Capítulo 4

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Em cada canto da casa.
Seis anos atrás

Agnes Miller

—A quando tempo você está na cidade?–ele me perguntou depois de alguns minutos, existia um certo constrangimento de ambos os lados, ao mesmo tempo que estava me sentindo meio estranha por ter o convido a entrar no meu carro, também sabia que tinha feito tanta coisa para aquele rapaz nas últimas semanas, que com toda certeza o mesmo estava cismado comigo.—Não me lembro de ter te encontrado aqui antes.

—Não faz muito tempo.–disse, meu tom era baixo e calmo, um sorriso leve se acomodou em seus traços assim que virei a última curva para sair do estacionamento do prédio, parecia mais aliviado de se distanciar daquele lugar.—Tive que me mudar por conta da faculdade, minha antiga cidade não tinha os cursos que eu queria.

—Então você vem de uma cidade muito pequena, não é?–ele olhou para o seu relógio de pulso, como se tivesse um pouco preocupado com o horário. Confirmei com a cabeça, um pouco indiferente com a sua pergunta, odiava toda aquela conversa pré sexo, como se tivéssemos a obrigação de criar algum tipo de vínculo só pelo fato de estarmos na mesma cama e nos tocando.—Nem imagino como deve ser a vida em uma.

—Não é nada fora do normal.–respondi, tentando parecer causal o suficiente, estava ainda frustrada por conta daquela minha entrevista fracassada, ter que falar da minha maldita cidade natal não melhorava nada. —Apenas mais calma, com menos opções de lugares para ir e com mais regras de como se comportar.

—Seus pais também vinheram para cá?–perguntou, era como se tivesse acabado de entrar em mais uma entrevista de emprego.—Ou você mora sozinha?

—Tem alguns meses que se mudaram para Portugal.–dou de ombros fingindo indiferença mais uma vez, naquela altura da conversa só queria que o mesmo não tocasse mais naqiele assunto.—Foram tentar uma vida mais calma em outro país.

—Por que veio para cá?–perguntou mais uma vez. Seus lábios estavam cumprimidos em uma linha final, perdendo completamente o sorriso de mais cedo. Julgando pelo tom e pela forma em que tudo estava se desenrolado eu duvidei que ele estava realmente interessado naquilo.—Não é a melhor cidade para se viver, nem uma das referência quando o assunto é estudar.

—A faculdade é uma das melhores do estado, você não pode negar isso.– ele balançou a cabeçou em concordância, com a atenção voltada para rua.—Além do fato de ser o campus que meu pai estudou quando mais novo. Então a pergunta seria o por que diabos iria para outro lugar?

Ele ficou em silêncio por alguns segundos, apenas indicando para que rua deveria ir. Seus olhos era uma mistura indecifrável de sentimentos, ao mesmo tempo em que aquele rapaz parecia ansioso existia também uma confiança maldita que só tinha a crescer e tomar todo aquele lugar. Ele sabia bem o que queria e como iria fazer isso, só precisava acertar alguns pontos e logo estaria acabando com o seu desejo.

—E você? O que está fazendo da vida?–perguntei, sabendo que iria parecer um pouco mal educada se não o fizesse. Ele deu de ombros, como se aquilo fosse a sua melhor resposta.—Trabalhar em alguma coisa?

—Na verdade eu estou terminado a faculdade de administração.–deu uma pausa, no mesmo momento em que olhei para ele um pouco confusa, também era um dos cursos que estudava. Mas nunca nem sequer tinha lhe visto no meu campus, como aquele cara poderia passar despercebido sendo maravilhoso daquele jeito?—Para ter que conduzir as empresas do meu pai.

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