Nossas reações são engraçadas

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Quando anoiteceu, eu fui até o jardim para conversar com a Angelina, já que a Ayla não queria nem sentir minha respiração por perto.
Quando cheguei no jardim, Angelina não estava lá, então eu decidi ir até a casa do Dilan. O caminho estava escuro, e a cada corredor de arvores que eu encontrava, eu tentava lembrar qual era o certo a seguir, mas quando eu percebi, eu estava andando em círculos, e estava perdida. Parei no centro de várias árvores, e em minha volta só havia escuridão. Então eu comecei a pensar em como eu poderia sair dalí. Lembrei do meu celular, mas percebi que eu havia esquecido em casa. Eu pensei em entrar em um dos caminhos novamente, mas fiquei com medo. Quando eu estava quase desistindo de arrumar um modo de sair dali, lembrei da Angelina. Pensei nela, e comecei a chamá-la, já que ela podia me ouvir mesmo de muito longe. Eu tentei chama-la para me ajudar a sair dalí. Depois de alguns minutos chamando e berrando pela Angelina, mentalmente, eu vi uma borboleta vindo em minha direção, e percebi que era a Angelina.
- Graças a Deus você está aqui! - Ela voou em volta de mim, e se transformou em humana. Percebi alguém se aproximando e vi que era a Ayla. - Desculpa a demora, é que eu estava conversando com ela. - Angelina disse.
- Tudo bem. Mas seria melhor ter alguma resposta, em vez de ficar aqui agoniada, tentando adivinhar se você vem ou não.
- Assim que você tiver com o seu poder de volta, poderemos dar um jeito nisso. - Assenti. - Como você veio parar aqui?
- Eu estava indo para a casa do Dilan.
- Ai, sério? Eu quero ir vê-lo!
- Você nunca viu ele? Nem como borboleta?
- Como borboleta já, mas a visão de humana é muito melhor que a de uma borboleta. E imagina só, a cara dele quando descobrir que eu sou sua borboleta! - Ela riu.
- Você está melhor? - Perguntei a Ayla. - Não. Mas quero me desculpar por te tratar mal, eu sei que você só queria o meu bem.
- Me desculpe por obrigá-lo a te contar. - Ela assentiu e sorriu
- Wooon, que momento lindo! - Angelina sorria, apoiando seu rosto nas mãos.
- Então, você vai me levar até o Dilan, ou não? - Perguntei.
- Claro!
- E você sabe o caminho?
- Eu já te segui até a casa dele uma vez. Mas vocês nem notaram a minha presença. Mas agora, vamos sair daqui, não é seguro.
- Foi por isso que eu te chamei.
- Então vamos. - Ela me puxou pelo braço, e a cada passo que dávamos eu sentia calafrios, por não conseguir enxergar quase nada.
- Por que veio com ela? - Perguntei a Ayla.
- Porque quando ela disse que ouviu você pedindo ajuda, eu senti um medo muito grande, e então eu vim junto.
- Obrigada. - Sorrimos, e voltamos a prestar atenção no caminho.

Quando chegamos em frente a casa do Dilan, ouvi ele gritando e decidi entrar sem bater. Cheguei na sala com a Angelina e a Ayla, e o Dilan e o Ian estavam descutindo.

