É estranha, essa sensação de que perdeu algo que não pode ser recuperado. De que não deu os abraços que deveria ter dado, de que não disse "eu te amo" suficiente, de que desertou do seu posto de vigia, e a cidade foi tomada de assalto.
É estranho viver como um espectro de si mesmo, um reflexo borrado em um espelho negro. Onde foi que me perdi? Porque soltei sua mão? Nós costumávamos brincar em reinos distantes, lembra? E você me tomava em seus braços fortes, e se deixava vencer, mesmo tendo forças para me fazer em migalhas.
Eu ainda lembro o seu endereço, ainda sei como chegar a sua casa, ainda sinto teu cheiro, teu sorriso descabido e as piadas sem graça. Só queria poder voltar no tempo, e ser aquele risco novamente, correndo e saltando como se não houvesse crepúsculo.
Queria te ligar, mesmo sem saber o que dizer.
Eu sinto a tua falta, talvez?
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Pontas Soltas
PoetryLivro contendo meus devaneios literários, poemas, experimentos, e pontas soltas da alma, aqueles pedaços que não encaixam em lugar nenhum do quebra cabeças.
