Sete

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No momento que ouço a porta bater começo chorar mais ainda, eu não acreditava que isso tudo estava acontecendo era horrível estar ali, era horrível a sensação de saber que meu próprio pai havia me trocado por drogas, era horrível imaginar o que ele poderá fazer com Alice no futuro.

Eu me odeio por estar presa aqui e não poder fazer nada para me soltar ou pedir ajuda, não sei o que vou fazer, não sei mesmo. Eu não quero ficar trancada em um porão eu odeio este lugar e tenho muito mas muito nojo daquele garoto.

Ele está me testando, eu sei que se talvez eu tratar ele melhor ele melhore o jeito que me trata.. Mas talvez, só talvez, ele é muito esperto para uma tola como eu o engana-lo.

Eu só queria minha vida de volta, minha casa de volta.

Eu pela primeira vez estou odiando meu pai, ele é um monstro. Eu o odeio, como ele pode fazer isso comigo?

...

Depois de chorar por horas ouço novamente a porta ranger, alguém estava abrindo ela. Vejo a luz ser acesa e me deparo com o moreno em minha frente, ele estava com um jeans rasgado, uma blusa preta e uma jaqueta de couro, tinha os cabelos bem alinhados em um topete e os olhos vermelhos. Depois de o observar olho para sua mão, ele estava segurando uma bandeja com um sanduíche e um copo de suco.

O encaro e vejo o mesmo tirar a mordaça de minha boca.

"Está na hora de comer, vadia" ele fala e solta minhas mãos.

Fico em silêncio e passo as mãos no rosto.

Olho para o sanduíche e pego o mesmo dando uma mordida.

"Boa garota" ele fala e da uma gargalhada.

"Eu sou as vezes" falo baixo comendo o sanduíche.

Ele para em minha frente.

"Por que está fazendo isso comigo? Eu não fiz nada. Me deixe sair daqui" falo o olhando e logo sinto mais algumas lágrimas caírem.

"Eu já lhe disse que você foi o pagamento. Eu não vou te tirar daqui, você vai fugir ah e você fica péssima chorando" ele fala

"Eu só quero sair daqui e eu sou péssima sempre" murmuro terminando de comer e bebo o suco.

"Mas você não vai sair daqui garota" ele fala se abaixando em minha frente.

"E.. eu queria" Murmuro novamente.

"Mas vai ficar querendo. Qual seu nome?"  Ele fala baixo colocando a mão em minha coxa.

"Lauren" suspiro e dou um leve tapa na mão dele.

"Hum, que está fazendo? Quer que eu te prenda de novo? Não posso dar um voto de confiança mesmo" ele bufa se levantando.

"N.. não faça isso comigo, me desculpe" o puxo novamente e forço um sorriso.

"Você não vai conseguir me convencer para ganhar vantagens" ele ri irônico.

"Eu sei que não, você é muito esperto para isso" rio fraco o olhando.

Vejo o mesmo rir e soltar-se de mim.

"É eu sou mesmo. Mas não vou ser bonzinho com você não" ele fala e tira a bandeja dali.

Ele para atrás de mim e pega minhas mãos as amarrando novamente.

"Eu preciso ir ao banheiro" digo antes que ele termine de me amarrar.

"Você não vai conseguir fugir" ele fala apertando bem o nó.

Resmungo de dor e suspiro.

"Eu quero ir ao banheiro e não fugir" reviro os olhos.

"Eu sei como tudo funciona gata" ele sai de trás de mim.

"Porra, eu quero mijar" bufo.

O olho e vejo o mesmo dar uma gargalhada alta.

"Tenha mais respeito, babe!" Ele diz é vai até uma mesa pegando um canivete.

"Me desculpe" falo baixo vendo o que ele havia pegado.

"Já passou" ele diz e se aproxima.

O olho e ele solta um sorriso maligno me olhando, coloca o canivete em minha bochecha e ri alto.

"Devia ser mais educada, aliás você está em desvantagem e eu posso fazer o que quiser com você agora, aliás essa sua regata já está me tirando do sério" ele aperta meu seio por cima da blusa e eu sinto meus olhos arderem"

"Por favor me deixe em paz, eu.. eu não vou lhe incomodar senhor Malik" digo e vejo o mesmo sorrir tirando o canivete de minha bochecha e colocando em seu bolso.

"Boa garota" é tudo que ele diz e então dá um tapa forte em meu rosto o que me faz morder o lábio com a dor.

Suspiro e abaixo a cabeça me sentindo derrotada por estar lá e não poder fazer nada para sair ou bater naquele idiota.

Olho para ele e o encontro novamente com aquele sorriso que ele sempre dá, o sorriso cínico e ao mesmo tempo sinistro.

O observo e vejo o mesmo colocar a mão por baixo de minha blusa tocando meus seios cobertos somente pelo sutiã, bufo e cuspo em seu rosto já que estava abaixado em minha frente.

"Sua vadia desgraçada" ele grita se levantando e põe rapidamente a mordaça em minha boca logo limpando seu rosto.

Solto uma risada e o mesmo me dá outro tapa em meu rosto só que desta vez era ainda mais forte que o primeiro e logo sinto sua mão agarrar meus cabelos e os puxar com força me fazendo fechar os olhos tentando conter a dor.

"Eu posso fazer bem pior que isso, vadia" ele berra e chuta minha perna com força fazendo eu apertar os olhos e logo as lágrimas voltam a escorrer.

"Isso é só o começo se você não aprender a me respeitar" ele suspira e lança mais um chute no mesmo lugar, abro meus olhos o encarando com os olhos marejados.

Vejo o moreno bufar, ele estava com muita raiva. Como fui idiota, desse jeito ele só vai me maltratar.

"Vadia gostosa" ele fala alto virando as costas e vai até a porta.

Ele desliga a luz e então ouço a porta bater com mais força do que a primeira vez.

Começo a chorar desesperada, eu estava ali a pouco tempo e já não aguentava mais. Estou dolorida dos tapas e chutes e isso é só o começo.

                               ...


Após uma noite horrível, passei acordada a noite toda, com dor, sono e me sentindo desprezada eu estava realmente muito triste com isso, só queria sair dali, pegar o dinheiro pra pagar esse idiota e ir pra bem longe com a Alice.

The Payment |Z. M.|Onde histórias criam vida. Descubra agora