Foi no alto de um morro, admirando o mar estendido feito carpete azul sob meus pés, que eu finalmente entendi. Se realmente existe um grande arquiteto - embora prefira chamá-lo de grande escritor, pelas mazelas da profissão - ele não se parece nem um pouco com tudo o que já ouvi sobre ele até hoje.
Não caberia em meus conceitos tortos, minha visão falha e meus amores mofados. Não estaria condicionado as paredes de uma capelinha ou mesmo na grandiosidade das catedrais, não estaria encaixado em nossas fileiras de regras e não andaria por ai decidindo quem faz parte do clube da luluzinha e quem não faz. Acima de tudo, ele não seria meu mordomo, meu criado, meu senhor, ou nada que possa ser definido nas palavras que conheço.
Ele simplesmente seria.
Impensável, inatingível, incompreensível, inexistente? Quem sabe? Quem precisa realmente saber? Eu não. Por hora, saiba que onde quer que você esteja - se estiver e seja lá quem for - eu gosto de você, mesmo em minhas dúvidas e desconfianças.
Um abraço deste punhado de poeira que lhe escreve.
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Pontas Soltas
PoetryLivro contendo meus devaneios literários, poemas, experimentos, e pontas soltas da alma, aqueles pedaços que não encaixam em lugar nenhum do quebra cabeças.