leve o meu anel só para confirmar que tudo aquilo era real, que eu podia mesmo ser tão feliz.

— Já sim, meu amor. Várias vezes, na verdade. — Admiti corando. — E você?

Ele abriu um sorriso e começou a acariciar meu cabelo.

— Venho fazendo isso desde o abrigo.

Eu o encarei maravilhada.

— E como você os imagina, meu Osten?

— Eu imagino uma menina ou um menino muito inteligente, que tenha os meus cabelos e os seus olhos.

— Porque os meus olhos?

— Porque seria uma injustiça nossos filhos herdarem os meus quando os seus são dois lagos cristalinos turquesa capazes de encantar qualquer um.

Sorri. — Mas eu acho os seus mais bonitos.

Ele riu, me encarando como se eu fosse a responsável por manter a harmonia do universo.

Um pequeno lampejo de luz no teto da tenda chamou a nossa atenção.

— Uma estrela cadente. — Eu disse, subitamente me lembrando de algo. — Osten, você conhece essa estrofe? "Duvides que as estrelas sejam fogo, duvides que o sol se mova...

— Duvides que a verdade seja mentira, mas não duvides jamais de que te amo", minha Alice. — Ele completou, passando a mão pela minha bochecha. — Achei que você já estivesse dormido quando te falei isso.

— E eu achei que talvez tivesse sido um sonho.

— E porque você não me perguntou para tirar a dúvida?

— Porque eu fiquei com vergonha de falar sobre isso com você.

— Não precisava ter vergonha, minha Alice. Não precisa ter vergonha. Quero que você fale comigo sobre tudo.

Assenti. — Também quero que você fale comigo sobre tudo.

— Nunca manteremos nada em segredo um do outro, combinado, meu amor?

— Combinado. E se discordarmos em alguma coisa, vamos sentar e conversar até que nos entendamos, certo, querido?

— Certo.

— Eu te amo, meu Osten.

— Eu te amo, minha Alice.

Osten apoiou sua mão na base da minha nuca e se inclinou mais na minha direção, me beijando levemente.

— Essa estrofe é do seu livro de frases?

— É sim. Eu até destaquei a página para guardar.

Então foi por isso que não a havia encontrado naquele dia. Essa hipótese nem me passara pela cabeça na hora em que eu estava procurando.

— Eu tenho que te contar uma coisa. — Declarei começando a corar, mas rindo ao mesmo tempo.

— O que? — Ele não deixou de demonstrar sua curiosidade.

— Kerttu sequestrou o seu livro. E eu o estou mantendo refém desde então.

Osten caiu na gargalhada.

— Quando ela fez isso?

— Quando você foi procurá-lo com Leanna.

Ele exalou pesadamente, parando de rir. — Aquele dia foi...

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