19. Um natal desastroso.

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Parece que as semanas estão passando em um piscar de olhos. Depois de tudo que tinha acontecido ainda não tive tempo de sentar e conversar mesmo com o Daniel, eu precisei digerir toda essa história de que ele era realmente filho do meu pai, e todo o resto que Carmen havia me contado. Minha mãe tentou conversar comigo, mas juro que a ultima coisa que eu precisava no momento era alguém me lembrando de tudo que havia acontecido. Ainda é muito estranho pra mim toda essa mudança na minha vida, até mesmo a gravidez. Minha barriga está começando a aparecer e quando me olho no espelho é o mesmo que estar vendo uma pessoa qualquer, menos a Kali de sempre!

Tony está animado com as festas de fim de ano, pra ele o natal é a melhor delas, pois a família sempre se junta para passar a noite juntos. E esse ano até Chase disse que apareceria e com uma super novidade que só nos contaria na noite de natal. Fiquei surpresa, até porque ele não dava as caras depois que mamãe apareceu em Greenville. Tony também estava super empolgado e disse que faria uma surpresa, que todos iam adorar.

Eu estava sentada na cobertura do prédio, observando as ruas e as pessoas andando, elas parecem formigas de tão pequenas.

— Atrapalho? — pergunta Sebastian interrompendo meus pensamento.

— Jamais. — forço um pequeno sorriso enquanto ele sentava ao meu lado.

— O que você tem?

— Pareço ter alguma coisa?

— Não precisa ser grossa.

— Desculpa. — falo — Não está acontecendo nada, eu estou bem.

— Então por que não atende as chamadas do Daniel? Tudo que ele precisa nesse momento é da irmã dele.

— Sebastian, isso tudo é novo pra mim. Tudo bem que eu chamava ele de irmão e a gente se dava super bem, mas ai eu descobri que ele é realmente meu irmão, só que de uma traição. Minha mãe surtou por causa disso...

— Olha, se está procurando alguém para culpar, culpe seu pai e a Carmen, o Dani não tem nada com isso. A culpa não é dele, você sabe.

— Eu sei. — resmungo.

—  Então deixa de onda. — diz rindo — Eu adoraria descobrir que tenho um irmão.

— Acho que minha cota de irmãos de acabou. —  brinco.

Olho para o lado e percebo que Sebastian parece estar pior do que eu. O que está acontecendo?

— Você está bem? — pergunto.

— Acho que sim. — diz ele dando uma pausa — É que natal, família unida... não é muito meu forte. 

— Pior que eu sei muito bem como é isso. — falo — Só não entendo como minha mãe pode aceitando tudo isso.

— Talvez sua mãe já o perdoou tudo isso, e agora cabe você fazer o mesmo.

Olho para frente e respiro fundo.

— É, talvez. 

Sebastian coloca seus braços em volta da minha cintura e me abraça.

— Relaxa, tudo vai se resolver. — sussurra.

— Espero que sim. — respondo deitando minha cabeça em seu ombro.

— Posso te fazer uma pergunta meio fora do assunto? Talvez nem tanto assim.

— Claro.

— O que vai fazer quando a criança nascer? Digo, vai continuar morando com seu irmão e sua mãe, ou sei lá?

Não ouse me deixar | lésbicoOnde histórias criam vida. Descubra agora