Capítulo 10

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Noah Collins

Eu tinha ferrado tudo.

Tinha despedaçado qualquer resquício de uma futura relação profunda com aquela garota apenas para susprir necessidades que nem eram mesmo minhas, por ter medo de tudo que poderia acontecer se não seguisse o caminho que estava traçado para mim. Como um puta idiota convarde.

Não existe pessoa no mundo mais burra do que Noah Collins, que deixou a mulher dos seus sonhos ir embora para se casar com uma completa estranha. Só para receber uns trocados da sua família meia boca.

Ver Agnes todos os dias durante a semana a partir daquele momento não ia me ajudar muito, cada olhar seu despertava algo em mim que fazia todo o meu corpo esquentar deliberadamente, como se fosse mais um adolescente apaixonado. No entanto, desde o primeiro segundo sabia que me causaria problemas, conhecia garotas como aquela, e todas me deixavam em cacos nos meus primeiros anos no ensino fundamental, queria que com ela fosse diferente, mas sempre que estávamos juntos as nossas chamas nos transformava em pó. Sair daquelas possíveis amarras era o melhor a se fazer, e ela parecia concordar já que saiu aquele dia em silêncio e assim ficou.

Tudo aconteceu como uma tempestade depois disso, a chuva foi grande e torrenciais, acabando com qualquer resquício de sanidade que tinha adquirindo com a sua presença, simplesmente havia me tornado um amontado de confusão, que não chegava nem ter uma resposta certa sobre tudo que sentia. Só sabia dizer que estava doendo, muito, mais do que pensei que poderia suportar.

Era difícil ter que lidar com aquele monte de informações, tudo junto, de uma vez. Em menos de mes estava oficialmente namorado uma outra garota, me sentia triste e chateado com isso que chegava a ser caótico a forma em que pensava em me declarar para Agnes todo a vez que a via, tão perto e tão longe ao mesmo tempo. Eu havia entendido que ela não queria mais ter nada comigo, já que depois da sua saída daquela festa perdemos completamente o contato, não houve sequer uma ligação, nem mensagem, muito menos tive como aparecer na sua porta de madrugada, o seu silêncio foi a principal e maior resposta. Não podia fazer mais nada, não ligava se havia deixado alguém magoado, simplesmente acabei com tudo em uma conversa só. Como poderia ter tudo e nada em segundos? O que iria fazer com todo o sentimento que estava borbulhando dentro de mim?

A verdade era que me sentia completamente sozinho, sem qualquer lugar para me agarrar de todos os destroços daquela chuva. Um tripulante perdido no meio daquele mar, sem ao menos um pedaço de tronco para boiar. Mas nunca poderia a culpar por ter me largado, no seu lugar também não estaria feliz. Fui egoista em a fazer se submeter a algo tão estupido, mas naquele momento não estava encontrando outra saida. Era tudo ou nada.

A realidade me pegou em cheio depois de ter saído daquela maldita festa, de ter voltado para aquele lugar. Eu naõ a teria mais perto de mim, estaria em declinio mais uma vez, tudo por culpa da minha ganancia. Agnes logo se prontificou em colocar os limites, feito de tudo para evitar a minha presença durante as últimas duas longas semanas, simplesmente esqueceu a minha existência, tratando apenas de assuntos totalmente profissionais, como se não tivesse ido tantas vezes para a cama comigo, como se não fossemos mais do que conhecidos.

Só Deus sabe o tanto de vezes que pensei em a levar para alguma dessas salas cheias de idiotas e a beijar até que conseguisse voltar a respirar bem mais uma vez. Sem me importar com o que todos iriam dizer, só queria me sentir vivo mais uma vez, uma unica vez.

Ela havia assumido uma postura fria e bastante centrada, falava com todos ao meu redor, mas me ignorava na maior parte do seu tempo. Chegava a ser cortante a tensão que existia no ar sempre que estávamos juntos, claro que isso não parecia ser percebido pelas pessoas a nossa volta já que não havia escutado nenhum comentário ao longo das últimas semanas, mesmo assim, as farpas eram sempre trocadas, toda a paixão que parecia sentir quando estava na distância do meu toque parece ter escorrido com a chuva naquele dia.

Não brinque com fogo Where stories live. Discover now