Capítulo 59

642 61 9
                                    

- Fica comigo? - Christopher sussurrou no ouvido de Dulce.

- Ficar contigo? De que modo?

- Eu quero que você seja minha namorada.

O brilho nos olhos de Dulce foram impossíveis de esconder e sua boca falou por si.

- Óbvio que eu aceito. - ela disse, o abraçando bem forte.

Ela não seria tonta de recusar, pois vai saber se teria outra chance igual aquela. A vida é assim, nos joga oportunidades que você tem que agarrar. Se deixarmos nosso orgulho falar mais alto, talvez nunca mais teremos aquela chance novamente. Então, aproveite enquanto está abraçada com seu sonho.

Um mês e meio se passou...

Já sentiram aquela sensação de ajudar, porém não receber nenhum tipo de ajuda? Maite estava caminhando nessa trilha de incertezas. Se sentia uma irmã inútil, ao notar que seu irmão, cada dia que passava se tornava mais rebelde. Ela tentava ajudar, tentava mesmo, mas ele a ignorava por completo. Ela tentava conversar com ele, mas ele não dava a mínima. Ameaçava contar pros pais que a irmã, a doce e certa irmã, era mulher de bandido.

Ele chegou em casa calado naquela tarde. Maite estava sentada no sofá, assistindo TV.

- Eu tava na rua, se é isso que quer saber. - ele disse.

- Eu nem perguntei onde você estava. - ela deu de ombros.

- Antes que perguntasse, ué.

- Por que está agindo assim? - Maite se aproximou dele.

- Assim como?

- Como um marginal.

- Pensei que gostasse de marginais. - ele lançou uma indireta clara, que fez Maite perder a pose.

- Você era todo correto, olha pra você agora, que nem um filho desesperado por atenção.

- E se fosse? Você liga?

- Ligo, sou tua irmã.

- Infelizmente! - respondeu e foi caminhando pro quarto.

Maite tentou falar, mas era inútil essa tentativa. Olhou a mochila dele, se aproximou e a abriu. Começou a bisbilhotar algo que a fizesse entender aquele comportamento. Achou um pacote. Conhecia aquilo. Já tinha visto William vender e até mesmo usar. Cocaína. Merda! Seu irmão estava se drogando. Ficou olhando o pacote por um tempo, quase chorando por ver o caminho que seu irmão tinha entrado.

A porta se abriu, Augusto entrou em casa. Sua visão não foi uma das melhores. Maite com um pacotinho de Cocaína na mão. Sem reação, ela não pode guardar.

- O que é isso? - Augusto pegou o pacote da mão de Maite. - ISSO É DROGA!

- Pai, não não... - ela tentava se explicar.

- O QUE UM PACOTE DE COCAÍNA FAZIA NA SUA MÃO? ME RESPONDA!

- Pai isso, isso não é meu... - as palavras se enrolavam e ela não conseguia falar.

Mateus saiu do quarto para ver que gritos eram aqueles, viu que o pacote que estava em sua mochila estava agora na mão do pai, que exigia explicações de Maite.

- Maite, eu disse que a qualquer hora o papai descobriria esse seu vício.

Maite olhou pro irmão e Augusto arregalou os olhos.

- COCAÍNA? VOCÊ É VICIADA EM COCAÍNA?

- Sim, pai. - ela poderia ter dito que tinha encontrado aquilo na mochila do irmão, mas preferiu abaixar a cabeça e tomar a culpa do irmão.

Amor Blindado Where stories live. Discover now