16. Meu primeiro amor.

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Passei o resto do dia tentando encontrar Leona e nada dela aparecer. Qual é a dificuldade de atender um celular? Na saída fiquei sentada esperando ver ela entre os alunos, mas não havia nenhum sinal da Leona. Droga! O que está acontecendo? Brad vem empurrando a cadeira de Daniel em minha direção enquanto eu ainda esperava esperançosa pela Leona sair de alguma daquelas portas. Por algum motivo eu não estou com um bom pressentimento. Brad coloca a cadeira de Daniel gentilmente ao meu lado e logo se senta.

— Pensei que você já tinha ido. — diz Daniel.

— Não. Vocês ficaram sabendo do que aconteceu com Ethan? — pergunto preocupada.

— Eu estava na hora, foi bem... intenso. — conta Brad tentando escolher o melhor jeito de falar.

— Você estava na sala?

— Tinha acabado de chegar. Os policiais nem perguntaram nada, só pediram licença e o detiveram antes mesmo que ele pudesse falar qualquer coisa.

— O que está acontecendo com o Ethan ultimamente? Quando morávamos em Nova Iorque ele não era assim, ele não conseguia fazer mal a um inseto e aqui ele começou com isso de uma hora pra outra.

Daniel olha para o lado como se ele soubesse de algo, mas não quer me contar.

— Enfim, acho melhor a gente ir. — sugere Daniel.

— Estou esperando a Leona. Vou ficar mais um pouco.

— Leona já foi embora, ela pediu permissão a senhora Wells. Disse que não se sentia bem e precisava ir para casa.

— Entendi. — respondo desconfiada.

— Você vai para casa agora?

— Não, por que?

— Brad vai me levar até a sessão com o fisioterapeuta e depois, se eu tiver tempo vou ir na casa do Sebastian. Quero saber o que deu os exames dele.

Franzo o cenho.

— Exames? — estranho.

— Ah! Você não sabia? — pergunta Daniel com um olhar de pena — Ele teve câncer há uns dois anos atrás, agora ele já está melhor, mas todo ano tem que fazer esse exame, pois há grandes chances dele ficar doente novamente.

— E você fala isso com essa tranquilidade? — grito com um certo tom de desespero.

— Ele está ótimo, Kali. Nada de ruim vai acontecer com ele. Não precisa ficar nervosa.

— Preciso vê-lo. — pego minha mochila — Brad, será que você pode me dar uma carona até o apartamento dele? É caminho do hospital.

— Sem problemas, vamos lá. — responde.

— Voce nem sabe onde o garoto mora, Kali! — diz Daniel.

— Eu sei que ele mora no mesmo prédio que o Tony.

Dani ter falado aquelas coisas só me deixou ainda mais nervosa. Não fazia a menor ideia que Sebastian estava doente e mesmo que eu e ele não fossemos amigos de longo prazo — como ele e Daniel são. Eu me importo bastante com ele. Sebastian me ajudou tanto quando Daniel estava no hospital, e continua me ajudando quando eu preciso. Chegou a hora de fazer o mesmo por ele. Minhas mãos tremem todo o caminho para a casa de Sebastian. Um silencio horrível nos acompanhou todo o caminho. Para melhor ainda mais tinha um puta engarrafamento na avenida principal. Droga!

— Acho que vamos ficar um tempinho aqui. — diz Brad abrindo sua janela.

— Vou ir andando. O apartamento dele é a quatro quarteirões daqui. — falo abrindo a porta.

Não ouse me deixar | lésbicoWhere stories live. Discover now