Capítulo 73

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Jeremias era o novo policial militar. Era um rapaz muito ambicioso e capaz de fazer tudo por dinheiro, coisa que ele já nasceu tendo, mas sempre quis mais e mais. Augusto queria algum serviço dele, mas até agora ela não sabia do que se tratava.

- Tudo bem, Augusto. - ele se ajeitou no sofá. - Mas sinceramente, não estou entendendo o rumo dessa conversa. Você precisa de um grande favor meu, mas qual?

- Acalme-se, vou te explicar. - Augusto disse se sentando ao lado dele. - Minha filha, aquela que você viu comigo, desceu em um dos níveis mais baixos que uma garota pode chegar. Uma decepção que eu jamais esperava da parte dela, sabe? Algo que está me doendo bastante por dentro.

- Ela é... lésbica?

- Antes fosse isso, Jeremias. Antes fosse. Minha filha, Maite, a filha que eu sempre sonhei em ter, em proteger, está namorando um marginal. E o pior, os dois estão super apaixonados.

- Um marginal, hmmm... um bandido?

- Não é só um bandido, é O Bandido. William, aposto como você já o conhece.

Jeremias já havia ouvido esse nome, em alguma reportagem ou algo do tipo, agora tentava se lembrar quem de fato era ele.

- William... William... - fechou os olhos para se lembrar mais, e se espantou quando se lembrou totalmente. - O chefe do pavão-pavãozinho?

- Ele mesmo. Não sei como se conheceram, não sei como se envolveram mas... só sei que já estão até noivos. E um cara assim, de maneira alguma eu quero para minha filha.

- Entendo. - Jeremias suspirou profundamente. - Mas e então, onde eu entro nisso tudo?

- Você é um bom cara, eu sinto isso. Será um grande negócio trabalhar com você. Eu preciso que você se infiltre naquele morro, e vire amigo de William, mas na verdade, dirá todos os passos dele para mim.

- Hmmm, - balançou a cabeça afirmando. - Mas não seria mais fácil o senhor, digo... Você ir lá e prender ele?

- Quem dera. O desgraçado tem vários seguranças que ficam por todo lado da favela, sabe? Pra mim ter entrado lá, tive que me misturar com um monte de crianças e eles por sorte nem perceberam,

- Uhum, saquei. - fez uma pausa. - É, eu acho que dá pra fazer sim. Só tem um pequeno problema!

- E qual seria?

- Sua filha. Ela já me viu, vai me reconhecer na hora se me ver lá em cima.

- Não se preocupe, na verdade ela não te viu. Te olhou, bem rápido. Nesse ponto eu conheço minha filha muito bem. Ela não é muito de guardar a fisionomia de ninguém. Se você cortar o cabelo, e tirar a barba. Pronto! Vai ser como se ela nunca tivesse te visto.

- Hummm, ok então. E... o que ganho com isso?

- Três coisas.

- Nossa, três?! - sorriu. - To começando a gostar.

- Primeiro, você só irá receber quando eu tiver William aqui. - ergueu as mãos. - Na palma das minhas mãos.

- É justo. - concordou.

- Uma quantia por volta dos R$ 50,000 mil reais. Seu cargo na delegacia será automaticamente levantado e...

- E...?

- A mão da minha filha.

- A mão da sua filha? A Maite, como assim?

- Isso mesmo que você ouviu. Você é o marido que sempre sonhei pra minha filha, ninguém melhor que você para casar com ela.

- Por mim, já estamos noivos. - Jeremias sorriu.

- Assim que eu gosto. Determinação.

- Você não vai se arrepender, Augusto. Farei melhor que o esperado.

- Assim espero, Jeremias. - Augusto estendeu a mão direita em direção a Jeremias. - Negócios fechado?

Jeremias sorriu e apertou a mão de Augusto.

- Fechado!

Amor Blindado Where stories live. Discover now