- Você que quis ir morar com a Laura! E eu fui contra isso, mas você nunca me escuta! - Ian gritava exaltado.
- E eu te obriguei a fazer o mesmo? - Dilan perguntou.
- Você não me deu outra opção!
- Nós estávamos sozinhos, e ela apareceu, cuidou da gente e nos fez companhia quando mais precisamos, como eu saberia que ela era... isso.
- Você simplesmente substituiu nossa mãe por ela, por causa de abrigo e comida.
- Eu nunca coloquei ninguém no lugar da nossa mãe. - Dilan se aproximou do Ian. - A nossa mãe nunca saiu do meu coração e da minha cabeça. A nossa mãe vai ter sempre o lugar dela na minha vida, e ninguém nesse mundo vai tomar esse lugar.
- Não foi o que pareceu por todos esses anos! - Ian se aproximou com ódio nos olhos.
- O que pareceu ou deixou de parecer não importa. O que importa é o que realmente é! A nossa mãe nunca foi e nunca será substituída por ninguém! - Dilan gritou, irritado.
- Vocês não vão lá? Eles vão acabar se batendo! - Angelina cochichou no nosso ouvido.
- Eu... eu vou... - Respirei fundo. - Dilan. - Falei entrando na sala. Eles imediatamente se afastaram e Ian foi para a janela. Percebi que Ayla foi até ele.
- Tudo bem? - Dilan perguntou e me deu um beijo. Um beijo rápido, que me fez, sentir a raiva que ele sentia, naquele momento. 
- O que está acontecendo aqui? - Perguntei.
- Estávamos conversando. - Dilan falou.
- Na verdade vocês estavam quase se matando, aqui nessa sala! - Angelina falou se aproximando.
- Angelina! - Olhei seria pra ela.
- Quem é ela? - Ian perguntou.
- Essa é Angelina. Uma amiga nossa. - Ayla falou chegando perto de mim.
- Na verdade, eu sou a borboleta delas! - Angelina sorriu.
- Angelina! - Olhei para ela.
- O que foi? Eles vão ficar sabendo mesmo.
- Mas não precisa saber dessa forma!
- Espera, ela é...
- Ela é a nossa borboleta. - Respondi o Dilan.
- Que borboleta? - Ian perguntou.
- Eu e Ayla, temos uma borboleta, desde bem pequenas. Mesmo não nos conhecendo, tínhamos a mesma borboleta, que nos visitava frequentemente.
- E ela é a borboleta? - Ian perguntou com um tom de ironia na voz.
- Lembra daquilo que a Ayla disse sobre o que ela leu em um livro?
- Sobre a alma branca? - Dilan perguntou.
- Exato!
- Espera! Vocês estão dizendo que ela é uma borboleta, e a alma branca? - Ian perguntou.
- Sim. - Falei.
- É difícil de acreditar, só que, é a mais pura verdade. - Ayla disse.
- Não é difícil. É impossível! - Dilan falou.
- Mais um. - Angelina disse.
- Mais um o que? - Perguntei.
- É que ele é igualzinho a você nesse ponto. Ele também acha que as coisas mais incríveis que podem acontecer na nossa vida, são impossíveis, antes mesmo de provar que são possíveis. - Angelina disse.
- Como pode provar que isso é possível? - Ian perguntou.
- Fazendo algumas coisas. - Angelina sorriu. - A primeira coisa, é isso... - Ela imediatamente, se transformou em borboleta, na frente deles. E a cara deles me fez dar uma silenciosa risada. Ela voou pela sala e pousou no sofá. Se transformando de volta em humana. Ela olhou para os meninos e começou a rir. - Ei! É melhor vocês guardarem seus pensamentos apenas na cabeça mesmo. Porque são muitos palavrões, e acho que não seria adequado dize-los a essa hora. - Angelina ria.
- Você está ouvindo o que pensamos? - Ian perguntou.
- Sim, estou! - Ela sorriu, e o rosto deles só foi ficando mais surpreso. - Vocês estão com fome?
- Eu estou. - Falei, entrando na brincadeira dela.
- Então o que acham de lasanha?
- Eu gosto de lasanha! - Ayla disse.
- Então vamos comer lasanha, no jantar! - Ela fechou os olhos e imediatamente uma mesa, com uma enorme lasanha, apareceu bem na nossa frente. Os meninos não sabiam se olhavam para ela ou para a mesa que havia surgido bem na nossa frente. - Agora vocês acreditam? - Angelina perguntou, colocando um pedaço de lasanha no prato.
- Eu...
- Eu sei, vocês estão sem palavras. Elas também ficaram, e acreditem, a reação de vocês são muito engraçadas. - Angelina ria.
- Vai me dizer que você não ficou assim, quando descobriu que podia fazer essas coisas? - Falei me aproximando dela.
- Claro que fiquei! Mas ninguém estava lá pra ver a minha cara. - Eu ri, e dei uma garfada na lasanha que estava no prato dela. Dilan e Ian olhava para Angelina com os olhos arregalados.
- Com o tempo vocês se acostumam. - Ayla disse.

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